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O preço negociado pela Petrobras (PETR3;PETR4) para a venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, representa pouco mais da metade, ou 55%, do valor real do ativo, segundo cálculos de analistas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
Segundo o estudo, a refinaria vale pelo menos US$ 62 milhões, enquanto o valor negociado é de US$ 34 milhões.
A Petrobras comunicou ao mercado, no fim da tarde de quarta, que assinou contrato com a empresa Grepar Participações para a venda da Lubnor. A Grepar tem participação das empresas Grecor Investimentos em Participações Societárias Ltda., Greca Distribuidora de Asfaltos Ltda. e Holding GV Participações S.A..
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O estudo do Ineep traz dois cenários-base e considera um piso cambial de US$ 5,08 e um pico de US$ 5,70, faixa adotada em função da alta volatilidade cambial da economia brasileira. A partir desses dois cenários e preços do dólar, o estudo conclui que a refinaria pode valer entre US$ 62 milhões e US$ 70 milhões.
Para o cálculo foi utilizado o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), que se baseia no valor presente dos fluxos de caixa, projetando-os para o futuro. Do resultado, são descontadas: taxa que reflete o risco do negócio, despesas de capital (investimento em capital fixo) e necessidades adicionais de giro, informou o instituto em nota.
Como a Petrobras não apresenta informações individuais de cada refinaria, para estimar as receitas e despesas da Lubnor, o Ineep diz ter feito um “rateio” dos dados disponibilizados pela estatal.
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Além disso, deve-se considerar que as estimativas de caixa futuro podem variar em função das premissas adotadas para o preço de petróleo, mas, segundo Ineep, “mesmo considerando variações, “não foi observado nenhum cenário em que o preço do ativo estivesse no valor negociado pela Petrobras”.
A Lubnor possui capacidade de processamento de 8 mil barris por dia e é uma das líderes nacionais na produção de asfalto, além de ser a única unidade no país capaz de produzir lubrificantes naftênicos.
Na direção certa?
Analistas de mercado também destacaram a venda da Lubnor pela Petrobras. O time de research da XP aponta que, apesar da pequena representatividade do ativo, vê a operação como mais um passo na direção de libertar a companhia do risco político de ingerência para controle de preços de combustíveis.
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Os principais desafios agora são as grandes refinarias (REGAP, RNEST, REPAR e REFAP), mas os analistas acreditam que não ocorrerão novas vendas antes da decisão das eleições no Brasil e o novo governo eleito começar a demonstrar o norte econômico que irá perseguir.
O Morgan Stanley também vê a venda da refinaria Lubnor como positiva, mas secundária neste momento.
“A operação não move uma agulha para a criação de um mercado verdadeiramente competitivo no país, embora seja um desenvolvimento positivo. Mas, neste momento, os principais temas a serem observados serão os próximos passos na gestão, mudanças no conselho, bem como quaisquer ajustes nos estatutos da empresa e na política de preços à medida que as discussões eleitorais se intensificam no Brasil”, avaliam os analistas.
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Assim, o banco mantém classificação equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para Petrobras e preço-alvo de US$ 15 para o ADR (na prática, a ação da companhia brasileira negociada nos EUA).
Também na visão dos analistas do Credit Suisse, a venda é marginalmente positiva, mostrando avanços na venda de ativos do segmento de refino.
(com Estadão Conteúdo)
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