Por que é melhor para a Fibria fechar acordo com estrangeiros ao invés da Suzano

Caso uma fusão ou venda da Fibria saia do papel, analistas do UBS apontam três motivos para que ela feche esse negócio com um dos estrangeiros interessados ao invés da companhia brasileira 

Luis Taveira

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SÃO PAULO – Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3), duas gigantes brasileiras do setor de papel e celulose, têm ocupado o noticiário por conta de rumores sobre uma fusão entre elas, que teria a Suzano como controladora ao fim do processo. No entanto, o Estado de S. Paulo ventilou na quinta-feira  que outras quatro gigantes estrangeiras estariam interessadas na Fibria: as asiáticas April Asia e Paper Excelence (que recentemente adquiriu a brasileira Eldorado), a chilena CMPC e a finlandesa UPM.

Na opinião do UBS, o melhor cenário para a Fibria seria uma união com os estrangeiros do que uma fusão tupiniquim, e aponta três motivos para isso. 

Em relatório divulgado aos seus clientes na última quinta-feira, os analistas do banco apontam como primeiro motivo o fato de que é muito raro surgir oportunidades de compra para ativos de celulose “nível 1”, como é o caso da Fibria. Um segundo motivo é que a fusão com a brasileira poderia assegurar o fornecimento de celulose a um custo menor do que o preço de mercado, enquanto ainda serviria para diluir os custos de produção. O terceiro motivo está no fato dos gringos possuírem maior poder de compra que a Suzano, por conta de balanços mais fortes e menores custos de capital – o que, na prática, ajudaria a inflar o preço da Fibria. 

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Na briga entre os 4 candidatos estrangeiros, o UBS acredita que aqueles mais expostos a exportação para a China – onde os produtores estão proibidos de usar a floresta natural – seriam mais beneficiadas.

As ações da Fibria (FIBR3) já subiram 126% nos últimos 12 meses, ao passo que o Ibovespa avançou 26% no período. Só neste mês, os rumores ajudaram a Fibria a escalar 11,7% na bolsa, bem acima da alta de 2,6% do índice. A Fibria, cujas ações estão na Carteira InfoMoney e são destaque nos calls dos Relatórios da Carteiratendem a ser um hedge natural contra uma eventual desvalorização do real, uma vez que sua geração de receitas está vinculada ao dólar, devido ao caráter exportador do seu modelo de negócios.

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E se for a Suzano?
Caso a escolhida seja a Suzano, ao invés de um acordo com uma companhia estrangeira, o Bradesco BBI espera um ganho de sinergia entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões para a “nova empresa”, segundo relatório enviado aos seus clientes no último dia 20. O impacto em valor de mercado nas duas empresas, segundo o banco, seria de R$ 10 por ação da Fibria e de R$ 4 por cada papel da Suzano.

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