Petrobras anima e mais 20 balanços; Vale aprova reestruturação societária e JBS na mira da PF no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado na sexta-feira. Em destaque, estão as reações ao balanço da Petrobras, que animou os analistas, além de diversas empresas do Ibovespa e fora dele que divulgaram os resultados do primeiro trimestre. Além disso, o Conselho da Vale aprovou proposta de reestruturação. JBS na mira do BNDES, recomendações e mais destaques movimentam o radar corporativo. Confira:

Vale (VALE3;VALE5)

O Conselho de Administração Vale aprovou na quinta-feira a proposta final apresentada pela Valepar S.A., acionista controladora da mineradora, de proposta de reestruturação societária que prevê a transformação da empresa em uma sociedade sem controle definido e viabiliza a sua listagem no segmento especial do Novo Mercado da B3.

O colegiado também aprovou a submissão à Assembleia Geral da companhia das matérias, entre elas da proposta que prevê conversão voluntária das ações preferenciais classe A de emissão da Vale em ações ordinárias, na relação de 0,9342 ação ordinária por cada ação preferencial classe A de emissão da Vale, a qual foi definida com base no preço de fechamento apurado na média dos últimos 30 pregões anteriores a 17 de fevereiro de 2017.

O acordo da reestruturação societária foi anunciado em 20 de fevereiro, visando ampliar a governança da mineradora. Separadamente, a Vale informou que seu conselho ainda aprovou a renovação do mandato dos seus diretores executivos por um período de dois anos.

O conselho decidiu renovar os mandatos de Clovis Torres Junior (diretor-executivo de Recursos Humanos, Sustentabilidade, Integridade Corporativa e Consultoria Geral); Peter Poppinga (diretor-executivo de Ferrosos); Jennifer Anne Maki (diretora-executiva de Metais Básicos); Luciano Siani (diretor-executivo de Finanças e de Relações com Investidores); e Roger Allan Downey (diretor-executivo de Fertilizantes, Carvão e Estratégia). O presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, cujo contrato expira ao final de maio, será substituído por Fabio Schvartsman, presidente da Klabin.

Petrobras (PETR3; PETR4

A Petrobras fechou o primeiro trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 4,449 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,246 registrado um ano antes. A projeção compilada das análises do Credit Suisse, Itaú BBA, Santander e Bradesco BBI apontava para um lucro de R$ 4,364 bilhões.

Segundo a companhia, o lucro foi reflexo de menores gastos com importações de petróleo e gás natural, pela maior participação do óleo nacional na carga processada e maior oferta de gás nacional. Afetaram o resultado ainda o aumento de 72% nas exportações, a redução de 27% nas despesas com vendas, gerais e administrativas, a redução de 11% nas despesas financeiras líquidas; e as menores despesas com baixa de poços secos e/ou subcomerciais e com ociosidade de equipamentos

Já a receita de vendas ficou em R$ 68,365 bilhões no período, ante lucro de R$ 70,337 bilhões nos três primeiros meses de 2016 e projeção dos analistas de R$ 71,005 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), por sua vez, atingiu R$ 25,254 bilhões entre janeiro e março deste ano, alta de 19% em um ano. Segundo o presidente da estatal, Pedro Parente, foi o maior Ebitda da histórica da empresa.

Os números animaram os analistas de mercado, apontando o operacional positivo da companhia, enquanto a redução do capex frustrou. Depois de alguns resultados trimestrais cheios de itens pontuais, os números do primeiro trimestre da Petrobras “foram mais limpos e mostraram que os custos da empresa continuam melhorando”, escrevem os analistas do Itaú BBA, Diego Mendes e Andre Hachem. “A Petrobras apresentou outro trimestre positivo, com geração de caixa e redução de custos. A melhoria no desempenho operacional é fundamental para ajudar a aumentar a confiança dos investidores na história de investimento da empresa”, apontam. 

