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SÃO PAULO – O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) admitiu ligação com dinheiro movimentado em paraíso fiscal europeu e que supostamente foi desviado da prefeitura de São Paulo na década de 90, conforme documentos obtidos pelas autoridades da Ilha de Jersey e publicados na Folha de S. Paulo na manhã desta segunda-feira (17). Essa foi a primeira vez que o deputado reconheceu a existência do dinheiro, que foi revelado há quase 13 anos. A explicação só veio depois de pressões do Deutsche Bank, que também foi investigado por ter administrado os recursos de Maluf na Ilha de Jersey.
O Deutsche Bank começou a fazer questionamentos sobre a origem dos recursos de Maluf em 1999, quando uma nova lei contra lavagem de dinheiro na Ilha de Jersey, onde era movimentada a fortuna do deputado, obrigou os bancos a se informar melhor sobre seus clientes. O Deutsche movimentou recursos de quatro empresas controladas pela família de Maluf: Durant, Kildare, Macdoel e Sun Diamond.
Para tentar acabar com as acusações, o Deutsche concordou, em fevereiro deste ano, em pagar US$ 20 milhões aos cofres públicos no Brasil para evitar uma ação do Ministério Público Estadual na Justiça. O Tribunal de Jersey condenou as empresas da família Maluf a devolver à prefeitura de São Paulo US$ 32 milhões. Estima-se que US$ 340 milhões tenham sido desviados pelo esquema na época que Maluf foi prefeito de São Paulo, de 1993 a 1996.
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Procurado pela Folha para comentar sobre a sentença da Ilha de Jersey, Adilson Laranjeira, assessor do deputado Paulo Maluf limitou-se a afirmar que “a reportagem se baseia em documento sem identificação e apócrifo, e foi feita para vender jornal”.
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