Projeto que regulamenta criptomoedas entra na pauta da Câmara dos Deputados

Texto está travado na Câmara desde junho, mas existe um acordo para que seja votado antes do fim do ano

Rodrigo Tolotti Agência Câmara

Deputados discutem e votam propostas no plenário da Câmara em 3 de maio de 2022 (Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)
Deputados discutem e votam propostas no plenário da Câmara em 3 de maio de 2022 (Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)

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O projeto de lei que regulamenta o setor de criptoativos entrou na pauta do plenário da Câmara dos Deputados para ser avaliado entre 22 e 24 de novembro.

Os deputados precisam ainda analisar um substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 4401/21 (antigo PL 2303/15), que prevê a regulamentação, por órgão do governo federal, da prestação dos serviços no setor.

De autoria do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), o projeto considera ativo virtual a representação digital de valor que pode ser negociada ou transferida por meios eletrônicos e utilizada para realização de pagamentos ou com propósito de investimento.

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O PL foi aprovado no Senado em abril e travou na Câmara em junho, chegando a entrar diversas vezes na pauta de votação, mas não sendo apreciado. Agora, segundo o jornal Valor Econômico, existe um acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para que o projeto seja votado ainda este ano.

Um dos pontos que maior debate envolve a segregação patrimonial das exchanges, com as corretoras nacionais defendendo a entrada do item no texto, enquanto algumas estrangeiras como a Binance são contra.

O tópico voltou a ganhar importância após o caso da quebra da FTX. Alguns especialistas defende que a segregação poderia proteger os clientes nesse tipo de caso, já que o patrimônio da empresa estaria separado do dos investidores, tornando mais simples o reembolso quando ocorre um problema de liquidez ou falência da empresa.

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Diante da demora do Congresso em aprovar o PL, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou recentemente um parecer ao mercado com orientações sobre investimentos em criptoativos que forem considerados valores mobiliários. O documento também apresenta os limites de atuação do regulador, indicando as possíveis formas de normatizar, fiscalizar, supervisionar e disciplinar agentes de mercado.

Esta é uma primeira abordagem do regulador do mercado brasileiro de capitais para regular emissões e negociações de ativos digitais e não se trata, no momento, de uma regulamentação específica. O InfoMoney já havia antecipado no final de setembro algumas recomendações que constariam no parecer.

“O parecer tem caráter de recomendação e orientação ao mercado, com o objetivo de garantir maior previsibilidade e segurança para todos, além de contribuir em direção à proteção do investidor e da poupança popular, bem como de fomentar ambiente favorável ao desenvolvimento da cripto economia, com integridade e com aderência a princípios constitucionais e legais relevantes”, afirmou João Pedro Nascimento, presidente da autarquia, no comunicado.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.