O Santander também apontou que a Petrobras obteve resultados operacionais melhores do que o esperado, com fortes margens de refino e sólidos resultados em Exploração e Produção, alimentando o fluxo de caixa livre e “permitindo à Petrobras continuar seu impressionante caminho de desalavancagem”. Já o capex veio “bem abaixo das expectativas” em US$ 3,15 bilhões. 

JBS (JBSS3)

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira operação como parte de uma investigação sobre fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo BNDES a uma grande empresa do ramo de proteína animal para a aquisição de companhias também do setor de frigoríficos no valor total de 8,1 bilhões de reais, disse a PF em comunicado.

Uma fonte da Polícia Federal, falando sob condição de anonimato à Reuters, disse que a investigação envolve a empresa de alimentos JBS e firma de consultoria do ex-ministro Antonio Palocci. Há buscas na casa Joesley Batista, do J&F, e na casa do Luciano Coutinho, ex-presidente BNDES. 

De acordo com a Polícia Federal, os empréstimos foram realizados através da subsidiária BNDESPar, a partir de junho de 2007, e foram executados sem a exigência de garantias e com a dispensa indevida de prêmio contratualmente previsto, gerando um prejuízo de aproximadamente 1,2 bilhão de reais aos cofres públicos. 

Foram expedidos pela Justiça 37 mandados de condução coercitiva e 20 mandados de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, além de medidas de indisponibilidade de bens de pessoas físicas e jurídicas que participam direta ou indiretamente da composição acionária do grupo empresarial investigado. A Polícia Federal não identificou a empresa investigada.

BRF (BRFS3)

A empresa de alimentos BRF teve prejuízo líquido de 286 milhões de reais no primeiro trimestre, conforme a receita operacional líquida encolheu em meio à queda dos preços e dos volumes produzidos, segundo balanço divulgado na noite de quinta-feira.

O resultado reverte o lucro líquido de 39 milhões de reais apurado entre janeiro e março de 2016, marcando o segundo prejuízo trimestral consecutivo da companhia. Estimativas de analistas ouvidos pela Reuters variaram amplamente, com três casas projetando, em média, lucro de 141 milhões de reais e outras três sinalizando prejuízo de 205 milhões de reais.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou mais de 50 por cento frente aos três primeiros meses do ano passado, para 506 milhões de reais, ficando abaixo da expectativa média de 707 milhões de reais.

O primeiro trimestre foi marcado por interrupções na produção, depois que uma investigação federal em 17 de março revelou esquema de corrupção, no qual empresas e inspetores sanitários conspiravam para vender produtos fora do padrão, falsificar documentos de exportação ou deixar de fiscalizar unidades de processamento.

Como parte da investigação, a fábrica de Mineiros, em Goiás, foi fechada e dois executivos da BRF estavam entre as 60 pessoas acusadas de participar do esquema. A unidade foi reaberta em 8 de abril. “A administração agiu rapidamente, adotando medidas para esclarecer os fatos e mostrando transparência e agilidade em comunicação com todos os interessados”, informou a BRF no material de divulgação do balanço.

A empresa, que é a maior produtora de frango do mundo, disse que continua cooperando com as autoridades na investigação. Na quarta-feira, o governo brasileiro informou que 57 importadores endureceram os controles de embarques diante do escândalo, mas que nenhuma irregularidade havia sido constatada.

As exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango recuaram 22,1 por cento em abril, apesar de um forte aumento dos preços parcialmente compensar volumes menores embarcados após a notícia da investigação.

Segundo o Bradesco BBI, “o atual cenário doméstico é bastante saudável, e confirma que a BRF poderá escolher entre volumes e margens para os próximos trimestres”

Kroton  (KROT3)

A Kroton Educacional teve lucro líquido ajustado de 577,1 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 17,6 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pela companhia nesta sexta-feira.

Em nota, a empresa esclarece que os números são ajustados pela amortização de intangível e por itens não recorrentes, especialmente relacionados a ganho de capital e impostos com a alienação da Uniasselvi.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou 639,5 milhões de reais, elevação de 8,6 por cento sobre o Ebitda ex-Uniasselvi do primeiro trimestre de 2016.

