Para Barclays, rating do Brasil será cortado já no início de 2014

Combinação de crescimento fraco e deterioração fiscal contribuem para rebaixamento já em 2014, apesar de retórica mais dura do Banco Central

Lara Rizério

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SÃO PAULO – No dia 6 de junho, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s fez o alerta ao reduzir a perspectiva do rating do Brasil de estável para negativa. Com isso, a S&P estabeleceu um período que pode variar entre três meses a dois anos para decidir se o rating do Brasil, atualmente em BBB será rebaixado, ficando assim a um degrau do grau especulativo.

Para os economistas do Barclays, Guilherme Loureiro, Marcelo Salomon e Donato Guarino, destacando que a combinação de crescimento fraco e deterioração fiscal deve rebaixar a nota do Brasil no começo de 2014. 

Eles destacam ainda que, apesar da recente retórica mais dura do Banco Central em relação à inflação ser uma notícia positiva, apenas uma mudança na política fiscal poderia prevenir uma baixa e reestabelecer um sentimento positivo com o Brasil. 

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Além disso, a instituição reduziu novamente a previsão de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, passando de 2,5% para 2,3% em 2013 e de 3,5% para 2,7% em 2014. Para eles, a deterioração nos fundamentos e o rebaixamento poderia manter o real sobre pressão. Entretanto, no curto prazo, no período entre 1 a 3 meses, a expectativa é que haja algum alívio, em meio às menores preocupações globais. Além disso, o prêmio de risco pago nos derivativos para proteção de catoles dos títulos soberanos, os CDS (Credit Default Swaps) subiria.

O Barclays também revisou a previsão para a Selic no final do ano, esperando que ela atinja 9,25% em outubro, com mais duas altas de 0,50 ponto percentual e outra de 0,25. Apesar da política monetária sinalizar uma maior pressão contra a inflação, o mesmo não ocorre do lado fiscal, aponta o banco, principalmente em meio às baixas expectativas de redução dos gastos públicos na proximidade das eleições presidenciais. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.