Petrobras e Vale saltam até 5%; Oi ON dispara 70% em 5 dias e Hypermarcas mergulha 8%

Confira os principais destaques corporativos desta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Bolsa teve uma sessão de recuperação após as fortes quedas com o Brexit, seguindo o cenário externo e reagindo também à fala do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que mostrou preocupação em levar a inflação para o centro da meta, reduzindo as apostas do mercado sobre um corte de juros ainda este ano. Ajudaram a puxar a forte alta do Ibovespa as ações de peso da Vale, Petrobras e bancos, que subiram entre 3% e 5%. 

Entre os poucos destaques negativos, chamou atenção a Hypermarcas, que liderou as perdas desde a abertura do mercado após um ex-diretor da companhia afirmar ter pago propina para senadores do PMDB. A Fibria e Klabin também caiu forte, após abrir em alta, pressionada pela forte queda do dólar, que encerrou nessa sessão no seu menor patamar do ano, a R$ 3,3060 na venda (queda de 2,61% hoje).

Confira os principais destaques corporativos desta terça-feira:

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Vale (VALE3, R$ 15,46, +4,46%; VALE5, R$ 8,57, +4,75%)
As ações da Vale apareceram entre as maiores altas do Ibovespa, descoladas do preço do minério de ferro nesta sessão. A commodity encerrou em leve queda de 0,39% no Porto de Qingdao, na China, indo a US$ 53,65 a tonelada.

Apesar do dia “apagado” do minério, a euforia aparece na esteira de um relatório do Morgan Stanely, que elevou as projeções para o preço da commodity este ano e em 2017, citando que os dois principais fornecedores da Austrália – BHP Billiton e Rio Tinto – estão ajustando a adição de nova oferta e demanda de aço para acomodar as condições de mercado mais fracas na China. O banco elevou em 17% as projeções do minério para 2016 (que foi para US$ 46,00 a tonelada) e em 13% para 2017 (saltando para US$ 42,00 a tonelada). 

Acompanharam o movimento da mineradora as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 8,53, +4,02%) – holding que detém participação na Vale -, enquanto as siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 2,05, +1,49%), CSN (CSNA3, R$ 7,51, +2,88%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,75, +0,35%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,00, 0,0%) tiveram desempenho mais ameno. 

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Hypermarcas (HYPE3, R$ 25,95, -8,47%)
As ações da Hypermarcas operam próximas à mínima do dia (-8,61%, a R$ 25,91), após novos desdobramentos do caso que envolve pagamentos de propinas a senadores do PMDB por um ex-diretor da empresa. Com a queda registra neste momento, os papéis têm o pior dia desde 7 de novembro de 2011, quando caíram 8,57%. Além do desempenho, chamou atenção o volume financeiro, que atingiu R$ 239,44 milhões, contra média diária de R$ 65,5 milhões nos últimos 21 pregões. 

Segundo informações de O Estado de S. Paulo, o economista Lucio Bologna Funaro, que foi citado na delação de Nelson Mello (ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas) como responsável pela distribuição das propinas, vai entrar com ação de perdas e danos contra o grupo Hypermarcas e contra Mello, que também será alvo da ação criminal.

O Estado revelou hoje que Mello acusou Funaro e Milton Lyra, em delação premiada, de distribuírem R$ 30 milhões em propina a senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).

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Funaro diz que a ação terá como base o fato de Mello, quando diretor, “fazer uma contratação por um serviço devidamente prestado e depois mudar o contexto”, relacionado aos valores pagos a propina a ser repassada a políticos. 

Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Hypermarcas afirmou que não teve nenhum benefício dos atos praticados pelo executivo. “Após a saída do ex-executivo, a Companhia contratou assessores externos renomados para conduzirem uma auditoria, já finalizada, que concluiu que o Sr. Mello autorizou, por iniciativa própria, despesas sem as devidas comprovações das prestações de serviços”, diz a nota.  

Segundo informações do Valor, Mello foi por 30 anos o homem de confiança do dono da Hypermercas, João Alves de Queiroz, o Junior. Há mais de três décadas, Mello trabalhou com Júnior, desde os tempos da Arisco, fundada pela família Alves de Queiroz. 

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Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,03, +2,49%)
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o novo presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, defendeu o papel de governo da instituição, mas afirmou querer voltar a entregar um retorno da sua operação no patamar dos demais concorrentes privados, mais precisamente, no nível do Bradesco, meta que vai perseguir até 2018.

