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Em meio a tantos anúncios do governo para aumentar a arrecadação que podem afetar negativamente as ações de diversas empresas, uma sinalização dele foi considerada positiva quando o assunto é um dos pilares das teses de investimentos da Petrobras (PETR3;PETR4): o pagamento de dividendos.
O Orçamento Anual da União (PLOA) divulgado quinta-feira (31) na Câmara dos Deputados inclui R$ 41,5 bilhões em pagamentos de dividendos ao governo federal provenientes de empresas estatais.
O Bradesco BBI aponta que, dado que a Petrobras é a maior pagadora de dividendos ao governo federal, a empresa poderia representar R$ 20-25 bilhões desse valor.
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Se for considerado o ponto médio dessa faixa (R$ 22,5 bilhões) e dividido pela participação do governo federal (28,7%), chegaria a um pagamento total de dividendos de R$ 78 bilhões para a Petrobras em 2024 (rendimento de 18%).
“Isto também incorpora preços muito conservadores do petróleo do governo no orçamento (US$ 74/barril), portanto, há um risco de alta para esses números, o que mostra que a nossa estimativa de rendimento de dividendos de 17%-27% para o Petrobras em 2024 faz sentido”, apontam os analistas Vicente Falanga e Gustavo Sadka. Assim, a proposta de Orçamento apoia a projeção do banco de pagamentos extraordinários de proventos.
O Bradesco BBI tem recomendação de compra para a ação PN da Petrobras, com preço-alvo de R$ 38, tendo ficado mais otimista com os papéis em agosto, logo depois do reajuste de combustíveis, em meados de agosto.
Outros grandes bancos elevaram a recomendação para as ações de neutra para compra após o reajuste, caso de BTG Pactual, Bank of America e UBS BB, destacam o pagamento de dividendos como um dos principais pilares para a tese positiva, também vendo a necessidade do governo de receber os valores da estatal para fechar as contas.
Já em relatório desta segunda-feira (4), o Citi reforçou a visão de que a expectativa do governo em receitas com dividendos na PLOA-2024 apoia o foco atual da petroleira em sua nova política de dividendos, com potencial para pagamentos extraordinários, diz o Citi.
O banco destaca que o projeto do orçamento prevê que o governo receberá R$ 49 bilhões em dividendos neste ano e R$ 41 bilhões no ano que vem e que, desde 2020, a Petrobras responde por cerca de 58% deste montante.
Assim, levando em conta a fatia da União na Petrobras, a empresa teria que pagar R$ 100 bilhões em dividendos neste ano e R$ 84 bilhões em 2024. No acumulado de 2023, a estatal já pagou ou anunciou R$ 96 bilhões, sendo necessários somente mais R$ 4 bilhões para a meta.
Para o Citi, a estatal pagará R$ 57 bilhões em dividendos, impactada pelo possível acordo que terá de fazer para evitar cobrança do montante que deve à Fazenda Nacional. Menos otimista que o BBI, o banco não vê espaço para as ações da Petrobras subirem, uma vez que o dividend yield s deve diminuir e a diferença de preços para grandes petrolíferas foi reduzido. O Citi possui recomendação neutra para os ADRs (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York) da Petrobras, com preço-alvo em US$ 14.