Produção de açúcar mundial deve cair 1% em 2015

No Brasil a produção de açúcar aumenta impulsionado pela queda nos preços da gasolina, aponta Datagro

Rodolfo Mondoni

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SÃO PAULO – Na tarde desta segunda-feira (21), em São Paulo, teve início a 15ª Conferência Internacional Datagro sobre açúcar e etanol, com a participação dos principais líderes e representantes do setor sucroenergético do Brasil e do mundo. Na palestra de abertura do evento, o presidente da Organização Internacional de Açúcar (OIA), José Orive afirmou que a produção mundial de açúcar deve cair 1% em 2015.

“Nas últimas cinco safras o mundo acumulou 25 milhões de toneladas de açúcar. A quantidade de açúcar que há hoje no planeta daria para encher 400 bilhões de copos”, disse Orive. Segundo ele, esse aumento dos estoques e consequente queda nos preços tem sido bastante danosa para os produtores, mas esse ano essa tendência deve se inverter. O aumento da população mundial exige um crescimento produtivo de 2,4% ao ano. Como a estimativa é de queda, os estoques devem reduzir.

“O déficit em açúcar em 2016/2017 está avaliado em 6,5 bilhões de toneladas”, afirmou Orive, que ainda ressaltou que esse valor pode aumentar com efeitos do El Niño.

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No Brasil, o cenário é outro. Segundo estimativas da Datagro, para a Safra 2015/2016, o país deve moer 663, 8 milhões toneladas de cana e produzir 34,68 milhões de toneladas de açúcar. Um aumento considerável se comparado a produção da safra anterior de 31,99 milhões de toneladas.

De acordo com Guilherme Nastari, analista da consultoria Datagro, o principal motivo desse aumento é a queda no preço da gasolina. “O Brasil possui 24,1 milhões de veículos Flex, 70% da frota de veículos leves. Quando o mercado está bom eu faço álcool, quando está ruim eu faço açúcar”. 

Desde 2011, o açúcar tem sofrido com a queda de preço, assim como ocorre com todas as commodities globais. Um dos principais responsáveis por essa redução do consumo é a diminuição do apetite da economia chinesa, que se volta cada vez mais para o mercado interno e cresce a taxas menores.

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Na Índia o setor acumula uma dívida de R$ 90 bilhões, o que deve causar uma queda na produção. Na Austrália, outro país importante para o setor, a produção não deve sofrer alterações.

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