Rali da MRV (MRVE3) seguirá? Goldman Sachs eleva recomendação e mais bancos sobem projeções com medidas positivas da construtora

Captação de R$ 1 bilhão por meio de oferta de ações ajudou a mitigar os riscos financeiros da companhia

Felipe Moreira

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O que espera a MRV (MRVE3) após a oferta de ações que levantou R$ 1 bilhão para a companhia, entre outras medidas para reduzir a alavancagem? Diversos bancos têm elevado as suas projeções para a companhia, além de apontarem dias mais positivos com o Minha Casa Minha Vida (MCMV) no radar.

Cabe destacar que, no acumulado do ano até o fechamento de quarta-feira (26), as ações já disparam 86%, com avanço de 22,2% apenas neste mês. Às 10h18 (horário de Brasília) desta quinta-feira (27), os papéis subiam 0,92%, a R$ 14,27.

Neste contexto, o Goldman Sachs elevou a recomendação para ações da construtora de venda para neutro, graças às recentes medidas de redução de alavancagem adotadas pela empresa (oferta subsequente e vendas de imóveis multifamiliares nos EUA), que ajudaram a mitigar os riscos financeiros.

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A equipe de research do banco ressalta que uma de suas principais preocupações no caso de investimento da MRV tem sido a alavancagem, uma vez que a empresa atingiu um recorde de 94% de Dívida Líquida/Valor Patrimonial no 1º trimestre de 2023, mais que o dobro dos já elevados 44% de quando iniciou a cobertura há quase um ano.

Segundo os analistas destacaram em relatório, o consumo de caixa tanto na construtora brasileira (MRV Inc) quanto na desenvolvedora multifamiliar dos EUA (Resia) do grupo MRV&Co foram os principais fatores que levaram a esse aumento. E mesmo com a melhora da perspectiva de geração de caixa da MRV Inc, impulsionada pelo aumento do poder de precificação e das margens crescentes, analistas consideravam desafiador para a construtora reduzir significativamente a alavancagem no curto prazo.

Além disso, analistas destacaram que um mercado de transações muito lento nos EUA representava um desafio para futuras vendas de ativos pela Resia.

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Nesse contexto, o Goldman Sachs acredita que a oferta de ações de R$ 1 bilhão recentemente concluída reduziu significativamente a alavancagem, com as estimativas de Dívida Líquida/Valor Patrimonial para o final de 2023 e 2024 diminuindo de 110% e 90% para 75% e 60%, respectivamente, reduzindo assim os riscos financeiros e as preocupações com as cláusulas contratuais, já que a empresa chegou perto do limite no 4º trimestre de 2022.

Embora acredite que os riscos de baixa tenham sido mitigados, os analistas têm recomendação neutra para os papéis uma vez que a MRV está sendo negociada acima ou em linha com métricas históricas de valuation.

Além de elevar a recomendação, o banco americano dobrou o preço-alvo da construtora de R$ 7 para R$ 14, também refletindo a alta recente dos papéis e à medida que reduziu o desconto para o valor patrimonial líquido (NAV, na sigla em inglês), implicando em um retorno neutro. O novo “target” implica em um potencial de queda de cerca de 1% frente o fechamento de quarta-feira, de R$ 14,14.

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O Bradesco BBI também atualizou suas estimativas após a conclusão da oferta de ações da MRV e outras medidas positivas, mantendo classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e elevando preço-alvo de R$ 16 para R$ 20 (ou upside de 41%), sendo R$ 15,00 referente às operações da MRV Brasil e R$ 5,00 da Resia.

Analistas do BBI veem a MRV como a ação com o maior potencial de valorização (upside) em uma reclassificação em sua cobertura de baixa renda, combinando um desconto significativo para pares em Preço (P)/ Valor Patrimonial (BV) – negociando a 1,2 vez o P/BV, contra pares entre 1,9 vez (Direcional DIRR3) e 4,9 vezes (Cury CURY3).

Além disso, vê opcionalidades positivas tanto no Brasil (potencial de alta esperado para 2024 sob as novas regras do MCMV + programa Pode Entrar , ainda sem estar nas projeções do banco) quanto nos EUA (os analistas ainda veem o mercado excessivamente cético em relação às perspectivas para Resia).

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No Brasil, sob as novas condições do MCMV, a análise de sensibilidade do BBI mostra que o preço-alvo aumenta em R$ 1,00 (+5%) a cada ponto percentual de melhoria na margem bruta em 2025 — o cenário base é de 32%, mas o valor pode chegar a 35% em seu cenário otimista (bull market).

Na semana passada, o JPMorgan também elevou preço-alvo para as ações da MRV, indo de R$ 13 para R$ 16 ao fim do ano (upside de 13%), mantendo recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), de forma a refletir o follow-on bem-sucedido e os dados prévios de vendas do 2T23.

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