Prem Watsa: o Warren Buffett canadense que “apostou” US$ 4,7 bi na Blackberry

Mercado vê acordo de compra da companhia com ceticismo, mas empresário de origem indiana aposta em sua visão de longo prazo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na última segunda-feira (23), uma notícia movimentou os mercados: a BlackBerry anunciou ter assinado uma carta de intenções com um consórcio liderado pela Fairfax Financial, sua principal acionista, em um acordo que pode chegar a US$ 4,7 bilhões. 

Quem está por trás deste acordo, que é visto com grande ceticismo por alguns analistas dada a situação complicada da BlackBerry, é o empresário Prem Watsa, mais conhecido com Warren Buffett canadense. Watsa é o CEO (Chief Executive Officer) da Fairfax, maior acionista da BlackBerry com cerca de 10% das ações.

O anúncio foi feito cerca de um mês depois da renúncia de Watsa ao conselho do BlackBerry; a renúncia era sinal de que o empresário poderia ter interesse na compra da empresa ao perceber que a companhia poderia buscar um comprador em meio à crise do grupo.

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Prem Watsa nasceu em 1950 e é de origem indiana; em 1971, graduou-se em engenharia química pelo Indian Institute of Technology. Como reitor da Universidade da Waterloo, Watsa mudou-se para Ontário em 1972.

A Fairfax surgiu no país a partir do mercado de seguros rodoviários e, ao longo dos anos, adquiriu propriedades e empresas de seguros. A companhia nasceu em 1987, após Watsa ter assumido a Market Financial Holdings e ter renomeado a companhia. 

Desde então, a sua perspicácia para a realização de investimentos no Canadá é quase inigualável, o que o fez ganhar o título de Warren Buffett do país. Isso porque ele aposta em empresas e tendências de mercado que, se a princípio parecem ser mal aconselhadas no momento, depois acabam se tornando boas opções de investimento. Além disso, a sua tática se assemelha a de Buffett por usar suas operações com seguros para financiar outros investimentos.

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Visão de longo prazo
Prem Watsa prega uma visão de longo prazo que sugere que pode ser muito cedo avaliar a sua decisão de comprar a BlackBerry. Dentre as suas apostas de sucesso, estiveram apostas improváveis durante a crise do subprime nos EUA, entre 2007 e 2008.

Contudo, o empresário coleciona alguns reveses a partir de 2009, momento de maior recuperação no mercado de ações, deixando a impressão de que Watsa está a margem da corrida que está colocando os índices acionários mundiais para níveis recordes nos últimos anos.

Assim, alguns analistas veem com ceticismo a investida na BlackBerry. Porém, conforme ressaltou em reunião de abril, Watsa mostrou estar bem consciente de que a sorte da BlackBerry não viraria do dia para noite e que busca resultados no mais longo prazo. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.