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SÃO PAULO – O Ibovespa teve um pregão de ressaca nesta quarta-feira (26), dia que marcou a reabertura da B3 após dois dias sem atividades em função do feriado de Natal. O benchmark encerrou a sessão com perdas de 0,65%, a 85.136 pontos, repercutindo parcialmente o movimento negativo dos mercados na última segunda-feira, quando os principais ADRs (American Depositary Receipt) de empresas brasileiras negociados em Wall Street caíram mais de 1%, contaminados por um pessimismo dos investidores estrangeiros com o tensionamento nas relações entre o presidente norte-americano Donald Trump e o Federal Reserve, além do shutdown no país.
Nem mesmo o pregão de recuperação nas bolsas em Nova York e a disparada do petróleo no mercado internacional foram suficientes para garantir uma virada do índice brasileiro. Mesmo assim, o fechamento representou uma queda bem mais moderada do que o movimento que chegou a ser visto no intraday. Do lado acionário, ganhou destaque a recuperação das ações da Petrobras, que caíram 2,6% durante a manhã mas encerraram o dia em alta superior a esse percentual. Além da estatal, também apresentaram fortes ganhos os papéis da Marfrig (MRFG3), liderando a ponta positiva da carteira teórica do Ibovespa.
No noticiário corporativo, destaque para notícia de que a Eletrobras planeja investir até R$ 30,2 bilhões entre 2019 e 2023 e que o Grupo Pão de Açúcar pretende vender sua posição na Via Varejo a mercado até o fim de 2019 caso não encontre um comprador para as ações. Além disso, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região rejeitou novamente decisão que suspendia o acordo firmado entre Embraer e Boeing.
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Confira os destaques acionários do pregão:
Embraer (EMBR3)
A Justiça Federal revogou, na madrugada do último sábado, a liminar que suspendia acordo entre Embraer e Boeing pela segunda vez. Em sua decisão, a desembargadora Therezinha Cazerta, presidente do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), disse que não cabe ao Judiciário decidir sobre o futuro da companhia brasileira.
“Estado-juiz não é detentor de ‘golden share’. À reserva de jurisdição incumbe a proteção de direitos, no sentido forte do termo, e não a definição dos rumos da maior sociedade empresária brasileira de aviação”, escreveu.
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O acordo prevê a criação de uma joint venture da qual a Boeing terá 80% e Embraer ficará com os 20% restantes. A nova empresa é avaliada em US$ 5,26 bilhões. O negócio ainda precisa passar pelo crivo do governo, dos acionistas e das autoridades regulatórias.
Via Varejo (VVAR3)
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) vai se desfazer da participação que tem sobre a Via Varejo, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio. Conformou noticiou a empresa na última sexta-feira (21), caso não encontre comprador, venderá sua posição no mercado até o fim de 2019. Também foi anunciada mudança na presidência da Via Varejo — a quarta em cinco anos e meio. Agora, Peter Estermann, atual CEO do GPA, acumulará a função de comandante da companhia.
O GPA busca um comprador para o controle da Via Varejo há dois anos. Conforme noticia o jornal Valor Econômico, além da busca de um investidor estratégico para as 43,3% de ações da varejista, outro caminho estudado pelo grupo é se desfazer dos papéis em operações no mercado no ano que vem. O processo de saída começa nesta quinta-feira, quando serão vendidas em bolsa 50 milhões de ações, o que equivale a 3,86% do capital acionário da companhia.
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A movimentação pode abrir a possibilidade de o herdeiro das Casas Bahia, Michael Klein, voltar a influenciar na gestão da empresa. Conforme noticiou a Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo, embora Klein admita reservadamente seu interesse em voltar a influenciar na empresa, a família não deseja aumentar sua fatia no capital da Via Varejo, hoje em 25,53%, porque quer evitar a obrigação de ter que estender as mesmas condições de compra a minoritários.
Na avaliação dos analistas da XP Investimentos, o movimento de venda a mercado pode pressionar os papéis. “Vemos a reestruturação do time como positiva mas reconhecemos que a venda da participação do controlador a mercado, caso a empresa não seja vendida a um comprador estratégico, pode gerar pressão adicional ao papel da Via Varejo, além da incerteza em relação às tomadas de decisão com a potencial falta de um acionista controlador”, observaram em relatório a clientes.
Eletrobras (ELET3)
A Eletrobras anunciou seu plano de negócio para o período entre 2019 e 2023 e projeta investir até R$ 30,2 bilhões, sendo R$ 16,98 bilhões em geração e R$ 9,55 bilhões em transmissão. Para o ano que vem, as expectativas são de que os investimentos cheguem a R$ 5,68 bilhões. Também chama atenção a perspectiva da companhia de finalizar seu programa de desinvestimento no próximo ano e de viabilizar a conclusão da usina nuclear de Angra 3. O elevado volume de investimentos previstos pela companhia tende a preocupar o mercado.
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BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3)
O acordo de acionistas firmado entre a VDQ Holdings, controladora da Minerva Foods, e a BRF foi rescindido. Com isso, a BRF perde o contrato de fornecimento de carne bovina que tinha com a Minerva. A rescisão se deu em função de aumento de capital de cerca de R$ 1 bilhão da Minerva. Como a BRF decidiu não subscrever as novas ações da companhia, sua participação acionária caiu de 6,7% para 4,04%, o que faz com que o acordo, que exigia manutenção de participação mínima de 6%, perca a validade.
