Radar: acompanhe algumas das principais oscilações na bolsa nesta quinta-feira

Ibovespa segue mal humor externo e acentua perdas nesta tarde; ação da Petro volta a cair, enquanto varejistas lideram altas

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Embalados por dados negativos da agenda norte-americana, os principais índices acionários acentuam suas perdas na tarde desta quinta-feira (16), com o Ibovespa recuando cerca de 0,8%. Novas quedas das ações da Petrobras e rali das varejistas são os destaques do pregão.

Se na sessão anterior os dados acerca do setor industrial dos Estados Unidos vieram melhores do que o esperado, o que foi visto nesta quinta-feira desagradou os investidores. O nível de atividade industrial na região da Filadélfia marcou 0,7 ponto negativo, enquanto a projeção dos analistas era de 2 pontos positivos, ofuscando assim o menor número de novos pedidos de auxílio-desemprego no país durante a última semana.

A Europa também contribui para o clima pesado nos negócios, com as vendas no varejo do Reino Unido recuando 0,5% em agosto, a primeira queda mensal desde janeiro deste ano – em julho, foi indicado um crescimento de 0,8%. Além disso, a FedEX revelou lucro trimestral abaixo do previsto pelo mercado e anunciou planos de demissão de 1.700 funcionários.

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Varejistas em alta
Destoando, as ações das varejistas aparecem entre os principais destaques de alta deste pregão. No Ibovespa, os papéis da B2W (BTOW3) lideram os ganhos com alta de 2,75%, seguido pelos da Lojas Renner (LREN3), que estão subindo 2% nesta tarde. Fora do índice, as ações da Hering (HGTX3) se destacam ao relatarem ganhos também próximos de 2%.

Essa valorização, no entanto, não se apoia em nenhuma razão pontual, mas sim nos dados “cada vez mais sólidos” do segmento, afirma a analista do setor de consumo e varejo da Brascan, Julia Monteiro. Do mesmo modo, a equipe da Link Investimentos destaca que, embora os dados de julho tenham mostrado uma leve desaceleração nas vendas do varejo na passagem mensal, eles ainda demonstram um forte aquecimento do setor tanto no acumulado do ano quanto nos últimos 12 meses.

Inepar também se destaca
Outro destaque positivo deste pregão é a Inepar (INEP3, INEP4). A companhia anunciou uma joint venture com a 
Innovida Factories, com o objetivo de construir “habitações populares e outras aplicações em construções civis”, segundo fato relevante divulgado nesta manhã. A companhia ainda informa que tal aliança “pretende ser a mais eficiente alternativa para atender aos requisitos do Minha Casa, Minha Vida”, programa governamental focado na construção de moradias para a população.

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Repercutindo o anúncio, tanto os papéis ON quanto os PN da empresa registram valorização de 4,4% nesta tarde, seguindo o movimento contrário de seus pares do setor, que aparecem entre os principais destaques negativos do Ibovespa – Cyrela (CYRE3), PDG (PDGR3), MRV (MRVE3) e Brookfield (BISA3) lideram nesta ordem as perdas do índice, com desvalorização entre 2,5% e 3,5%.

Petrobras
Como não poderia deixar de ser, a 
Petrobras (PETR4, PETR3) volta a ser notícia decorrente de sua oferta de ações, já que esta quinta-feira marca o término do prazo de reservas para pessoas não-vinculadas que desejem participar da oferta prioritária, em que é garantido o direito de subscrição, respeitando-se o limite proporcional, e também da adesão de até 30% do FGTS daqueles que já tem parte do fundo de garantia no capital da empresa. Depois disso, faltarão apenas os pedidos feitos pelos investidores do varejo e pelos fundos com participação na capitalização para finalizar o processo de oferta antes da precificação das ações, agendada para o próximo dia 22.

Outras notícias também ganharam destaque, como a declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizendo que o governo deverá usar o Fundo Soberano para comprar dólares no mercado que entrem no país em decorrência da capitalização da petrolífera, e o princípio de incêndio na refinaria Duque de Caixas (Reduc), no Rio de Janeiro, que já teria sido apagado pela brigada de incêndio da Petrobras nesta manhã. Segundo a companhia, não houve vítimas e não será necessária a paralisação da unidade.

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Seguindo as projeções dos analistas, que esperam ver forte pressão nas cotações dos ativos da Petrobras por conta da disputa para formação dos preços das ações que serão ofertadas, os papéis caminham para o seu quarto dia seguido de desvalorização, com PETR3 recuando 0,8% e PETR4 caindo 0,5% nesta tarde.

Gerdau: emissão de bonds
Outra blue chip a aparecer no noticiário é a Gerdau (GGBR4), após sua controlada 
Gerdau Trade anunciar que irá emitir bonds no mercado de capitais internacional, visando refinanciar dívidas existentes e outros propósitos corporativos. Os títulos, que serão garantidos pela Gerdau, Gerdau Açominas, Gerdau Aços Longos, Gerdau Aços Especiais e Gerdau Comercial, terão os valores anunciados conforme o andamento da operação. Os papéis da siderúrgica operam praticamente estáveis nesta tarde.

Embraer
Enquanto isso, a OMC (Organização Mundial do Comércio) condenou os subsídios dos EUA à Boeing, abrindo um precedente que pode ameaçar os interesses da Embraer (EMBR3), já que a companhia é acusada pela canadense Bombardier de receber o mesmo tipo de incentivo do setor militar brasileiro. Os ativos da fabricante de aeronaves recuam 1,3% no Ibovespa.

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Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers