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SÃO PAULO – Analisando o histórico recente e avaliando as perspectivas para os mercados mundiais, os analistas acreditam que o próximo ano poderá ser caracterizado como um período de importantes transições que devem reger a economia global e o mercado financeiro.
De forma geral, os analistas do banco de investimentos Merrill Lynch avaliam que a economia mundial encontra-se no chamado late cycle, que é um momento de aceleração no crescimento econômico, com expectativas de maior inflação e conseqüentemente de início dos ciclos de aperto monetário pelos principais bancos centrais.
Aperto monetário
Em relação ao Estados Unidos, parece haver um consenso de que o aperto monetário pode estar próximo do fim. Em sentido oposto, a percepção para a região européia é que as taxas de juros registrem aumentos de forma gradual.
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No Japão, as expectativas apontam para o fim de um longo período de combate à deflação, tendo em vista o comportamento recente dos preços na economia japonesa. Em foco, parece não haver consenso entre os analistas em relação à condução macroeconômica da China no próximo ano.
EUA: economia mais resistente
Para os Estados Unidos as expectativas são de que o Federal Reserve, a fim de conter a pressão inflacionária, siga com o aperto monetário, levando os Fed Funds a um patamar entre 4,5% e 5% ao ano.
Entretanto, com a economia norte-americana se mostrando mais resistente do que o previsto, com as despesas com o consumo de energia começando a cair e com a “bolha imobiliária” dando sinais de enfraquecimento, para alguns analistas é possível que, após atingir seu patamar máximo, os Fed Funds convertam para uma trajetória de queda.
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Outros indicadores econômicos apontam para a mesma direção e as projeções não indicam grandes riscos de que o crescimento dos Estados Unidos apresente um desempenho negativo prejudicando a atividade global.
Neste sentido, aliado ao crescimento da China, a atividade econômica nos EUA poderia favorecer a economia global, e as projeções da Fitch Ratings são de que esta mantenha o mesmo ritmo dos anos anteriores, e cresça cerca de 3% em 2006.
China: divergência nas projeções
Embora a economia chinesa tenha apresentado forte crescimento nos primeiros trimestres deste ano, analistas do Citigroup esperam um crescimento mais moderado em 2006 e 2007.
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Neste sentido, não há grande consenso entre as previsões, já que há quem acredite que o próximo ano iniciará um período de forte desaceleração da atividade econômica, ao mesmo tempo em que parte dos analistas prevê um crescimento mais intenso.
Mais próxima de um acordo está a opinião daqueles que acreditam em uma desaceleração da atividade econômica na China, porém com uma intensidade moderada, apresentando taxa de crescimento do PIB em torno de 8%.
Sinais positivos
O consumo chinês tem mostrado uma trajetória ascendente, apesar de aumentar de forma lenta e gradual, e boa parte dos investimentos recentes concentrou-se em indústrias com gargalos de produção.
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A expectativas do Citigroup são de que a política monetária permaneça neutra até que os indicadores de preços comecem a revelar os efeitos do crescimento econômico de uma forma mais acelerada.
Japão pode ver fim do combate à deflação
Com sinais de que o combate à deflação pode estar próximo do fim, há perspectivas de que a autoridade monetária do Japão já se prepare para abandonar a atual política monetária, que é extremamente expansionista.
O mercado financeiro já começa a antecipar tal mudança, entretanto, a cautela do Banco Central japonês deve fazer com este movimento só seja observado, de fato, no segundo semestre do próximo ano.
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Mesmo com o núcleo do índice de preços revelando uma reversão em sua trajetória, e voltando a apresentar valores positivos, na visão dos analistas do Citigroup ainda é muito cedo para concluir que a pressão deflacionária estará sob controle por muito tempo.
Europa: aperto monetário gradual
A aceleração da inflação na Europa, especialmente com o aumento nos preços da energia, assim como o desempenho da atividade econômica acima das expectativas, levou o Banco Central Europeu a iniciar o processo de ajuste para cima nas taxas de juros.
Apesar dos agentes financeiros anteciparem os efeitos deste aperto monetário, as expectativas são de que a autoridade monetária européia conduza este processo de maneira gradual, sem elevações abruptas do juro básico.
Falando um pouco dos emergentes
A Merrill Lynch acredita que, em reação ao cenário externo benigno no próximo ano, as economias emergentes deverão apresentar um crescimento moderado, e a Fitch Ratings avalia que estas economias estão preparadas para conviverem com um cenário de taxas de juros mais elevadas.
A agência de classificação de risco acredita que a melhora da posição financeira no período e o equilíbrio favorável do setor externo devem dar as condições para que as economias em desenvolvimento enfrentem de maneira mais positiva a alta nas taxas de juros mundiais.
Para o banco suíço UBS, as economias da América Latina devem mostrar um crescimento médio de 4% em 2006, inferior às previsões de expansão de 4,9% nos emergentes da África, Europa e Oriente Médio e dos 5% da região Ásia-Pacífico, que exclui China e Japão.
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