Petrobras mergulha na reta final e holding da Vale cai 4%; small caps vão de queda de 10% à alta de 50%

Confira os principais destaques de ações da bolsa desta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa apagou os ganhos e virou para queda na reta final do pregão desta quinta-feira (01), com mercado preocupado com a votação das reformas e de olho na virada para baixo dos preços do petróleo no mercado internacional, que ajudou a derrubar as ações da Petrobras. Com isso, o principal índice de ações da bolsa brasileira fechou em queda de 0,67%, a 62.288 pontos, pressionado ainda pelos papéis de peso dos bancos e da Vale, que estenderam a forte queda de ontem(quando caíram 5%), penalizada por mais um dia de perdas dos preços do minério de ferro.  

Confira abaixo os principais destaques de ações desta quinta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,54, -0,59%; PETR4, R$ 12,82, -1,08%)
As ações da Petrobras viraram para queda na reta final de pregão, com o mergulho dos preços do petróleo no mercado internacional. O movimento ocorreu poucos minutos antes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a saída do país o acordo de Paris. Mais cedo, a commodity registrava ganhos após dados melhores do que o esperado dos estoques de petróleo nos EUA. Os estoques de petróleo nos EUA caíram em 6,4 milhões de barris na semana, superando as expectativas que apontavam para queda de 4,4 milhões de barris no período, segundo dados da EIA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês). 

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Os contratos futuros do Brent caíam 0,69%, a US$ 50,41 o barril, enquanto os do WTI registravam queda de 0,46%, a US$ 48,10 o barril. 

No radar, o Itaú BBA revisou as estimativas para a Petrobras e reduziu o preço justo das ações PETR4 de R$ 22,50 para R$ 18,50, mas manteve visão positiva sobre a companhia.

Em evento realizado em São Paulo, o presidente da Petrobras , Pedro Parente, disse que já recebeu propostas para a aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O CEO também respondeu a questionamentos sobre sua permanência no comando da estatal: “Eu vou continuar lá e com meu time”. Na ocasião, o executivo chamou atenção para o programa de desinvestimentos da companhia, estimado em US$ 21 bilhões; o ambiente, segundo ele, está mais favorável para o setor de óleo e gás, além da importância em não haver desvios no planejamento estratégico estabelecido.

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Ainda no radar da companhia, a Petrobras solicitou a inclusão de débitos tributários no PRT (Programa de Regularização Tributária), instituído por Medida Provisória, segundo comunicado. A adesão ao PRT se deu, “em sua maioria, em processos na esfera administrativa, com expectativa de perda provável, relativos a pedidos de compensação de tributos federais não homologados”, no montante de R$ 1,66 bilhão. O impacto estimado no resultado líquido consolidado da Petrobras é de R$ 308 milhões, segundo o comunicado. A avaliação da estatal “considerou que a alternativa de judicialização dos processos implicaria em constituição de garantias, bem como acréscimo do valor do débito ao longo do
tempo.

Vale (VALE3, R$ 26,67, -1,84%; VALE5, R$ 25,40, -1,51%)
As ações da Vale sentiram o peso dos preços do minério e caíram nesta sessão, seguindo o movimento negativo de ontem (quando caíram 5%, no pior desempenho do Ibovespa). Hoje, o minério de ferro spot (à vista) negociado no porto de Qingdao, na China, caiu 1,84%, a US$ 55,97 a tonelada, enquanto os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dalian afundaram 4,33%, a 420 iuanes. 

Acompanharam o movimento negativo as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 18,36, -3,97%) – holding que detém participação na mineradora – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,52, -0,21%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,32, -3,14%), CSN (CSNA3, R$ 6,83, -2,48%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,90, -1,76%). 

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JBS (JBSS3, R$ 7,84, -2,85%)
As ações da JBS viraram para queda após alta de 6,94% na máxima do dia, quando ainda estendiam os ganhos de 9% registrados ontem, após a J&F, holding que controla a JBS, ter fechado acordo de leniência com o Ministério Público Federal com o pagamento de uma multa de R$ 10,3 bilhões – a maior da história – no prazo de 25 anos. Nos últimos dois pregões, os papéis da companhia subiram 15%. 

Veja mais: Após maior multa do mundo, ações da JBS disparam; mas o que o mercado está comemorando?

Recomendações

Entre as revisões, duas ações tiveram suas recomendações elevadas: a Ultrapar (UGPA3, R$ 76,50, +2,20%) foi revisada de manutenção para compra pelo Santander; enquanto a Cosan (CSAN3, R$ 36,55, +1,44%) foi elevada de neutra para compra pelo UBS.

Sobre Cosan, os analistas do UBS destacam que a ação tem registrado baixa, mas os bons fundamentos se mantêm. Assim, em meio ao valuation descontado, a recomendação foi elevada e o preço-alvo é de R$ 44,00. 

Já sobre a Ultrapar, o Santander aponta as perspectivas de um maior Ebitda a partir do segundo semestre deste ano e também em 2018. O preço-alvo foi rolado, passando de US$ 21,00 para 2017 a US$ 27,10 em 2018. 

Ser (SEER3, R$ 23,61, -1,87%)

O curso de licenciatura em Pedagogia na Faculdade Uninassau de Petrolina e tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos na Faculdade Uninassau de Jaboatão dos Guararapes, administradas pela Ser Educacional, estão entre as autorizadas pelo MEC, segundo portaria publicada no Diário Oficial. Os cursos oferecerão 240 vagas cada.

Prumo  (PRML3, R$ 8,03, +1,39%) 

A Prumo Logística informou o mercado que sua subsidiária Açu Petróleo S.A desembolsou o montante de US$ 80 milhões junto à agência norte-americana de desenvolvimento Overseas Private Investment Corporation (“OPIC”). Segundo fato relevante enviado pela companhia à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), trata-se do primeiro desembolso de uma linha de crédito de até US$ 350 milhões.

“Os recursos desembolsados, além de contribuírem para equilibrar a estrutura d capital da Açu Petróleo, serão utilizados nos investimentos do terminal de transbordo de petróleo”, informou a Prumo Logística.

Biomm (BIOM3, R$ 11,05, +47,33%)

Pouco negociadas na bolsa, as ações da Biomm, empresa brasileira de biotecnologia, operaram entre leilões nesta sessão, atingindo na máxima do dia ganhos de 61,87%, a R$ 12,41. O movimento ocorreu após a companhia anunciar que fechou um acordo de exclusividade para venda, no Brasil, de uma marca de insulina, com a empresa farmacêutica americana MannKind.

A disparada das ações foi acompanhada nesta sessão por um forte volume financeiro, que alcançou R$ 1,4 milhão, contra média diária de R$ 22,9 mil dos últimos 21 pregões. 

Segundo fato relevante divulgado nesta quarta-feira, o acordo envolve o fornecimento, distribuição e venda da insulina inalável em pó Afrezza. A Biomm agora buscará as aprovações necessária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED). Os termos detalhados e valores do contrato não foram divulgados.

Estrela (ESTR4, R$ 11,20, -9,68%) 

As ações da Estrela passaram a ser negociadas de forma grupada a partir deste pregão, na razão de 20 para 1, conforme comunicado de alterações da B3. Na mínima do dia, os papéis da companhia caíram 15,24%, a R$ 10,51. O movimento foi acompanhado de forte giro financeiro: de R$ 134,6 mil x R$ 23,1 mil nos últimos 21 pregões.  

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