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Por que o Ibovespa caiu pela 13ª sessão seguida e renovou recorde negativo, apesar de esperança com China?

Mais uma vez notícias provindas do exterior pesaram sobre o índice brasileiro - algo que vem se repetindo nos últimos pregões

Vitor Azevedo

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Está ficando repetitivo. O Ibovespa tentou novamente nesta quinta-feira (17) encerrar a sua maior sequência de baixas da história mas não conseguiu, caindo 0,53%, aos 114.982 pontos – e agora conta com 13 pregões consecutivos de baixa. E de novo foi o cenário externo que puxou o índice brasileiro para baixo.

Vale mencionar ainda que apesar do encadeamento impressionante de quedas, o Ibovespa tem queda de 5,71% em agosto, isso após ter subido 20% nos quatro meses até o final de julho.

“Tivemos um avanço do Ibovespa pela manhã, puxado pelo lado das exportadoras de commodities, mas não se sustentou. Tivemos ontem  um tom mais duro da ata do Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês] ontem, que continua impactar o mercado, bem como as incertezas em relação à China”, fala Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

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O benchmark nacional chegou a subir bem pela manhã – ganhando 0,88% na máxima, aos 106.610 pontos – com esperanças renovadas de que a China irá introduzir medidas para impulsionar o consumo e promover o investimento – em meio a problemas econômicos crescentes com uma crise imobiliária prolongada.

A performance econômica do país asiático tem grande importância no desempenho de companhias brasileiras de mineração e siderurgia, que têm peso grande no Ibovespa. As ações ordinárias da Vale [VALE3) conseguiram fechar no verde, subindo 1,41%, e evitaram um recuo maior. Porém, os ativos da mineradora também fecharam longe das máximas do dia.

Harada expõe que a divulgação do número de novos pedidos de auxílio-desemprego, nos Estados Unidos, trouxe certa pressão às Bolsas de lá. Foram 239 mil, contra 240 mil do consenso e caindo frente aos 250 mil da semana anterior. Uma economia mais aquecida reacende o temor de inflação e de que o Federal Reserve pode voltar a elevar os juros na sua próxima reunião, em setembro.

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Na quarta, analistas já tinham visto o Federal Reserve se mostrando mais preocupado com a atividade econômica americana.

Os treasuries yields para dez anos voltaram a subir, com mais 2,6 pontos-base. Do outro lado, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,84%, 0,77% e 1,17%.

Uma alta de juros nos Estados Unidos pressiona o mercado brasileiro. A alta dos títulos emitidos pelo Governo americano, considerados os papéis “mais seguros do mundo”, pressiona, por exemplo, a curva de juros brasileira. Isso porque eles acabam servindo de referencial para investidores que analisam relações entre risco e retorno.

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A curva de juros brasileira voltou a ter tendência de alta. Os DIs para 2027 ganharam 9,5 pontos-base, a 10,32%, e os para 2029, 10 pontos, a 10,85%. As taxas dos contratos para 2031 ganharam 10 pontos, indo a 11,17%. Os DIs para 2025 e 2025 ficaram estáveis.

Fora a questão do exterior, Gustavo Cruz, estrategista Chefe da RB Investimentos, menciona que, por aqui, falas de Roberto Campos Neto descartando cortes da Selic, hoje em 13,25%, em mais do que 50 pontos-base também impulsionaram as taxas. “Ele quer afastar essa sensação de que pode se dar um ciclo muito rápido para que as expectativas de inflação não subam”, explica.

Com a alta da curva de juros brasileira, companhias ligadas ao mercado interno foram destaque entre as baixas. As ações ordinárias da Via (VIIA3) perderam 6,15%, as da Magazine Luiza (MGLU3), 5,05%, e as da Cyrela (CYRE3), 4,25%.

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O dólar, por fim, teve leve queda de 0,10%, a R$ 4,981 na compra e na venda.

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