PRIO (PRIO3), 3R (RRRP3) e mais: O que esperar das petroleiras “juniors” no segundo trimestre

Apesar de recuo do preço do petróleo e valorização do real, maior parte das companhia viu também sua produção aumentar

Vitor Azevedo

(Carolyn Cole/Getty Images)
(Carolyn Cole/Getty Images)

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A PRIO (PRIO3) abre nesta quarta-feira (2), após o fechamento do mercado, a temporada de balanço do segundo trimestre para as companhias juniors de petróleo, em mais um período que deve ser marcado por bons resultados – apesar de mais fracos.

Na sequência, a Enauta (ENAT3) divulga seus números dia 3, enquanto 3R Petroleum (RRRP3) revela seus dados dia 8. Já a PetroRecôncavo (RECV3) torna público seu balanço no dia 10 de agosto.

“Esperamos mais um trimestre com bons resultados para as empresas juniors de óleo e gás sob a nossa cobertura, apesar da queda de 3% nos preços do petróleo brent no trimestre e de o câmbio real e dólar ter caído 5%”, fala o time da XP Investimentos, liderado por André Vidal.

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Apesar do cenário de uma atividade econômica mundial mais fraca pesar no preço do petróleo, ele continua em patamares elevados para a média histórica. De uma média de US$ 88,74 no primeiro trimestre, o barril, no segundo, ficou nos US$ 76,84. No caso do dólar, ao levar em conta o preço de fechamento de todos os pregões do primeiro e segundo trimestre, a moeda americana saiu de uma média de R$ 5,15 para R$ 4,84.

As duas questões devem ser refletidas em prêmios menores para as juniores. O primeiro pelo motivo óbvio de que as companhias vendem barris de petróleo, agora com o preço menor, e o segundo pelo fato de elas produzirem o produto em reais e negociarem em dólares, perdendo margem com a valorização da moeda brasileira.

O Itaú BBA, além do recuo do petróleo e do câmbio, lembra também que as companhias foram negativamente impactadas pelo imposto de exportação de petróleo bruto de 9,2%, que expirou no final de junho.

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“Esses efeitos, contudo, devem ser parcialmente compensados pelo impacto positivo do aumento na produção da maioria dos players, impulsionado pelo crescimento orgânico e pela incorporação de novos ativos”, fala o banco.

Confira os consensos da Refinitiv para as companhias:

Companhia Receita líquida Ebitda Lucro líquido
PRIO R$ 2,5 bilhões R$ 1,7 bilhão R$ 1,04 bilhão
3R Petroleum R$ 763,4 milhões R$ 214,5 milhões R$ 63 milhões
PetroReconcavo R$ 706,1 milhões R$ 363,4 milhões
R$ 213,6 milhões
Enauta R$ 539,1 milhões R$ 336,4 milhões R$ 83,8 milhões

Maior produção diminui impacto dos preços e gastos na maioria

Em junho, por exemplo, a PRIO viu sua produção diária saltar 9,1% na base mensal, para 95,9 mil barris de óleo equivalente (boed). A 3R foi no mesmo caminho, com 45,5 mil boed, alta de 64,4% ante maio.

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“A 3R reportou uma produção média de 28,4 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed) no segundo trimestre, um aumento de 37% em relação ao trimestre anterior. O aumento pode ser atribuído em grande parte à tomada de controle da Potiguar em 8 de junho, a um aumento gradual em Macau e melhores números em Papa Terra”, explica o BBA.

Por conta da melhor produção, o BBA espera ver uma melhora da receita, com resultado recorde de R$ 775 milhões, alta de 35% no trimestre. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), no entanto, deve crescer menos – apenas 2,6%, para R$ 211 milhões.

“O segundo trimestre deve ser  um  período  transitório, com  custos  de  manutenção  não  recorrentes  devido  aos  atrasos  da  aquisição  da Potiguar  (que  finalmente  foi  concluída  em  junho  passado)  e  devido  a  problemas  temporários  no  Papa-Terra”, diz o Bradesco BBI, que vê o Ebitda da companhia em R$ 188 milhões.

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A XP, que enxerga o Ebitda da 3R em R$ 200 milhões, vê que a grande novidade para este trimestre será o Cluster Potiguar (ao lado de seus ativos downstream) aparecendo nos resultados da empresa. “Acreditamos que ajudará a aumentar a receita líquida e o Ebitda, apesar dos custos de transição e preços mais baixos do Brent como ventos contrários no trimestre”, comenta.

Para a PRIO e para a PetroReconcavo, as percepções da XP – e também das outras casas – é parecida.

“Esperamos que o PRIO reporte resultados fortes, impulsionados por aumentos sequenciais de produção (quase 50% de alta trimestralmente, com um trimestre cheio de Albacora Leste e números fortes do campo de Frade)”, fala a corretora. “Acreditamos que o aumento da produção da PetroReconcavo (+13% no óleo) foi o principal destaque positivo do trimestre. No entanto, este trimestre ainda deve ser afetado por itens extraordinários”.

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Para a primeira, contudo, a XP vê uma redução da receita de 11%, para R$ 484 milhões, e do Ebitda, para R$ 355 milhões, por menores embarques de petróleo e pelo imposto de exportação. A PetroReconcavo, além dessas questões, deve ser impactada por um menor escoamento de gás, com sua receita caindo 10% trimestralmente, para R$ 647 milhões, e o Ebitda, 4%, para R$ 321 milhões.

“Esperamos que a PRIO traga uma queda  sequencial  de  EBITDA devido a preços mais baixos e impostos de exportação”, comenta o BBI. “A PetroReconcavo deve trazer resultados ligeiramente piores, com preços mais fracos do petróleo”, acrescenta.

Para a Enauta, por fim, os resultados devem sofrer também por um recuo da produção. A empresa sofreu em junho uma falha e paradas programadas no Campo de Atlanta. No mês a sua produção recuou 48% na base anual e 2% na mensal, ficando em 9,4 mil boed.

“Prevemos uma receita líquida de R$ 398 milhões, queda de 11% no trimestre, por conta de um preço médio menor do Brent e produção ligeiramente menor”, fala o BBA. “O Ebitda consolidado deve ficar em R$ 244 milhões, afetado por problemas operacionais”.

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