Petrobras (PETR4): por que o Orçamento do governo deu uma indicação muito positiva sobre os dividendos da estatal

Orçamento inclui R$ 41,5 bilhões em pagamentos de dividendos de empresas estatais, e Petrobras deve ser a principal pagadora

Equipe InfoMoney

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 12: A person walks by The Petroleo Brasileiro SA (Petrobras) headquarters on May 12, 2023 in Rio de Janeiro, Brazil. Brazilian President Lula Da Silva said on Thursday that his administration is working to reduce the price of gas in Petrobras and that the government will keep its stake at the company. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)
RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 12: A person walks by The Petroleo Brasileiro SA (Petrobras) headquarters on May 12, 2023 in Rio de Janeiro, Brazil. Brazilian President Lula Da Silva said on Thursday that his administration is working to reduce the price of gas in Petrobras and that the government will keep its stake at the company. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)

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Em meio a tantos anúncios do governo para aumentar a arrecadação que podem afetar negativamente as ações de diversas empresas, uma sinalização dele foi considerada positiva quando o assunto é um dos pilares das teses de investimentos da Petrobras (PETR3;PETR4): o pagamento de dividendos.

O Orçamento Anual da União (PLOA) divulgado quinta-feira (31) na Câmara dos Deputados inclui R$ 41,5 bilhões em pagamentos de dividendos ao governo federal provenientes de empresas estatais.

O Bradesco BBI aponta que, dado que a Petrobras é a maior pagadora de dividendos ao governo federal,  a empresa poderia representar R$ 20-25 bilhões desse valor.

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Se for considerado o ponto médio dessa faixa (R$ 22,5 bilhões) e dividido pela participação do governo federal (28,7%), chegaria a um pagamento total de dividendos de R$ 78 bilhões para a Petrobras em 2024 (rendimento de 18%).

“Isto também incorpora preços muito conservadores do petróleo do governo no orçamento (US$ 74/barril), portanto, há um risco de alta para esses números, o que mostra que a nossa estimativa de rendimento de dividendos de 17%-27% para o Petrobras em 2024 faz sentido”, apontam os analistas Vicente Falanga e Gustavo Sadka. Assim, a proposta de Orçamento apoia a projeção do banco de pagamentos extraordinários de proventos.

O Bradesco BBI tem recomendação de compra para a ação PN da Petrobras, com preço-alvo de R$ 38, tendo ficado mais otimista com os papéis em agosto, logo depois do reajuste de combustíveis, em meados de agosto.

Outros grandes bancos elevaram a recomendação para as ações de neutra para compra após o reajuste, caso de BTG Pactual, Bank of America e UBS BB, destacam o pagamento de dividendos como um dos principais pilares para a tese positiva, também vendo a necessidade do governo de receber os valores da estatal para fechar as contas.

Já em relatório desta segunda-feira (4), o Citi reforçou a visão de que a expectativa do governo em receitas com dividendos na PLOA-2024 apoia o foco atual da petroleira em sua nova política de dividendos, com potencial para pagamentos extraordinários, diz o Citi.

O banco destaca que o  projeto do orçamento prevê que o governo receberá R$ 49 bilhões em dividendos neste ano e R$ 41 bilhões no ano que vem e que, desde 2020, a Petrobras responde por cerca de 58% deste montante.

Assim, levando em conta a fatia da União na Petrobras, a empresa teria que pagar R$ 100 bilhões em dividendos neste ano e R$ 84 bilhões em 2024. No acumulado de 2023, a estatal já pagou ou anunciou R$ 96 bilhões, sendo necessários somente mais R$ 4 bilhões para a meta.

Para o Citi, a estatal pagará R$ 57 bilhões em dividendos, impactada pelo possível acordo que terá de fazer para evitar cobrança do montante que deve à Fazenda Nacional. Menos otimista que o BBI, o banco não vê espaço para as ações da Petrobras subirem, uma vez que o dividend yield s deve diminuir e a diferença de preços para grandes petrolíferas foi reduzido. O Citi possui recomendação neutra para os ADRs (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York) da Petrobras, com preço-alvo em US$ 14.