Reajuste no preço do gás em até 25% será feito a partir do ano que vem

A Petrobras lembrou que a independência na produção do combustível é impensável em até 30 anos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Poucas semanas depois de confirmar que o gás natural ficará de 15% a 25% mais caro nos próximos anos, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, voltou a reafirmar a proporção do aumento e detalhou que os reajustes nos preços serão feitos já a partir do ano que vem. Também foi afirmado que a independência na produção do combustível, em relação à Bolívia, é impensável em até 30 anos.

A percentagem no aumento da tarifa dependerá dos acordos feitos com os distribuidores. “Quem vende gás vive de existência e da continuidade de compradores. Não adianta sonhar com preços com os quais não se vende”, explicou, detalhando que o processo não ocorrerá de forma súbita. “Além das correções do preço, nós precisamos de um aumento real, algo que vai ser dosado, suavizado, ao longo dos dois próximos anos [2008 e 2009]“.

Investimento na Bolívia

No último dia 7, a Petrobras anunciou que voltaria a investir na produção de gás boliviano. A estatal brasileira tinha deixado de injetar recursos no país vizinho depois que o governo de Evo Morales assumiu, em 1º de maio deste ano, o controle da produção, transporte, distribuição e exportação de gás e petróleo.

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A medida, ocorrida exatamente um ano após a Bolívia ter nacionalizado a exploração de gás em todo o seu território, obrigou a Petrobras a vender para os bolivianos as duas refinarias que mantinha no país.

Maria das Graças lembrou que, ao planejar a quantidade de combustível necessária para atender a demanda interna futura, o governo brasileiro contabilizou adquirir 30 milhões de metros cúbicos diários de gás provenientes do país vizinho.

“O Brasil depende do fornecimento da Bolívia e esse combustível é extremamente importante em uma visão de longo prazo. No nosso planejamento até 2012, contabilizamos 30 milhões de metros cúbicos diários de gás boliviano”, declarou à Agência Brasil.

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O caso

O assunto veio à tona depois da Petrobras reduzir em 17% o volume do produto fornecido a três grandes distribuidoras do Rio de Janeiro e São Paulo. O motivo alegado é que as termelétricas necessitavam de uma dose extra de gás para garantir sua produção.

A Justiça fluminense concedeu liminar às distribuidoras CEG e CEG-Rio, garantindo o abastecimento normal. Em São Paulo, a Comgás conseguiu adequar o fornecimento a seus clientes, modificando o combustível vendido a grandes consumidores.

O gás natural é um combustível utilizado tanto em residências, quanto em indústrias e veículos. Mais da metade do que o Brasil utiliza vem da Bolívia e a tendência é que seu consumo aumente na mesma proporção do crescimento da atividade econômica.

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