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SÃO PAULO – Caso a Grécia deixe a Zona do Euro, fato que o mundo só saberá depois das eleições deste domingo (17) no país, a desaceleração econômica do bloco monetário pode ser quatro vezes maior do que a esperada para 2012. Segundo projeções do Itaú BBA, o PIB (Produto Interno Bruto) da região, que tende a recuar 0,6% este ano na manutenção do atual cenário, deve cair 2,7% se a fuga grega se concretizar e a capacidade de reação do Banco Central Europeu for limitada por falta de consenso entre os líderes.
“A União Europeia tem reforçado suas linhas de defesa, mas ainda são insuficientes. Assim que for implementado o ESM (Mecanismo Europeu de Estabilidade), esperado para julho, o bloco terá € 500 bilhões em capacidade livre de empréstimo. Se a Itália e Espanha perderem acesso aos mercados, esse valor não cobriria todas as necessidades de financiamento da periferia nos próximos anos”, afirma a instituição em relatório.
Vale ressaltar, contudo, que os líderes do bloco ainda não conseguem convergir em relação à atuação do BCE. “Eles ainda não concordam sobre medidas cruciais, como a permissão para o ESM fazer empréstimos diretamente aos bancos, os eurobônus, uma garantia de depósitos para toda a Zona do Euro e mecanismos de resoluções bancárias”, aponta o documento. Além disso, assim que definidas, as ações conjuntas levarão tempo para surtir efeito.
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Para evitar contágio, portanto, na avaliação do Itaú BBA, o BCE precisaria partir para uma expansão quantitativa “em larga escala” com compras de bonus soberanos e possivelmente papéis do setor privado.
Ainda assim, este é um cenário considerado “alternativo” pela financeira. A expectativa oficial do Itaú BBA é de que a Grécia fique ainda por um tempo na Zona do Euro. Desta forma, as projeções para a economia do bloco são de retração de 0,6% em 2012 e de expansão de 0,4% em 2013.
Mas sempre pode ser pior
Embora descarte um efeito dominó mais intenso na Zona do Euro com a saída da Grécia, o Itaú BBA alerta para a possibilidade de uma desaceleração muito maior no bloco. Isso porque outros países poderiam deixar a moeda única em seguida, como Espanha e Portugal, se o Banco Central Europeu se recusar a agir em prol dos remanescentes.
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Se essa hipótese se materializar, a queda do PIB no bloco monetário alcançaria os astronômicos 14% no acumulado entre 2012 e 2013 – 5% este ano e 9,1% no próximo.
“Esse desfecho é menos provável, mas não impossível”, apontam os analistas da instituição. “Se ocorrer uma grande fuga de capital na periferia, as provisões de liquidez do BCE para bancos da região aumentariam significativamente, o que causaria uma disparada na já grande exposição do Bundesbank, atualmente estimada em € 600 bilhões”, complementa.
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