Raízen (RAIZ3) acompanha impacto do El Niño e vê volatilidade à frente no mercado de combustíveis; ações caem após balanço

Companhia diz que busca rentabilidade na rede de postos Shell e fala em aumento de consumo do biocombustível

Augusto Diniz

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Entre as preocupações colocadas pela Raízen (RAIZ4), durante a apresentação dos resultados, nesta terça-feira (14), esteve os relacionados aos efeitos do clima na plantação de cana-de-açúcar e a inconstância do mercado de combustíveis.

“Nos desafios, destaco a volatilidade e os fatores externos que podem impactar nossos negócios, como El Niño, com potencial de retardar a colheita da cana, bem como os desafios macroeconômicos, principalmente nas operações da Argentina”, disse na abertura Carlos Moura, CFO da Raízen.

“Por último, o preço do etanol está exigindo mais habilidade e resiliência para comercializar nossos produtos com prêmio”, complementou, aos analistas, para comentar o desempenho do segundo trimestre do ano safra 23/24.

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Após o balanço, as ações caem 0,7%, por volta das 17h15, a R$ 3,80 – mas chegaram subir a R$ 3,91 no melhor momento do pregão.

Raízen (RAIZ4) aponta que clima determinará ritmo

Ricardo Musa, CEO da companhia, ressaltou que as “questões climáticas vão determinar o ritmo das exportações do segmento de açúcar”. Mas crê que elas permanecerão estáveis nos dois próximos trimestres.

“Devemos ter uma produtividade melhor no ano que vem com condições climáticas normais. Uma coisa que tem acontecido é que estamos melhorando nosso processo de irrigação. Estamos reduzindo o risco de produtividade agrícola daqui para frente com o que implementamos até agora”, relatou ele sobre medidas para mitigar os efeitos do El Niño.

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“Esperaria menos volatilidade, mesmo com condições climáticas não tão positivas”, acrescentou. Musa disse, no entanto, que a expectativa é de chover muito no verão no Brasil, “por isso estamos cautelosos com a moagem”.

Distribuição focada em rentabilidade

Sobre a outra ponta, a de distribuição de combustíveis, os executivos afirmaram que a Raízen tem se centrado na lucratividade da rede de postos Shell.

“Estamos focando mais na rentabilidade e nos retornos dos nossos investimentos em mobilidade (área que concentra a rede de postos). O foco não está em participação de mercado, mas sim em ter um negócio mais rentável. Estamos investindo bastante na marca, em branding”, afirmou.

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Flutuação de preço

No mais, Musa vê o setor de distribuição de energia ainda com incertezas. “Tenho falado isso há bastante tempo. Haverá uma flutuação, uma volatilidade nas margens devido a estratégia de precificação da Petrobras (PETR4). Mas eu vejo margens saudáveis daqui para frente. No nosso caso, o foco está no retorno’, destacou o CEO.

Ricardo Musa diz haver aumento de consumo de etanol. “O diferencial de preço na bomba está em R$ 2 por litro (em relação à gasolina), que é bastante alto. Está aumentando a demanda por etanol. Pensando na paridade que temos agora, que é mais ou menos 62%, 63%… Está muita baixa. Não precisa chegar a 70%. A demanda por etanol está muito forte e deve continuar”, frisou aos analistas.

O CEO comentou ainda que a Raízen busca sócios que aportem conhecimentos para negócios que não são estratégicos e que a companhia não pretende se desfazer de ativos. Ele comentou ainda na teleconferência de resultados do 3T23 que o governo brasileiro não deveria dar subsídios para o carro elétrico.

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