“Presença de energias renováveis vai crescer, mas vamos precisar de petróleo por muitas décadas ainda”, diz CEO da Enauta

Executivo diz que empresa está em nova fase de crescimento, mas já olha para o futuro com o crescimento das energias limpas

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Com 20 anos de história, sendo quase dez com o capital aberto, a Enauta ( ENAT3) vive um momento de transformação e mudança de estratégia, já de olho inclusive no cenário de transição energética global para fontes limpas.

Em participação no evento Melhores da Bolsa 2020 do InfoMoney e Stock Pickers, Décio Oddone, CEO da Enauta – que venceu como melhor empresa de petróleo e gás -, destacou o foco da empresa em preservar caixa e realizar grandes estudos antes de operar em campos de petróleo, o que trouxe um bom posicionamento da companhia no setor nos últimos anos.

“Esse prêmio vem em um momento muito positivo para nós. Ao mesmo tempo que o mercado está se transformando, a empresa também está”, disse o executivo durante o evento, online e gratuito, que vai até dia 26. Para participar, basta se cadastrar aqui.

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Questionado sobre “trauma” dos investidores com a antiga OGX de Eike Batista, que parecia promissora mas começou a mostrar que seus campos não eram produtivos, Oddone diz que este risco não existe para a sua companhia.

Segundo ele, o que aconteceu no passado foi uma onda de IPOs de petróleo e gás no País, e que a Enauta é a única sobrevivente desse período.

Nestes últimos anos, o executivo destaca que o foco da companhia foi manter o seu caixa. “A Enauta não vai desperdiçar [o caixa] em campos que podem ser secos”, afirma ele lembrando que entre 2011 e 2013 não haviam oportunidades de aquisição no mercado porque os campos estavam quase todos com a Petrobras.

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Por conta disso, a companhia preferiu não correr riscos com aquisições arriscadas e agora consegue ter caixa para aproveitar melhor as oportunidades em um cenário em que a estatal está com um grande plano de desinvestimentos e opções de aquisições estão aparecendo no mercado.

Para ele, com a Petrobras mais focada no pré-sal, o mercado abre espaço para empresas menores, como a Enauta, operarem outros ativos ainda produtivos. O executivo ressalta que a companhia continuará focada na exploração, mas que agora também estará mais de olho em possíveis fusões e aquisições.

Um novo mundo

Para 2021, o executivo destaca três focos para a Enauta: resultados da exploração nos seus campos em Sergipe e Alagoas; a definição sobre tornar o campo de Atlanta um sistema definitivo; e aplicar a sua nova estratégia de buscar a aquisição de campos em produção.

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Porém, o que chamou atenção durante sua apresentação no evento foi o foco que o executivo já tem no futuro de mais longo prazo. Oddone acredita que o petróleo ainda será explorado por muito tempo, mas sabe que a transição para energias mais limpas é algo inevitável em algum momento.

“A presença das energias renováveis vai crescer, e isso é bom […] Mas nós vamos precisar de petróleo e gás por muitas décadas ainda”, afirma.

Questionado sobre como uma empresa de petróleo pode se inserir na vertente do ESG (sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança), o CEO destacou que, por ser de capital aberto, a Enauta já tem uma governança bem desenvolvida, mas reconheceu a necessidade de ainda melhorar.

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Ele disse que já existem medidas em curso dentro da empresa para evoluir sua governança corporativa, além de haver uma proposta voltada para sustentabilidade que deve ser votada em conselho em breve.

“Vamos aprofundar as questões da transição energética”, disse Oddone ressaltando que já está “pensando na Enauta do futuro, em como vamos nos posicionar sobre a transição energética”.

“Passada a nossa fase atual eu queria começar a olhar para energias renováveis […] Qualquer empresas de energia precisa olhar para isso”, completou ele dizendo que o Brasil tem uma matriz energética bastante limpa e que muitas opções existem, como energia solar e eólica.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.