Presidente da Caixa nega interesse especulativo na compra do PanAmericano

Maria Fernanda Coelho desmente conhecimento prévio dos prejuízos do banco e reafirma capacidade de cumprir com plano de negócio

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SÃO PAULO – A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, desmentiu em audiência conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e de Assuntos Econômicos do Senado, qualquer conhecimento prévio sobre as deficiências financeiras do PanAmericano (BPNM4) ou interesses políticos envolvidos no negócio de aquisição.

“A Caixa comprou a instituição não como um especulador, mas com base em um planejamento interno”, disse ela. Segundo a executiva, a instituição foi escolhida com base na maior capacidade de sinergia para expandir os negócios de crédito da Caixa ao público de baixa renda. “Do ponto de vista das responsabilidades, isso será apurado pelos órgão de controle”, completou.

Maria Fernanda procurou isentar as consultorias KPMG e Deloitte da responsabilidade por não terem apurado as “inconsistências contábeis” descobertas pelo Banco Central em setembro nas carteiras de crédito. As auditorias foram contratadas para avaliar a situação financeira da instituição no ano passado, no processo de aquisição de 36,5% do controle acionário do Panamericano.

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Em audiência conjunta, Maria Fernanda recebeu o apoio do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que advertiu para as especulações criadas pelo mercado. Além disso, segundo Meirelles, o banco possuía “um caixa elevadíssimo” na época.

Motivações políticas 
A presidente da Caixa negou inúmeras vezes a influência do ex-ministro de Comunicação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Luiz Gushiken, na escolha da compra do banco PanAmericano.

No entanto, preferiu não comentar um encontro entre o presidente Lula e o apresentador Sílvio Santos antes do primeiro turno eleitoral. Rumores apontam que o problema contábil foi ocultado para proteger a campanha da presidenciável eleita Dilma Rousseff (PT-SP).

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“Iremos implementar o plano de negócios”
“Quero reiterar a confiança de que iremos implementar o plano de negócio, dar condições e o retorno esperado aos acionistas controladores”, disse a executiva, ao mesmo tempo em que negou ter tido prejuízo com a operação de cerca de R$ 740 milhões.

Segundo ela, com os R$ 2,5 bilhões tomados pelo Grupo Sílvio Santos do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), o rombo financeiro está coberto e há “plenas condições” de levar adiante as metas para o PanAmericano.

Desta forma, a partir de sexta-feira (26), será iniciada a oferta de crédito à pessoa física. Na mesma data, Maria Fernanda assume a presidência do Conselho de Administração da instituição, junto a cinco outros técnicos da Caixa indicados para a direção do PanAmericano.

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