PRIO (PRIO3), 3R (RRRP3), Petroreconcavo (RECV3): qual petroleira junior deve ser o destaque no 1º tri?

Em meio ao noticiário movimentado do setor, analistas apontam que PRIO deve apresentar melhor resultado, com venda de estoques após 4T22 pressionado

Lara Rizério

(Getty Images)
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As últimas semanas foram movimentadas para as empresas juniores, com o aumento de capital “surpresa” da 3R Petroleum (RRRP3) e o aumento de capex da Petroreconcavo (RECV3). Olhando para o cenário mais amplo, atenção para a volatilidade das ações com as notícias sobre o imposto de exportação de petróleo e sobre suspensão de venda de ativos da Petrobras (PETR3;PETR4), sendo que essas duas últimas preocupações foram a princípio atenuadas, mas seguem no radar dos investidores.

Neste contexto, as empresas juniores divulgam os seus resultados do primeiro trimestre de 2023, com 3R iniciando as publicações ao revelar seus números na próxima quarta-feira (26). Os analistas do Morgan esperam um trimestre robusto para a maioria dos players. Com exceção da Enauta (ENAT3), que teve uma parada de produção em Atlanta (agora normalizada), PRIO (PRIO3), 3R e Petroreconcavo entregaram dados de produção sólidos, na visão do banco.

O destaque do trimestre será a PRIO, pois a empresa vendeu todo o estoque acumulado do 4T22, para evitar os grandes descontos observados no trimestre anterior.

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O Itaú BBA também projeta um bom trimestre em geral para as companhias, com preços ainda elevados de petróleo e gás e níveis de produção de um modo geral mais altos do que o trimestre anterior. Isto acaba compensando parcial ou totalmente a queda nos preços do petróleo no trimestre.

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O banco também espera que a PRIO apresente um resultado recorde no trimestre devido à venda de todo o petróleo armazenado na Ilhas Virgens Americanas, após o resultado do trimestre anterior ter sido “espremido” pela postergação das vendas.

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Para a Genial Investimentos, os principais destaques operacionais no 1T23 deverão vir da PRIO e Petrobras (PETR4), que são exatamente os cases que estão operando sem grandes contratempos em suas operações e surfando bem os preços do petróleo ao longo do trimestre.

Um parêntese no caso da Petrobras: especificamente no caso da estatal, o resultado deve apresentar queda nas comparações ano a ano muito devido à queda no brent, à medida que os preços ao longo do 1T22 chegaram a alcançar US$ 120 o barril no pico de preços versus cerca de US$ 80 o barril no 1T23. “Ainda assim, não achamos que o foco desse trimestre não deverá ser o seu resultado operacional (que deverá ser muito bom), mas o direcionamento do que diz respeito a política de preços, foco do fluxo de investimentos, etc”, avalia a Genial.

Os cases de redesenvolvimento, por terem expandido as suas produção entre um ano e outro, acabarão por serem menos impactados no relativo do que a Petrobras. Entretanto, o atual nível de preços (US$ 70-80/barril) é mais do que saudável para geração de caixa da empresa, e os analistas duvidam que os resultados do 1T23 sejam interpretados como negativos.

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“A 3R, como amplamente divulgado em suas notas mensais de produção, atravessou o trimestre com produção muito aquém do necessário derivado das performances do Polo Macau e Papa-Terra”, aponta a Genial, em visão diferente do Morgan.

A XP reforça que, durante o primeiro trimestre, os preços médios do Brent caíram para US$ 81,20 o barril (-8,4% no trimestre), enquanto a taxa de câmbio caiu ligeiramente para R$ 5,26 por dólar  (-1,3% trimestre a trimestre). “Como resultado, o preço médio do Brent em moeda local (R$ 421) caiu 9,6% no trimestre. A commodity tem estado bastante volátil, impactada principalmente pelo aumento dos casos de Covid na China no início do ano, após o relaxamento das restrições de lockdown e uma crise bancária exacerbada em meados de março, agravando os temores de uma recessão global”, apontam os analistas da casa.

Apesar das condições desafiadoras do mercado, os analistas acreditam que os níveis de preços do petróleo ainda podem render resultados razoáveis para os nomes sob a sua cobertura.

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“No entanto, os últimos meses foram particularmente agitados para as empresas brasileiras de petróleo e gás, e certos eventos provavelmente serão de interesse dos investidores durante as teleconferências. Entre eles: (i) a divulgação de novos relatórios de certificação de reservas para as Petroleiras Jr., (ii) reações e efeitos da tributação das exportações de petróleo bruto para a PRIO; (iii) aumentos de capex no novo relatório de reserva, para PetroReconcavo; (iv) aumento de capital para 3R; (v) e discussões sobre a política de preços da Petrobras”, cita a XP.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.