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Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o comando da Petrobras (PETR3);PETR4), Jean Paul Prates deu novos sinais de que haverá mudanças na política de preços praticada pela estatal. Desde 2016, no governo de Michel Temer (MDB), a empresa adota o Preço de Paridade Internacional (PPI), a qual Prates se referiu como “abstração”, em sua primeira entrevista coletiva como principal porta-voz da petrolífera.
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“PPI é o preço do concorrente e só garante a ele posição confortável”, afirmou. O PPI foi instituído após uma época em que os preços dos combustíveis eram negociados artificialmente abaixo da cotação internacional, como maneira de conter a disparada da inflação. “A Petrobras vai praticar o preço do mercado onde ela estiver atuando”, disse. “O PPI deixará de ser único parâmetro”.
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Em suas afirmações, Prates parte do princípio de que PPI não é sobre paridade internacional, mas sim de importação. “Logo, não quer dizer que nos afastaremos da referência internacional”, disse ele. O escolhido de Lula para assumir a Petrobras diz que o PPI foi essencial para os importadores, mas não necessariamente para a estatal. Nesse sentido, afirmou que os governos passados foram “intervencionistas”, obrigando a empresa a praticar o preço do concorrente.
“Deixar entrar concorrentes e aplicar preço abstrato para favorecê-lo não é o certo”, afirmou. “Temos produção e refino no Brasil e precisamos usar isso a nosso favor”.
A nova política de preços da Petrobras ainda está em discussão com o novo governo, mas Prates já adiantou que o atual acionista majoritário da companhia não acha o PPI adequado para o mercado nacional. Contudo, ele também disse que não há nenhum grau de intervencionismo do governo na petrolífera.
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O novo presidente da estatal defende “uma política de transversal, de referência de preço, de estoques estratégicos”, e disse não acreditar em apenas um preço de referência para todo o país.
“PPI vai estar em vigor no Brasil para o importador e para quem precisar importar”, afirmou.
Prates também defendeu flexibilidade na política de remuneração aos acionistas do estatal. “Política de dividendos não deve ser regra dura nem incógnita”, afirmou. “Dividendos tem que ser uma regra um pouco solta, para empresa poder propor trade-offs com acionistas”.
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Outro ponto abordado pelos jornalistas na coletiva foi a suspensão por 90 dias de vendas de ativos da estatal, como o Polo Potiguar, no Rio Grande do Norte, e a Lubnor, refinaria de lubrificantes, no Ceará. Prates diz que a Petrobras vai “aproveitar essa janela de oportunidade que o governo permitiu” para olhar com mais atenção para os ativos e convocar os compradores para avaliar das negociações.
Algumas dessas vendas já estavam em fase final, “mas ainda sob responsabilidade da Petrobras”, lembrou Prates.
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