 

Qualicorp (QUAL3)
A administradora de planos de saúde Qualicorp teve lucro líquido consolidado de R$ 111,5 milhões nos primeiros três meses de 2017, recuo de 43,8% ante mesma etapa do ano passado, conforme dados divulgados pela companhia nesta quinta-feira. O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado aumentou 26% sobre igual período de 2016, para R$ 237,3 milhões. A margem Ebitda ajustada subiu para 46,8%, de 41,4% um ano atrás.

A Qualicorp apurou receita líquida de R$ 507,1 milhões entre janeiro e março, superando em 11,5% o desempenho dos três primeiros meses de 2016. Enquanto isso, as despesas operacionais consolidadas recorrentes recuaram 10,2% na mesma base, para R$ 343,3 milhões.

Ao fim de março, a empresa contava com um total de 4,5 milhões de beneficiários, queda de 7% ante o mesmo intervalo do ano passado devido, principalmente, à redução de 46,3% em contratos corporativos. Os investimentos da Qualicorp recuaram 43,1% em relação aos três primeiros meses de 2016, para R$ 18,1 milhões. A companhia tinha uma dívida líquida total de R$ 216,8 milhões em 31 de março, 50,6% menor do que em dezembro de 2016.

“Ficamos satisfeitos em ver o corte de custos com pessoal publicado pela Qualicorp, demonstrando que a empresa está se movendo na direção certa, realizando os ajustes necessários para as novas condições de mercado”, aponta o Bradesco BBI. Já o Safra aponta que os resultados foram “muito fortes, com impressionante redução de custos”. 

Cyrela (CYRE3)
A construtora e incorporadora Cyrela teve lucro líquido consolidado de R$ 34,25 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 61,5% frente ao mesmo intervalo de 2016 devido à redução das vendas e ao nível ainda elevado de distratos.

Conforme material de divulgação do balanço, o lucro líquido atribuído aos controladores no período foi de R$ 4,025 milhões, bem inferior aos R$ 61,271 milhões apurados entre janeiro a março do ano passado. A margem líquida caiu 7 pontos percentuais na mesma base, para 0,6%, e a bruta recuou 3,7 pontos percentuais, para 31,1%.

A Cyrela ainda reportou queda de 14,5% na receita bruta total, para R$ 712 milhões, devido ao menor volume de vendas. Mas a empresa teve geração de caixa operacional positiva de R$ 158 milhões, revertendo o resultado negativo do primeiro trimestre de 2016, quando queimou R$ 13 milhões. Enquanto isso, as despesas gerais e administrativas subiram 4,6% na comparação anual, para R$ 100 milhões, e as comerciais caíram 14,7%, para R$ 87 milhões.

A Cyrela reduziu o endividamento líquido para R$ 1,54 bilhão ao fim de março, de R$ 1,698 bilhão em dezembro de 2016. Com isso, a alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre patrimônio líquido caiu de 25,1% para 22,7%.

Em 17 de abril, o grupo havia antecipado dados operacionais do primeiro trimestre, com 4,3% nas vendas contratadas ante igual período de 2016, para R$ 520 milhões. Do total, R$ 199 milhões compreendiam estoques prontos, R$ 209 milhões eram unidades em construção e R$ 112 milhões em lançamentos.

O Itaú BBA aponta que o lucro por ação “não atingiu nossa estimativa”, “apesar da expansão da margem bruta trimestral e da reserva de um ganho de R$ 19 milhões em vendas de loteamentos”; “se excluíssemos os ganhos do terreno, a Cyrela teria apresentado prejuízo líquido de R$ 15 milhões”; “do lado positivo, a geração FCF atingiu sólidos R$ 158 milhões”. 

MRV Engenharia (MRVE3)
A MRV, maior construtora de imóveis econômicos do país, teve lucro líquido de R$ 131 milhões no primeiro trimestre deste ano, superando em 2% o desempenho de igual período de 2016, e se prepara para um novo recorde de lançamentos no segundo trimestre.

