Produção industrial confirma desaquecimento econômico brasileiro, segundo analistas

Mercado prevê acomodação do setor nos próximos períodos; expectativa é de manutenção da Selic e redução do PIB

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – O resultado da produção industrial em julho, divulgando nesta quarta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), confirma a desaceleração da economia brasileira, segundo analistas do mercado.

“A economia sente os efeitos do aperto monetário, com crédito mais caro, além dos impactos da concorrência externa, efeito da taxa de câmbio sobrevalorizada permanentemente”, avaliam os analistas da Concórdia Corretora.

Para eles, está confirmado o cenário de moderação da expansão econômica, o que justifica as iniciativas recentes do governo para estimular a indústria nacional.

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Esta é a mesma opinião dos economistas do Banco Fator. “Apesar da leve alta no mês, a produção industrial brasileira segue desacelerando”, dizem.

A Concórdia ressalta ainda que, na comparação com julho de 2010, o setor de bens de capital teve crescimento de 3,8%, abaixo dos 6,2% registrados no mês anterior. “Neste sentido, confirmamos o cenário para a produção industrial que traçamos no começo de 2011, que será de acomodação persistente da atividade no segundo semestre, como consequência das políticas monetária e fiscal restritivas em curso desde o final de 2010”.

Por sua vez, e na mesma linha, a Rosenberg & Associados, reduziu sua expectativa de crescimento industrial para os próximos períodos. “Assim, colocamos um leve viés de baixa sobre nossa expectativa de 2,5%, não alterada desde novembro de 2010, mas ainda possível que a indústria cresça algo mais próximo de 2%”, ressaltam.

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Selic
De todo modo, para a Rosenberg, esta perspectiva não reforça a expectativa de queda da Selic hoje, pois um quadro de franca desaceleração da demanda e, principalmente, da inflação, não estaria claro. “Pelo contrário, o desempenho desfavorável da indústria já era, até certo ponto, esperado. Portanto, reafirmamos nossa expectativa da manutenção da Selic por algum tempo”, acreditam.

Na visão dos mesmos analistas, ao longo do segundo semestre de 2011, seja pelos efeitos defasados da política monetária, seja pelo crescimento mundial mais comedido, a demanda deve desacelerar um pouco.

“Tal desaceleração não exigirá uma redução de juros, mas sinaliza um PIB (Produto Interno Bruto) pouco menor. Com isso, colocamos um viés negativo sobre a nossa expectativa de crescimento de 2,5% da produção industrial para este ano”, concluem.

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