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Bloomberg — A Petrobras (PETR3; PETR4) pediu a bancos chineses para financiar o avanço de sua exploração de petróleo em águas profundas, em um sinal de laços crescentes entre a petrolífera brasileira e a segunda maior economia do mundo.
A estatal reuniu-se recentemente com instituições financeiras chinesas para negociar financiamentos para si mesma, e principalmente para sua cadeia de fornecedores de equipamentos e serviços, disse o diretor executivo financeiro Sergio Caetano Leite em uma entrevista à Bloomberg News.
A ideia é garantir que haja capital suficiente e acessível para projetos de petróleo em águas profundas no Brasil.
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A iniciativa da Petrobras ocorre no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca investimentos chineses para concretizar seus ambiciosos planos de reindustrialização da economia brasileira.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e compra quase um terço de todas as exportações do país.
“A Petrobras tem crescido em um ritmo acelerado e quer garantir que seus fornecedores possam acompanhar esse crescimento”, disse o executivo em entrevista na sede da Petrobras.
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Muitas das plataformas flutuantes, de produção, armazenamento e transferência que a Petrobras compra ou aluga são montadas em estaleiros chineses. Isso torna mais fácil para os construtores das chamadas FPSOs obterem empréstimos chineses para as embarcações, que podem custar até US$ 3,5 bilhões cada.
Os bancos chineses também ajudarão a Petrobras a financiar seus projetos de energia renovável, disse Leite.
As instituições financeiras chinesas já respondem por mais de 25% dos empréstimos da Petrobras, e Leite vê essa participação crescendo, embora a empresa pretenda manter seu endividamento total abaixo de US$ 65 bilhões.
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A Petrobras assinou memorandos com prazo de cinco anos com o China Development Bank e o Bank of China durante uma viagem de negócios ao país no mês passado. A diretoria da estatal se reuniu ainda com outras instituições financeiras, incluindo Sinosure, CITIC Bank, ICBC e fundos soberanos chineses.
A Petrobras está estudando a abertura de uma subsidiária chinesa no próximo ano para se concentrar em finanças e compras, disse ele.
A Petrobras tem a maior frota de FPSOs e a que mais cresce no mundo. A empresa acrescentará mais 14 até o final de 2027 e, se seus fornecedores tiverem melhor acesso ao crédito, isso reduzirá os custos gerais, disse Leite.
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As transações financeiras em yuan também são um tópico que os bancos chineses gostariam de discutir com a Petrobras, disse ele.
Atualmente, a Petrobras não tem nenhuma operação em andamento na moeda chinesa. A Petrobras também está trabalhando para se aproximar dos países do Oriente Médio. Após uma viagem à China no mês passado, os executivos da empresa pararam em Abu Dhabi para reuniões com empresas como Adnoc e Mubadala Capital.
A estatal também planeja uma visita à Arábia Saudita em breve, disse Leite. Leite vê os países do Golfo como atores importantes na transição energética, pois “buscam reverter sua imagem de vilões do petróleo” e estão dispostos a gastar muito na descarbonização da economia.
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A própria Petrobras está planejando destinar até 15% de seus investimentos totais a projetos de energia renovável e está procurando parceiros para compartilhar os custos de investimento.
“Quem vai bancar a transição energética é o setor financeiro e a indústria de petróleo e gás”, disse o executivo.
© 2023 Bloomberg L.P.
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