Segundo o copresidente da MRV, Rafael Menin, o resultado líquido teria sido maior não fosse pelo aumento de 41,5% das despesas financeiras e gastos maiores com marketing. “Vamos reforçar a marca, mesmo que isso comprometa o balanço da companhia no curto prazo”, disse o executivo.

De janeiro a março, as despesas gerais e administrativas subiram 7,6% na comparação anual, para R$ 71 milhões, e as comerciais aumentaram 10,1% na mesma base, para R$ 128 milhões. As despesas financeiras cresceram para R$ 27 milhões. A receita operacional líquida somou R$ 1,007 bilhão nos três primeiros meses, alta anual de 2,6%, mas 5% menor frente ao quarto trimestre.

Já a margem bruta subiu para 33,6% ao fim de março, ante 32,9% um ano atrás, devido à redução dos custos com aquisição de terrenos, materiais de construção e mão-de-obra. A MRV apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 160 milhões, estável frente ao quarto trimestre, mas 6 por cento acima do desempenho apurado entre janeiro e março de 2016.

A construtora tinha R$ 2,9 bilhões em caixa ao fim de março, 48,6% mais que em igual período um ano antes. Enquanto isso, o endividamento somou R$ 3,278 bilhões, sendo R$ 1,24 bilhão com financiamento e construção e R$ 2,038 bilhões com dívida corporativa.

O BB Investimentos apontou que “mais uma vez, a MRV apresentou resultados sólidos”; “empresa sofreu menos do que seus pares durante o pior da crise, e agora que alguns sinais de recuperação aparece, ela continua entre os mais competitivos do segmento”. O Bradesco BBI apontou que os resultados “não surpreenderam, o que significa que permanecem sólidos”. A companhia teve a recomendação reduzida para market perform pelo BB Investimentos e reiniciada com recomendação outperform pelo Itaú BBA.

Rossi (RSID3)
O prejuízo líquido da Rossi Residencial aumentou 15% no primeiro trimestre, para R$ 162,88 milhões. Já a receita líquida cresceu 29%, para R$ 138,62 milhões, enquanto o custo dos imóveis e serviços vendidos avançou 25,9%, para R$ 141 milhões. A margem bruta, por sua vez, ficou negativa em 1,7%, ante o indicador também negativo de 4,6% no primeiro trimestre do ano passado.

Marfrig (MRFG3)
A A Marfrig teve prejuízo líquido de 233,2 milhões reais no primeiro trimestre, acima do resultado negativo de 106,2 milhões de reais um ano antes, em meio à queda na sua receita, pressionada por efeito cambial e operação Carne Fraca, que compensaram o bom desempenho da divisão Keystone.

O prejuízo líquido das operações continuadas, que excluem qualquer ganho com vendas de ativos e participações, bem como seus resultados operacionais, foi de 238 milhões de reais no primeiro trimestre, ante perda de 102 milhões de reais em igual período de 2016, segundo dados divulgados pela companhia nesta quinta-feira.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa de alimentos caiu 24,7 por cento na mesma base de comparação, a 333,7 milhões de reais.

A companhia de alimentos informou ainda que sua subsidiária Keystone Foods submeteu à Securities and Exchange Comission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais norte-americano) registro inicial para abertura de capital nos Estados Unidos, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira.

O documento informa que a Keystone planeja usar os recursos provenientes da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para “financiar crescimento e para usos gerais corporativos”. A Marfrig esclarece, ainda, que a conclusão do IPO está sujeita à revisão da SEC e às condições de mercado.

Iochpe-Maxion (MYPK3)

A Iochpe Maxion reverteu o lucro de R$ 6,982 milhões do primeiro trimestre do ano passado em prejuízo de R$ 1,25 milhão. “Considerando a exclusão do efeito não recorrente da venda do imóvel da companhia
no ano passado, o resultado líquido teria apresentado uma melhora de 97,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior”, informa a empresa.