“O Banco do Brasil aprendeu a conviver com aquela aparente dicotomia: somos um banco comercial e somos um banco do governo”, afirmou. “Como braço do governo, somos remunerados para fazer isso. Mas, ao mesmo tempo, o banco vai buscar o seu resultado, sua sustentabilidade, na competição com os bancos privados. Se perdemos no passado um pouco essa margem, é preciso recuperá-la”, disse ao jornal. 

Já segundo três fontes ouvidas pela Bloomberg, o governo considera ’block trade’ para vender fatia do BB. O Fundo Soberano, que possui as ações, prosseguiria com a transação assim que determinada faixa de preço fosse atingida, disseram duas pessoas, que pediram para não ser identificadas porque as conversas são privadas. Os investidores procuram vender ativos em block trade no mercado secundário para limitar o impacto nos preços. A transação ainda não está em andamento neste momento e pode não sair, uma quarta pessoa disse.

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Petrobras (PETR3, R$ 11,22, +3,89%PETR4, R$ 9,15, +4,21%)
As ações da Petrobras dispararam nesta sessão, seguindo o desempenho do petróleo no mercado internacional, que teve dia de forte alta com investidores à caça de barganhas após derrocada com o Brexit. O contrato do petróleo Brent encerrou a sessão com alta de 3%, a US$ 48,61 o barril, enquanto o WTI subiu 3,3%, a US$ 47,85 o barril.

No radar da estatal, a Comissão Especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal reúne-se nesta tarde para discutir e votar o parecer do relator, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), sobre o Projeto de Lei 4567/16, que retira da estatal a obrigatoriedade de participar da extração de petróleo da camada pré-sal. Atualmente, a Lei 12.351/10, que instituiu o regime de partilha na camada pré-sal, estabelece que a Petrobras seja a operadora exclusiva de todas as etapas da exploração do pré-sal, desde a avaliação dos poços até a instalação e desativação dos equipamentos de produção.

Além disso, segundo o jornal Valor Econômico, uma das ideias apresentadas pelo “núcleo econômico” do governo interino de Michel Temer é aproveitar a munição da Petrobras (PETR3;PETR4) como importadora de petróleo e equipamentos para negociar a abertura de mercados para produtos brasileiros no exterior. A proposta foi colocada à mesa pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, mas ainda não há decisão tomada pelo governo sobre o assunto, que se encontra em etapa inicial de análise.

Educacionais
As companhias do setor perderam força após abrir com ganhos de mais de 2%. Segundo uma fonte ouvida pela Reuters, acionistas que representam 52% do capital da Estácio Participações (ESTC3, R$ 16,00, -1,84%),  apoiam a venda da empresa privada de ensino superior para a rival Kroton Educacional (KROT3, R$ 13,49, -1,82%). A fonte acrescenta que a pretendente cogita fazer uma oferta hostil, se necessário.

A fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que a proposta da empresa de trocar 1,25 ação de sua emissão para cada papel da Estácio pode ser levada diretamente aos acionistas, o que configuraria uma oferta hostil sem necessidade de consentimento do Conselho de Administração da empresa-alvo. O Conselho da Estácio vai se reunir na quinta-feira para discutir as propostas de compra da empresa, segundo outra fonte.

Por outro lado, a Ser Educacional (SEER3, R$ 12,30, +0,41%) teve leve alta com a notícia da coluna Radar On-line, da Veja, que diz que a empresa deve formalizar sua nova oferta pela Estácio amanhã ou na quinta-feira. Segundo a coluna, a companhia deve oferecer mais dinheiro vivo na operação e uma fatia menor da empresa resultante. Na primeira proposta, os acionistas da Estácio levavam 590 milhões na frente e a Ser ficaria com 70% da nova companhia.

Eletrobras (ELET3, R$ 13,20, +9,45%ELET6, R$ 18,68, +9,43%)
As ações da companhia disparam 44% desde o dia 15 de junho, renovando hoje sua máxima na Bolsa desde abril de 2011 (no caso das preferenciais). Os papéis ganham força nesta terça-feira após os rumores de que o presidente interino Michel Temer está buscando privatizar tudo o que for possível.De acordo com a coluna Radar Online, da Veja, Temer reuniu alguns dos principais para dar um recado claro: “a ordem é privatizar geral”. Segundo a colunista Vera Magalhães, a ordem foi a seguinte: “senhores, tudo que puder ser transferido à iniciativa privada, façam. Não temos preconceitos!”.

