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SÃO PAULO – A possível fusão entre Eneva (ENEV3) e AES Tietê (TIET11), que foi descartada no momento pela primeira companhia, não está morta. Isso principalmente após parecer da B3 divulgado na véspera, conforme aponta análise do Itaú BBA.
Na semana passada, a Eneva havia decidido encerrar as tratativas em torno da proposta de combinação de negócios que levaria à criação de uma gigante do setor elétrico. A decisão ocorreu após a AES Tietê, depois de rejeitar a fusão por unanimidade afirmar que, mesmo que venha submeter a proposta à deliberação de seus acionistas, não reconhecerá o direito a voto dos detentores de ações preferenciais.
No dia seguinte, o BNDESPar solicitou que o conselho de administração da AES Tietê convocasse uma assembléia de acionistas para votar na transação.
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Na ocasião, a Eneva enxergou nisso um descumprimento do estatuto social da AES Tietê e do Regulamento de Listagem do Nível 2 de Governança Corporativa da B3 e entendeu que a operação não deveria seguir , em meio a um provável embate sobre questões de governança corporativa acerca dos direitos dos acionistas titulares de ações preferenciais da AES Tietê e os interesses do acionista controlador daquela companhia.
Já em parecer divulgado na última segunda-feira (27), a diretora da B3, Flavia Fernandes, apontou que os acionistas preferenciais teriam direito a voto nesses casos. O posicionamento que está de acordo com a visão da Eneva, mas contraria o entendimento dos consultores jurídicos da AES Corp.
Flavia apontou que, para empresas listadas no Nível 2 da B3, detentores de ações preferenciais teriam direito a voto em assembleias sobre assuntos como incorporações e mudança de controle. Já a AES havia apontado que o foro apropriado para discutir o assunto seria a Câmara de Arbitragem do Mercado, e que o regulamento do Nível 2 diz que apenas o diretor-presidente da B3 teria competência para esclarecer casos omissos e situações não previstas pelas regras. Após o parecer, a AES informou em fato relevante que o ofício divulgado pela B3 “interferiu diretamente´´ no caso.
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Assim, em meio a todo impasse, o analista Marcelo Sá, do Itaú BBA, não acredita que a negociação entre ambas as empresas está morta.
Na visão do analista, a declaração de B3 é positiva para o negócio, pois aumenta as chances de aprovação em uma potencial reunião de acionistas, e ele acredita que a Eneva aguardará uma declaração da CVM antes de enviar outra proposta.
Isso porque, aponta, a Eneva não deseja entrar em uma longa batalha legal por direitos de voto e, portanto, só poderá avançar se a CVM concordar com a avaliação de B3.
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O Itaú BBA segue com a recomendação para a ENEV3 de outperform (desempenho acima da média do mercado) e mantém o valor justo de R$ 39,00 por ação para o final de 2020, o que configura um potencial de valorização de 7,2% em relação ao fechamento da última segunda-feira.
Nesta sessão, as units TIET11 subiam cerca de 4% e os papéis ENEV3 avançavam 1% durante a manhã.
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