A receita operacional líquida consolidada alcançou R$ 1,699 bilhão no primeiro trimestre, uma queda de 4,7 na base anual. O resultado no primeiro trimestre foi influenciado positivamente pelo crescimento da produção brasileira de veículos leves e de máquinas agrícolas, e de forma negativa (i) pela redução em reais da receita das vendas internacionais da companhia por conta da variação cambial e (ii) pela forte queda da produção de veículos comerciais no NAFTA. O Ebitda ficou em R$ 185,4 milhões, queda de 21,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. 

O Bradesco BBI espera reação positiva, “dada a melhoria consistente em seu desempenho operacional”.

Metal Leve (LEVE3)

A Metal Leve viu seu lucro líquido ajustado cair 48% na base de comparação anual, passando de R$ 73,9 milhões para R$ 38,4 milhões. A receita líquida de vendas somou R$ 540,5 milhões, queda de 5,6% na base de comparação anual, enquanto o Ebitda ajustado caiu 24,9%, para R$ 80,7 milhões. 

Brasil Brokers (BBRK3)

A Brasil Brokers teve prejuízo líquido de R$ 11,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 11,9% na base de comparação anual, em meio à redução de sua alavancagem. Já a receita recuou 23,5%, indo de R$ 24,6 milhões para R$ 18,8 milhões. As vendas contratadas tiveram baixa de 14%, para R$ 818 milhões. 

CSU Cardsystem (CARD3)

O lucro da CSU Cardsystem somou R$ 8,31 milhões, registrando crescimento de 1,9% na base de comparação anual e queda de 24,5% versus o quarto trimestre de 2016.

A receita bruta foi de R$ 131 milhões, com crescimento de 5,9% em relação ao quarto trimestre e redução de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda totalizou R$ 22,4 milhões, queda de 4,9% na base de comparação anual. 

Santander (SANB11)
O Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) discutiu nesta quinta-feira a privatização do Banespa, ocorrida há mais de 15 anos. A instância máxima do tribunal manteve uma cobrança fiscal de aproximadamente R$ 2 bilhões lançada contra o Santander, por aproveitamento indevido de ágio na aquisição do extinto banco paulista, segundo informações do portal JOTA.

Apesar da alta cifra, o Santander venceu parte do recurso, que originalmente discutia uma cobrança, em valores não atualizados, de R$ 4 bilhões. No Carf, os conselheiros derrubaram uma multa de 150% aplicada contra o banco, além de entenderem pela decadência de parte do montante total, ou seja, consideraram que a Fazenda Nacional não teria mais direito de cobrar parte do valor.

Lojas Americanas (LAME4)
A varejista Lojas Americanas ampliou significativamente o prejuízo no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior, pressionada por efeitos de calendário, com a Páscoa em 2017 ficando para o segundo trimestre (abril), diferentemente de 2016, quando caiu em março.

O prejuízo líquido consolidado da companhia saltou para R$ 132,9 milhões de janeiro a março, ante resultado negativo de R$ 23,9 milhões em igual etapa do ano passado. O Ebitda ajustado somou R$ 449,4 milhões, recuo de 11,8% em relação ao primeiro trimestre de 2016. A margem Ebitda ajustada passou de 12,9% para 12,6%.

“…as vendas relativas ao evento (Páscoa) ficaram concentradas no segundo trimestre, influenciando significativamente as comparações do primeiro trimestre de 2017 em relação aos resultados e saldos de balanço do primeiro trimestre de 2016”, disse a empresa no material de divulgação do balanço.

De janeiro a março, a receita líquida consolidada caiu 9,2% ano a ano, para R$ 3,57 bilhões. A receita bruta somou R$ 4,2 bilhões, queda de 10,3%, mas com alta de 1,5 ponto percentual na margem, para 29,2%. Para neutralizar o efeito calendário, a varejista divulgou a variação das principais linhas do resultado no acumulado dos quatro primeiros meses do ano.

No primeiro trimestre de 2017, a despesa financeira líquida consolidada da Lojas Americanas somou R$ 594,4 milhões, alta de 24,3% ante o montante apurado um ano antes, reflexo principalmente da variação da dívida líquida da companhia nos últimos 12 meses.