Os ministros, durante a reunião, já passaram a apontar o que, nas suas pastas, podem  ser objeto de concessão ou parceria público-privada, passando de energia a saneamento até rodovias e aeroportos. Desta forma, Temer quis delimitar uma diferença importante entre a sua gestão e os 13 anos de governos do PT e busca reforçar o apoio do empresariado.

O movimento de alta dos papéis da companhia elétrica não são de hoje, no acumulado dos últimos seis pregões, os ganhos das ações ordinárias da companhia chegam a 66%. No ano, os ativos ELET3 têm valorização de 124%.

Vale ressaltar que, na tarde de ontem, escalados para falar após o recém-criado Núcleo de Infraestrutura do governo federal, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disseram que o setor poderá ser beneficiado com a venda das chamadas sociedades de propósito específico (SPE) da Eletrobras.

Segundo o ministro e o deputado, há um potencial de cerca de R$ 20 bilhões apenas com as SPEs da companhia. Araújo afirmou ainda, que na reunião de ontem, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, informou que a Eletrobras tem 174 SPEs.

Lupatech (LUPA3, R$ 1,76, -8,81%)
A Lupatech amenizou as perdas, que chegaram a 19,17% na mínima do dia, após informar que a 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu provimento a dois agravos de instrumento interpostos por credores do Grupo Lupatech no sentido de anular a decisão homologatória do plano de recuperação judicial do Grupo Lupatech, proferida pelo D. Juízo da 1ª Vara de Falências, Recuperações Judiciais e Conflitos Relacionadas à Arbitragem da Comarca de São Paulo.

Em comunicado, a companhia informou que aguarda a disponibilização da íntegra das decisões tomadas pelos Desembargadores componentes da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial, e disse que tomará as medidas cabíveis para fazer valer a vontade da maioria dos seus credores reunidos em assembleia.

Oi (OIBR3, R$ 1,96, +19,51%; OIBR4, R$ 1,21, +10,00%)
As ações ONs da Oi fecharam na máxima do dia, acumulando nos últimos cinco pregões alta de 70%. No radar da companhia, o fundo Syzigy Capital Management protocolou na Justiça da Holanda pedido de insolvência contra a Oi Brasil Holdings Cooperatif UA, um dos veículos financeiros da Oi na Holanda, segundo comunicado divulgado na segunda-feira pela Oi. O pedido tem como base descumprimento pela Oi Brasil Holdings relacionado aos bonds emitidos pela Oi Brasil Holdings no valor principal total de US$ 800.000. 

“A medida agressiva por parte de um titular minoritário de bonds não foi inesperada, e a Oi está preparada para tomar todas as medidas cabíveis”, segundo a empresa. Em comunicado de 22 de junho, a Oi disse que obteve decisão em NY que protege contra processos de credores; no dia 20, a companhia anunciou que entrou com pedido de recuperação judicial, após não conseguir reestruturar sua dívida diretamente com bancos e credores.

Segundo o Estadão, a definição de qual é o valor preciso dos bens reversíveis da Oi promete esquentar durante o processo de recuperação judicial da operadora, diante da divergência de estimativas de dois entes federais: Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e TCU (Tribunal de Contas da União). Segundo a Anatel, os bens reversíveis da Oi têm valor contábil (registrado no balanço) de R$ 8,09 bilhões, de acordo com os dados mais recentes repassados pela tele, em 2014. Já o TCU questiona esse montante, avaliando que os  bens reversíveis de todas as concessionárias no País totalizam mais de 8 milhões de itens, com um valor estimado em R$ 105 bilhões. A parte da Oi seria de R$ 51,9 bilhões, conforme informações apresentadas pelo tribunal.

Gol (GOLL4, R$ 3,68, +13,23%)
Após encerrar na véspera uma sequência de cinco altas seguidas e afundar 9,72%, as ações da companhia aérea Gol voltaram a disparar nesta terça-feira. No acumulado do mês, os ganhos da empresa chegam a 58%.

