Para controlar consumo do gás, Aneel defende interferência no preço

SÃO PAULO – Caso falte gás natural para abastecimento, seja industrial ou veicular, o governo deve controlar a demanda por meio do preço. Essa foi uma das afirmações feitas pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, na última semana, durante o evento Agenda do Gás Natural para o Estado de São Paulo.

Na avaliação de Kelman, é preciso que haja algum tipo de regra quando faltar o combustível. De acordo com o executivo, veículos e indústrias poderiam ser induzidos a abastecer com outro produto, uma vez que metade do consumo de gás pelas empresas é para fins de aquecimento, e não de matéria-prima.

Incerteza e polêmica

Incertezas sobre o futuro do combustível já surtem efeito nas expectativas dos consumidores. No quarto mês do ano, caiu em 65% o total de conversões de veículos para a tecnologia.

Além disso, a declaração foi dada em meio a novas polêmicas sobre o consumo do produto no País: a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) informou há cerca de um mês que, a partir de 1º de maio, o preço do produto subiria em diversos ramos, dentre eles, automotivo, industrial e residencial.

O motivo apontado foi um encarecimento na casa de 20% feito pela própria Petrobras, e de nada teria a ver com as negociações Brasil/Bolívia.

Preço

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) ainda não divulgou a lista de preços empregados na primeira semana deste mês, o que tornaria possível mensurar o impacto desse reajuste no preço do GNV. Normalmente, os dados são fornecidos todas as segunda-feiras pela manhã.

De qualquer maneira, em seu último levantamento disponível, foi possível verificar que o metro cúbico não sofreu qualquer alteração de valor entre abril e este mês, custando R$ 1,253 a quantidade, em nível nacional.