O endividamento líquido da Lojas Americanas somou R$ 4,9 bilhões no final de março, contra R$ 4,5 bilhões no final de março de 2016. A dívida líquida em relação ao Ebitda ajustado dos últimos 12 messes ficou em 1,8 vez contra 1,7 vez no encerramento do primeiro trimestre do ano passado.

B2W (BTOW3)
A B2W registrou um prejuízo líquido de R$ 176,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, ampliando em 33,3% as perdas de R$ 132,6 milhões de igual período de 2016. Já a receita líquida somou R$ 1,6 bilhão no período, queda de 7,6% em um ano. O Ebitda ajustado ficou em R$ 127,2 milhões, recuo de 14,3%.

“O primeiro trimestre do ano reflete a decisão da B2W Digital de acelerar a mudança do seu modelo de negócios, de e-commerce para modelo híbrido de plataforma digital (combinação de vendas diretas, marketplace e serviços), similar ao operado pelos players globais dominantes”, justificou a empresa. 

O Itaú BBA espera reação positiva a LAME4 e negativa a BTOW3; “A Lojas Americanas mostrou números em linha, enquanto a queima de caixa da B2W surpreendeu negativamente”. 

CCR (CCRO3)
A administradora de concessões de infraestrutura CCR anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de R$ 329 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 32,9% ante mesma etapa de 2016. Excluindo efeitos não recorrentes, como a venda da controladora da Sem Parar, em meados do ano passado, e os novos negócios que não estavam operacionais na mesma etapa do ano passado, somou R$ 338,5 milhões, alta de 46,6%.

Operacionalmente, o resultado foi mais fraco. O tráfego consolidado nas rodovias administradas pela CCR, teve queda de 2,7% ano a ano, refletindo a recessão no país. No entanto, a receita líquida cresceu 3,4% contra o primeiro quarto de 2016, para R$ 1,69 bilhão, refletindo entre outros fatores o reajuste de tarifas de pedágios.

Da mesma forma, o lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado subiu 3,9%, para R$ 1,03 bilhão. Além disso, a dívida líquida da companhia como proporção do Ebitda caiu de 3,2 vezes para 1,8 vez, reduzindo o serviço da dívida. A companhia concluiu em fevereiro uma oferta restrita de novas ações, com a qual levantou R$ 4 bilhões.

O Itaú BBA espera reação positiva a “resultados estritamente em linha, apresentando melhora anual”, enquanto o Safra aponta que os “resultados positivos, com Ebitda e lucro líquido acima das expectativas”. 

Ainda no radar da CCR, a companhia informou que a 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgou procedente o pedido do governo do Estado do Rio e da Barcas S.A. – Transportes Marítimos para anular o edital e o contrato de concessão da CCR Barcas, que foi firmado em fevereiro de 1998, e faz o transporte de passageiros entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói.

Assim, o próprio Estado assume o serviço após o trânsito em julgado. O Tribunal determinou ainda um prazo de 24 meses para que o governo faça uma nova licitação. A CCR ressalta que a receita líquida da subsidiária representou 1,49% da receita líquida consolidada em 2016, e no primeiro trimestre de 2017, essa participação foi de 1,34%.

Lojas Marisa (AMAR3)
A Lojas Marisa registrou lucro líquido de R$ 14,7 milhões no primeiro trimestre, revertendo um prejuízo de R$ 17,2 milhões um ano antes. O balanço foi beneficiado, principalmente, por fatores não recorrentes, como a reversão de créditos tributários referentes ao PIS e Cofins, além da venda da carteira de recebíveis de produtos de serviços financeiros (PSF).

Já a receita da companhia cresceu 1,1%, passando de R$ 608,5 milhões para R$ 615,4 milhões. As vendas totais do varejo caíram 1%, para R$ 449,5 milhões em relação ao primeiro trimestre de 2016. No conceito mesmas lojas (unidades que foram abertas há pelo menos um ano), a queda foi de 1,3%.

Direcional (DIRR3)

A Direcional registrou um prejuízo líquido de R$ 22,780 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um lucro líquido de R$ 29,638 milhões reportado no mesmo período do ano passado.

