Petrobras (PETR4): criação de diretoria de transição energética era esperada e mais mudanças estão no radar, apontam analistas

Para os analistas do BBA, outras mudanças que foram anunciadas também visam dar maior foco ao segmento de gás natural dentro da empresa

Equipe InfoMoney

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Em meio a um noticiário movimentado para as companhias estatais, na noite da última quinta-feira a Petrobras (PETR3;PETR4) anunciou um novo desenho para o organograma da empresa, aprovado pela diretoria executiva. Entre as mudanças está a criação da Diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis.

Além disso, há modificações nos nomes e atribuições das demais diretorias da empresa. Ao menos uma delas, de Inovação e Transformação Digital, será extinta e terá as funções repassada a outras duas para manter o número de diretorias em oito e não acarretar aumento de custos, informou a Petrobras.

A mudança, que a Petrobras chamou de “ajuste organizacional”, ainda será submetida ao Conselho de Administração da companhia para aprovação.

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Para a nova diretoria de Transição Energética e Renováveis, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, formalizou a indicação de Maurício Tolmasquim, professor da Coppe-UFRJ e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética no governo Dilma Rousseff.

Em comunicado, a empresa informa que a pasta de Tolmasquim vai coordenar atividades de descarbonização, mudanças climáticas, novas tecnologias e sustentabilidade, e também vai incorporar as atividades comerciais de gás natural.

O gás era alvo de disputas entre os novos diretores e sua ida para o guarda-chuva de Tolmasquim atesta a força do agora executivo na estatal e sua proximidade com Prates. No Brasil e no mundo, o gás natural é encarado como o combustível da transição e uma das chaves para o desenvolvimento econômico de curto prazo.

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Outras mudanças na estrutura organizacional da Petrobras envolvem a tradicional Diretoria de Desenvolvimento da Produção, ocupada por Carlos José do Nascimento Travassos, que vai acumular novas funções, sendo renomeada para Diretoria de Engenharia, Tecnologia e Inovação. Com isso, será extinta a diretoria de Inovação e Transformação Digital, até então chefiada por Carlos Augusto Barreto.

“A criação de uma nova área com foco em Renováveis e Transição Energética era esperada para acontecer mais cedo ou mais tarde. Maurício Tolmasquim já foi citado nos noticiários diversas vezes como o nome mais provável para o cargo”, afirma o Itaú BBA.

Para os analistas do banco, as demais mudanças anunciadas visam dar maior foco ao segmento de gás natural dentro da empresa, tornar o posicionamento de market share (participação de mercado) um foco da diretoria de Trading e Logística e ampliar a abrangência das tradicionais diretorias técnicas para além dos combustíveis fósseis.

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O Bank of America pontua ainda que nenhuma mudança nas diretorias de exploração e produção e de governança e compliance foi anunciada. Os analistas destacam, porém, que no mês passado o jornal O Estado de S. Paulo noticiou que esta última foi alvo de críticas pelo novo CEO, sugerindo que novas mudanças ainda podem ocorrer.

Além disso, avalia o BofA, estas alterações estão de acordo com as indicações recentes da administração de buscar medidas de transição energética, como já esperado na nova gestão. Porém, essas mudanças têm recorrentemente gerado dúvidas no mercado sobre a mudança de foco, distanciando-se de focar nas operações de maior rentabilidade da estatal.

Cabe destacar que, nesta segunda-feira, em discurso durante reunião ministerial que marcou 100 dias do início do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a transição energética do Brasil para a maior utilização de fontes de energia renováveis será acelerada, com o lançamento de novos leilões para ampliação da energia solar e eólica.

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Lula também afirmou que o país se transformará em uma potência da produção de hidrogênio verde e que a Petrobras financiará pesquisas sobre combustíveis renováveis. Ele frisou que a Petrobras não é uma empresa apenas de petróleo, mas de energia.

Os analistas do BofA e do Itaú BBA mantêm recomendação equivalente à neutra para a Petrobras.

(com Estadão Conteúdo e Reuters)

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