Gol (GOLL4)
Os papéis da companhia destoam do movimento negativo do mercado brasileiro neste pregão. O noticiário do setor aéreo tem sido conturbado nas últimas semanas, com o pedido de recuperação judicial da Avianca Brasil, a edição de uma medida provisória que permite a entrada de 100% de capital estrangeiro nas companhias e a notícia de um potencial interesse da Azul (AZUL4) pela Avianca Brasil. Desde então, as ações da Gol acumulam ganhos superiores a 20%, ao passo que os papéis da Azul têm movimento quase estável.
Na avaliação da equipe de análise da XP Investimentos, o descolamento da Gol pode ter em parte incorporado um cenário de menor competição e absorção adicional da demanda da empresa concorrente, a despeito da ainda baixa visibilidade dos efeitos dos recentes eventos no mercado. “Um eventual corte de capacidade por parte da companhia poderia ter impacto positivo para as empresas, e potencialmente mais direto para aquelas que têm maior sobreposição de rotas”, observaram. Os especialistas mantêm preferência por Azul, com preço-alvo de R$ 40,00 por ação.
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Petrobras (PETR3; PETR4)
Os preços do petróleo intensificaram alta na tarde desta quarta-feira (26), após chegarem ao menor patamar desde junho de 2017 no pregão da véspera do Natal (o que levou a uma queda de 1,6% dos ADRs da Petrobras em Wall Street). Os barris tipo WTI dispararam 9,64%, a US$ 46,63, ao passo que os barris tipo brent saltaram 8,74%, a US$ 54,88, fazendo com que as ações da Petrobras saíssem de uma queda que chegou a 2,58% para ganhos acima de 3%.
O movimento da commodity segue uma redução nas preocupações do mercado com o ritmo de produção, após um esforço dos produtores aliados, conhecidos como OPEP+, para reduzir a oferta. A ideia seria reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia em 2019, medida que pode ser intensificada a depender do que advogam alguns ministros.
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Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)
O conselho de administração da Fibria destituiu da diretoria estatutária da empresa Marcelo Castelli e Guilherme Cavalcanti, diretor-presidente e diretor financeiro, respectivamente, tendo em vista a previsão de consumação da operação de combinação de negócios com a Suzano.
De acordo com o comunicado da empresa, a destituição dos diretores acontecerá de fato quando a fusão entre Fibria e Suzano se concretizar em 14 de janeiro de 2019. Além disso, o conselho também optou por encerrar as atividades e destituir todos os membros dos comitês de assessoramento, como o de finanças, de sustentabilidade, de pessoas e remuneração e de inovação.
Copel (CPLE6)
A Agência Nacional de Energia Elétrica liberou para operação em teste a Unidade Geradora 1 da Usina Hidrelétrica de Colíder da Copel. Além disso, a empresa informou que expirou o acordo de acionistas entre o Estado do Paraná e o BNDES Participações. O acordo, assinado em 22 de dezembro de 1998 com vigência de 20 anos, acabou neste último sábado (22).
Taesa (TAEE11)
A Taesa obteve licenças de instalação e operação para iniciar a construção das linhas de transmissão do empreendimento Mariana Transmissora de Energia Elétrica, da cidade de mesmo nome em Minas Gerais. A empresa espera a publicação da emissão em órgãos oficiais.
Eletropaulo (ELPL3)
A Eletropaulo celebrou instrumento particular de mútuo financeiro de R$ 420 milhões com Enel Finance. O valor definido se destina ao reforço de capital de giro. A operação foi aprovada pelo conselho de administração da companhia.
Renova Energia (RNEW11)
A Renova Energia recebeu uma proposta vinculante de financiamento da Farallon para conclusão das obras e equacionamento financeiro do Complexo Eólico Alto Sertão III. A administração da empresa está avaliando a proposta recebida.
Banco do Brasil (BBAS3)
A companhia informou ao mercado que o diretor de suprimentos, infraestrutura e patrimônio Nilson Martiniano e o diretor de Gestão de pessoas José Caetano de Andrade Minchillo renunciaram aos seus respectivos cargos.
Ecorodovias (ECOR3)
O conselho de administração da Ecorodovias aprovou a 4ª emissão de debêntures no valor de R$ 300 milhões.
Proventos
Bradespar (BRAP4)
A diretoria da Bradespar propõe pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 217 milhões, montante equivalente a R$ 0,5855 por ação ordinária e R$ 0,6440 por ação preferencial.
EDP Energias do Brasil (ENBR3)
O conselho da EDP Energias do Brasil aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 439 milhões. Além disso, a empresa informou que a venda da EDP PCH e da Santa Fé Energia foi concluída. O valor por ação ordinária é de R$ 0,7241259.
Multiplan (MULT3)
O conselho fiscal da Multiplan aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio de R$ 70 milhões, o equivalente a R$ 0,11776 por ação.
Hering (HGTX3)
O conselho de administração da Hering aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio de R$ 39.995.663,24, equivalente a R$ 0,2478 por ação. O pagamento ao acionistas será realizado em 15 de janeiro de 2019, utilizando como base de cálculo a posição acionária de 3 de janeiro de 2019.
Unidas (LCAM3)
O conselho de administração da Unidas (ex-Locamerica) aprovou o pagamento de juro sobre o capital próprio de R$ 28.853.069,82, o que equivale a R$ 0,1966 por ação.
SulAmérica (SULA11)
O conselho de administração da SulAmérica aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio de R$ 160 milhões, o que equivale a R$ 0,4135 por unit.
Totvs (TOTS3)
O conselho da companhia aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 13.076.130,88, o que equivale a R$ 0,08 por ação..
(com Agência Estado)
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