O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou negativo em R$ 1,411 milhão no primeiro trimestre, ante um desempenho positivo de R$ 58,394 milhões de igual intervalo de 2016. A margem Ebitda ajustada ficou negativa em 0,7%, frente a uma margem positiva de 14,4% de um ano antes.

Segundo a empresa, o Ebitda foi impactado, principalmente, pela menor diluição de despesas operacionais, que não puderam ser reduzidas em proporção similar à diminuição de receita reconhecida no período, e pela redução da margem bruta – que recuou 7,76 pontos porcentuais, para 16,2%.

De janeiro a março, a receita líquida somou R$ 199,305 milhões, representando uma retração de 50,9% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.

O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 4,472 milhões no primeiro trimestre, ante desempenho também positivo de R$ 3,474 milhões do mesmo período de 2016.

O BB Investimentos apontou que os resultados foram “neutros”, “com fortes vendas no segmento MCMV 2 e 3, queda no volume de cancelamentos, mas sem melhora nas vendas de estoques da MAC”.

EzTec (EZTC3)

A EzTec viu seu lucro cair 57%, totalizando R$ 31,57 milhões no primeiro trimestre. Já a receita líquida caiu 36%, somando R$ 96,5 milhões.  O resultado financeiro líquido teve queda de 6%, para R$ 22,56 milhões.

As despesas gerais e administrativas caíram 9%, para R$ 17,88 milhões. Já as despesas comerciais aumentaram 6%, para R$ 16,36 milhões.

Helbor (HBOR3)

A Helbor registrou prejuízo líquido de R$ 48,72 milhões no primeiro trimestre, enquanto a receita líquida teve queda de 34,9%, totalizando R$ 189,2 milhões. A margem bruta passou de 15,2% para o patamar negativo de 1,6%.

CPFL Energia (CPFE3)
A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 232 milhões no primeiro trimestre de 2017, resultado praticamente estável ante o mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quinta-feira. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 1,196 bilhão no primeiro trimestre, alta de 15,6% na comparação anual, segundo o comunicado.

Triunfo (TPIS3)

A Triunfo Participações e Investimentos (TPI) viu seu prejuízo subir em mais de quatro vezes na base de comparação anual, totalizando R$ 100,9 milhões. O resultado negativo é reflexo, entre outros fatores, de uma queda de 12,6% na receita bruta, para R$ 473,9 milhões, aponta a empresa. Esta foi impactada pela queda da receita de construção rodoviária e aeroportuária e pela paralisação das obras do 12º aditivo de contrato de concessão da Concer. 

Rossi (RSID3)

A Rossi viu seu prejuízo subir em 15% e atingir R$ 162,88 milhões. A receita líquida subiu 29% e totalizou R$ 138,62 milhões. A margem bruta ficou negativa em 1,7%, ante o indicador também negativo de 4,6% no primeiro trimestre do ano passado. 

A Rossi não lançou produtos no trimestre, enquanto as vendas líquidas cresceram 277,4%, para R$ 105,3 milhões. Os distratos da empresa tiveram queda de 25%, para R$ 124,3 milhões.

B3 (BVMF3)
A B3 revisou seu Programa Destaque em Governança de Estatais para que o mesmo esteja alinhado com a Lei nº 13.303, a Lei das Estatais. A B3 lançou seu programa em setembro de 2015 em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato. Até o momento nenhuma estatal aderiu ao programa. A Coluna do Broadcast havia informado no fim de fevereiro que a Bolsa trabalhava em alterações no programa.

“Diante da edição da Lei e, posteriormente, dos Decretos, a B3 identificou a necessidade de adequar o texto do Programa. O novo texto foi discutido com a Câmara Consultiva de Mercado de Governança de Estatais no período compreendido entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017, sendo aprovado pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração da B3 no primeiro trimestre deste ano”, destaca a companhia em ofício circular enviado ao mercado.

