Presidente eleito do Chile anuncia gabinete moderado e principal índice de ações do país registra alta

Em destaque, Gabriel Boric nomeou o atual chefe do banco central para assumir o comando das finanças públicas

Equipe InfoMoney

Gabriel Boric, presidente eleito do Chile (Getty Images)
Gabriel Boric, presidente eleito do Chile (Getty Images)

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O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, apresentou nesta sexta-feira (21) seu gabinete de governo composto por 24 ministros, dos quais, 14 serão comandados por mulheres – incluindo a neta do ex-presidente Salvador Allende (1970-1973), Maya Alejandra Fernández Allende.

Boric, de esquerda, tomará posse no dia 11 de março e substituirá o presidente atual, Sebastián Piñera, de direita. Para compor o novo governo, foram escolhidos representantes da esquerda e independentes.

Em cerimônia na área externa do Museu Nacional de História Natural de Santiago, Boric destacou que seu governo “começará a escrever um novo caminho na história democrática do país”.

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Os principais ministérios ficaram com Izkia Siches (Interno), Antonio Urrejola (Relações Exteriores), Maya Allende (Defesa), Mario Marcel (Fazenda), Nicolás Grau (Economia), Giorgio Jackson (Secretário-geral da Presidência), Marcela Ríos Tobar (Justiça e Direitos Humanos), Maria Begoña Yarza Sáez (Saúde) e Marcela Hernando (Minas).

Os mercados chilenos tinham um rali nesta sexta-feira, após o recém-eleito presidente escolher Marcel, atual chefe do banco central para comandar o Ministério da Fazenda. O principal índice da Bolsa de Valores de Santiago, o IPSA, avançava cerca de 3,5%, a 4.644 pontos, por volta das 17h15 (horário de Brasília).

“Acreditamos que a nomeação de Mario Marcel como futuro ministro da Fazenda é definitivamente uma boa notícia, pois Marcel é alguém de alta credibilidade que apoiou os dois pilares do arcabouço macroeconômico do Chile: a independência do banco central e a regra fiscal estrutural”, disseram estrategistas do Citigroup.

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As outras escolhas de Boric para seu primeiro gabinete também foram vistas como moderadas. Os anúncios foram positivos, pois mostram o presidente eleito como um político pragmático e fiscalmente responsável, disse o Citi.

“A nomeação de pessoas como Marcel vem fortalecer a ideia de que é um processo de mudança, não repentino, mas lento. Tem mais lógica no sentido de que mudanças radicais são muito mais complexas”, disse Miguel Angel López, professor da Universidade do Chile.

Marcel, um especialista moderado ligado ao Partido Socialista, embora sem militância, terá entre seus desafios promover uma reforma tributária prometida por Boric.

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O novo presidente ainda anunciou ainda algumas das suas prioridades, sendo que as primeiras serão “enfrentar a situação sanitária continuando com a eficaz estratégia de vacinação do governo que está saindo” contra a Covid-19 e operacionalizar no mesmo tempo “a recuperação da economia, diminuindo desigualdades e gerando empregos”.

O segundo objetivo será “o início das grandes reformas que prometemos aos cidadãos na campanha eleitoral, sendo a primeira enfrentar a crise no sul do país que envolve o povo mapuche”. O terceiro será “proteger o processo em andamento da Assembleia Constituinte”, que definirá uma nova Constituição em eleições agendadas para o segundo semestre.

(Com ANSA Brasil e Reuters).

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