As ações da companhia voltam a ganhar força, atingindo maior patamar desde março deste ano, após o fundo JGP aumentar participação na companhia. Operadores citam que, como o fundo é muito respeitado, o aumento de fatia na empresa pode ser um sinal de que as perspectivas da companhia tem aumentado. A Gol passa por um processo de renegociação de dívida e, na semana passada, adiou pela quarta vez o prazo para que detentores da dívida em moeda estrangeira possam aderir ao programa de troca.

Weg (WEGE3, R$ 13,74, -1,86%)
A Weg apareceu entre as maiores quedas do dia, após chegar a subir mais cedo. Em relatório divulgado nesta manhã, os analistas do Credit Suisse atualizaram seus modelos para a companhia após os resultados do primeiro trimestre deste ano e com uma projeção de dólar a R$ 3,60 para este ano. Eles reduziram suas estimativas de crescimento de receita no mercado externo em 10%, e para o doméstico a expectativa agora é de contração de 1%, como consequência de uma demanda mais fraca para motores industriais.

Com isso, o Credit reduziu a projeção de margem Ebitda de 15,8% para 14,3% em 2016, com preço-alvo revisado de R$ 15,50 para R$ 14,70. Com apenas 5% de upside, os analistas mantém recomendação neutra.

Papel e celulose
As companhias de papel e celulose desabaram apesar das notícias mistas para o setor. Embora os preços da celulose tenham subido na semana, segundo dados da consultoria Foex, a forte queda do dólar frente ao real pressionou os papéis da Fibria (FIBR3, R$ 22,48, -3,52%), Suzano (SUZB5, R$ 11,48, -1,46%) e Klabin (KLBN11, R$ 15,12, -4,00%). O dólar comercial mergulhou 2,61%, fechando a R$ 3,3061 na venda. 

Segundo dados semanais da Foex, o preço da celulose subiu 0,23% na China, para US$ 524,8 a tonelada, enquanto que na Europa a valorização foi de 0,51%, para US$ 682 a tonelada. 

MDias Branco (MDIA3, R$ 100,80, +3,73%)
As ações da MDias Branco dispararam nesta sessão, renovando máxima na Bolsa desde dezembro de 2013.

No final de semana, o empresário Ivens Dias Branco (presidente do Conselho da M.Dias Branco faleceu no último final de semana, aos 81 anos. De acordo com o BTG, mesmo não estando mais como CEO (seu filho assumiu esta posição há 2 anos), ele ainda era bastante presente no dia-a-dia da companhia e nas tomadas de decisão mais estratégicas. A sucessão propriamente dita já foi encaminhada quando ele saiu do posto de CEO e seu filho assumiu em 2014. Segundo o BTG, o falecimento dele não deve significar nenhuma ruptura imediata para a companhia.

“Mesmo com ele bastante presente, o processo de ‘profissionalização’ já estava encaminhado, com toda a diretoria formada por profissionais de fora da família. Os filhos ocupam cargos de vice-presidência mas sempre entendemos que tem sido mais uma questão burocrática do que executiva propriamente dita”, disseram os analistas do BTG. Segundo eles, há alguns pontos ainda importantes e questões pendentes: 1) o fundo Dibra que detém 63% das ações da MDias Branco e de outras empresas da família ainda era controlado por ele diretamente. Para eles, é importante ainda entender como fica a questão da herança (outros membros da família em conjunto tem os outros 12%; 2) quem assumirá o conselho ainda é incógnita; 3) a real intenção dos filhos em tocar o negócio daqui em diante precisa ser 100% esclarecida; 4) o real grau de consonância dos filhos também é incógnita. Eles ressaltam o o risco de algum tipo de dispersão.

Em suma, os analistas do banco acreditam que não há ruptura, mas que o risco de uma eventual venda do negócio a médio prazo aumenta. “Achamos que o mercado pode caminhar nessa direção”, disseram. 

Refinaria Manguinhos (RPMG3, R$ 3,78, -0,53%)
A Refinaria Manguinhos informou que Ricardo Magro, que se encontrou ontem à Polícia Federal, não é controlador da companhia. A Refinaria de Petróleos Manguinhos é controlada pela Xoroque Participações, cujo único acionista é a Magropar, que não é controlada por Ricardo Magro, disse a Manguinhos em comunicado de esclarecimento ao mercado. Ontem as ações da Manguinhos caíram 13% hoje.

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