Queda nos juros e aperfeiçoamento sustentam boom do mercado imobiliário

Analistas destacam economia e evolução nos empreendimentos; indústria deve movimentar cerca de R$ 60 bilhões neste ano

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Os números confirmam que o mercado imobiliário brasileiro vive a expectativa de bater recordes históricos neste ano. Segundo especialistas, o ambiente favorável da economia, além do aperfeiçoamento do setor, sustentam o forte crescimento da indústria.

Apesar de permanecer em um patamar muito elevado, a redução na taxa básica de juro é o principal fator para explicar o boom do mercado imobiliário, interpreta o professor de mercado financeiro e economia brasileira Alcides Leite. Para ele, dado o déficit imobiliário do Brasil, o setor fica muito sensível às taxas de juros, que, em tendência de queda, viabilizam a compra de imóveis.

Para se ter uma idéia da magnitude da expansão, o segmento de empreendimentos residenciais e comerciais deve movimentar neste ano cerca de R$ 60 bilhões, o que representa cerca de 80% a mais do que o registrado há cinco anos.

Continua depois da publicidade

Setor mais estruturado

“O boom está ligado aos grandes empreendimentos, muito bem estruturados, e projetos muito mais elaborados”, analisa o diretor de incorporação de imóveis Paulo Roberto Funari, que ressalta, além da economia, a evolução das oportunidades de lançamentos.

O segmento de casas de alto padrão (com valor médio a partir de US$ 1,2 milhão) tem se destacado. Segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), entre janeiro de 2003 e junho de 2006, cerca de 43 unidades de imóveis deste nível foram lançadas na região metropolitana de São Paulo.

Investimentos: Fundos Imobiliários

Ademais, Leite destaca o crescimento dos fundos imobiliários para explicar o aumento nos investimentos do setor. Em 2001, foram investidos cerca de R$ 21,7 bilhões e, em, 2006 esse volume saltará para R$ 45,9 bilhões.

Continua depois da publicidade

Furnari também valoriza o papel dos fundos imobiliários. Para ele, o aumento desta aplicação ajuda a formar grandes construtoras e “grandes construtoras podem fazer grandes lançamentos”.

Contudo, Leite minimiza o efeito da entrada de empresas no mercado acionário brasileiro. Juntando-se às construtoras e incorporadoras Gafisa, Rossi Residencial, Cyrela e Company, a Klabin Segall iniciou suas negociações na Bovespa no último dia 9 de outubro.

“É uma tendência natural pelo setor estar atrativo, mas falta uma perspectiva firme de demanda no longo prazo”, considera Leite. Para o professor, mais empresas deverão entrar na Bolsa, mas há a necessidade de mais incentivos à construção civil, além de mais cortes na taxa Selic.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.