De acordo com o documento, um das principais alterações no texto estão ajustes nas regras para a indicação de administradores, a composição dos Comitês, na Política de Transações com Partes Relacionadas e na reformulação da medida relativa ao Formulário de Referência.

Outra mudança refere-se à extinção da possibilidade de certificação em duas categorias. “A partir de agora, a companhia poderá ser certificada se adotar todas as medidas no momento do pedido de adesão ou se adotar, no momento da adesão, as seis medidas obrigatórias de governança corporativa, e obter, no mínimo, quarenta e oito pontos dentre as demais medidas de governança corporativa estabelecidas pelo Programa”. No segundo caso, a B3 explica que a companhia terá o prazo de três anos para a adoção integral das medidas sob pena de perda da certificação.

Sabesp  (SBSP3)

A Sabesp obteve da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) mais prazo para a complementação e envio de informações para a etapa inicial do processo de revisão tarifária preliminar, conforme solicitado pela companhia. A Sabesp informa ainda que divulgará até o dia 19 de maio o novo cronograma da etapa inicial da 2ª Revisão Tarifária Ordinária.

A companhia argumentou que o pedido de postergação é para que a revisão considere um relatório técnico dela mesma sobre glosa em tubulações praticada no primeiro ciclo, para incorporá-la na base de cálculo preliminar, além de prestar esclarecimentos adicionais ao Plano de Negócios solicitados pela Arsesp.

 

Usiminas (USIM5)
O conselho de administração da Usiminas aprovou proposta da diretoria da siderúrgica mineira para retomada das operações do alto forno número 1 da usina de Ipatinga a partir de abril de 2018, disse companhia em comunicado nesta quinta-feira.

Conforme o documento, a retomada do alto forno demandará investimentos de cerca de R$ 80 milhões e elevará a capacidade atual de produção da Usiminas, reduzindo exposição à compra de placas de terceiros.

O alto forno número 1 da usina de Ipatinga foi temporariamente paralisado em junho de 2015 em razão da necessidade da empresa, à época, de adequar sua produção à queda da demanda por aços planos no mercado brasileiro, diz o comunicado.

Segundo o Santander, o reinício do alto-forno “reduz a necessidade da empresa de comprar placas de terceiros, resultando potencialmente em expansão da margem operacional”; “mais importante ainda, o aumento da capacidade de produção primária também poderia significar que a empresa está otimista em relação às perspectivas para o aço doméstico, assumindo que está aumentando a capacidade de atender o potencial crescimento da demanda”.

Além disso, a Usiminas informou que se tornou efetiva a redução de capital da sua controlada Mineração Usiminas (Musa) no valor de 1 bilhão de reais, aprovada em março em assembleia geral extraordinária.

“Os recursos devidos em razão da redução de capital encontram-se à disposição para serem transferidos aos acionistas da Musa”, afirmou a empresa em fato relevante com data de 11 de maio.

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Itaú Unibanco adquiriu uma fatia minoritária de 49,9 por cento na XP Investimentos por 6,3 bilhões de reais, informou o banco em comunicado na noite de quinta-feira.

O acordo celebrado entre as partes prevê pagamento de 5,7 bilhões de reais aos acionistas da General Atlantic LLC e do fundo Dyna III por suas ações na corretora. Adicionalmente, o Itaú Unibanco fará aporte de 600 milhões de reais na XP.

O documento informa, ainda, que o banco poderá adquirir fatias adicionais de 12,5 por cento cada em 2020 e 2022, elevando sua participação na corretora para 74,9 por cento.

Arezzo (ARZZ3

A Arezzo teve a recomendação reduzida pelo Santander de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 37,00. De acordo com os analistas, apesar da companhia ter sido capaz de reativar as vendas nos últimos dois trimestres, o que deve continuar à frente, não há mais tanto potencial de alta para os papéis de forma a justificar a recomendação de compra. 

Light (LIGT3)

A Light teve a recomendação elevada de neutra para compra pelo UBS, com preço-alvo elevado de R$ 23 para R$ 27. 

Azul (AZUL4)

A Azul teve a cobertura iniciada com recomendação outperform pelo Bradesco BBI

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.