Preço do petróleo despenca mais de 20% e derruba índices futuros das bolsas americanas

O movimento é uma reação à notícia de que a Arábia Saudita anunciou descontos de 20% no preço do barril

Anderson Figo

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – Os preços dos barris de petróleo WTI (Nova York) e Brent (Londres) despencam mais de 20% na noite deste domingo e derrubam os futuros das bolsas americanas.

O movimento é uma reação à notícia de que a Arábia Saudita anunciou descontos de 20% no preço do petróleo para abril e planeja aumentar a produção para acima de 10 milhões de barris diários.

A medida derrubou neste domingo as bolsas de valores dos países do Golfo Pérsico e o valor das ações da própria estatal Aramco, maior petroleira do mundo. A Arábia Saudita produz atualmente 9,7 milhões de barris diários, mas sua capacidade é de 12,5 milhões. Os EUA produzem 13 milhões de barris diários.

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A decisão da Arábia Saudita é uma retaliação contra a Rússia, que recusou na semana passada, na reunião da Opep+, uma redução de 1,5 milhão de barris na produção diária mundial.

Com o fracasso da reunião da Opep+ na semana passada, a partir de abril o preço do petróleo estará livre de qualquer restrição dos 14 países da Organização e da Rússia, que não faz parte do cartel.

O preço do petróleo já havia caído 30% neste ano com a redução da demanda da China e outros países asiáticos atingidos pelo surto do coronavírus.

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Às 20h15 (de Brasília), o petróleo WTI e Brent caíam 20% cada um — é a maior queda desde a Guerra do Golfo, em 1991. No mesmo horário, o futuro de Dow Jones tinha baixa de 4,10%, enquanto o de Nasdaq perdia 3,86% e o de S&P 500 recuava 4,02%.

Em relatório divulgado hoje, o analista Gabriel Fonseca, da XP, afirma esperar “elevada volatilidade” para os ativos correlacionados ao setor de petróleo e gás.

“Nossa visão é a de que é necessário cautela com ativos relacionados ao setor de petróleo e gás no curto prazo, em particular àqueles mais expostos às atividades de exploração e produção (normalmente agrupados na sigla E&P) e refino, enquanto o setor de distribuição de combustíveis deve sofrer impactos marginais relacionados à desvalorização de estoques.”

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.