Para analistas, bancos saberão compensar efeitos negativos da alta do IOF

Barclays diz que impactos estão praticamente precificados nas ações, e Link mantém 'outperform' para Bradesco, Itaú e Itaúsa

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SÃO PAULO – O temor do mercado quanto ao impacto da elevação da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para operações de crédito destinadas a pessoas físicas, que passou de 1,5% para 3%, sobre os negócios dos bancos pode ser visto na  forte queda das ações do setor listadas na Bovespa.

De fato, o Barclays Capital estima que as instituições financeiras com parcela significativa de financiamento automotivo e com desconto em folha serão as mais afetadas. Na visão de Fabio Zagatti e Roberto Attuch, analistas do Barclays, olhando pela perspectiva dos bancos, um aumento na taxa Selic seria mais vantajosa do que a taxação do crédito ao consumidor, já que a primeira opção implicaria em receitas financeiras adicionais para suas carteiras de títulos do governo, o que contrabalancearia uma queda na demanda por empréstimos por conta de maiores custos do lado do tomador.

Zagatti e Attuch explicam que os bancos de varejo do País têm, em média, 45% de sua carteira de crédito exposta ao crédito de consumo. O Santander (SANB11) lidera a lista, com exposição de 46%, seguido por Itaú Unibanco (ITUB4, 45%), Banrisul (BRSR3, BRSR4, 43%), Bradesco (BBDC4, 42%) e Banco do Brasil (BBAS3, 32%).  

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O financiamento automotivo ocupa um papel importante nos portfólios dos bancos e representam cerca de 35% do total. Destaque para Itaú Unibanco, com exposição de 45%, seguido por Bradesco (34%), Santander (34%), Banco do Brasil (24%) e Banrisul (BRSR6,1%). Já com relação à participação do consignado, o Banrisul lidera, com exposição de 76% e logo vem Banco do Brasil (40%), Bradesco (15%), Santander (13%) e Itaú Unibanco (6%).

Esses dois segmentos serão os mais afetados porque oferecem as menores taxas de juros em comparação com os demais, entre 20% a 35% ao ano.  

Considerando os bancos de médio porte, o Barclays ressalta que o ABC Brasil (ABCB4) não tem exposição ao crédito direcionado ao consumo e o Bicbanco (BICB4)  tem este segmento compondo somente 3% do total de sua carteira de empréstimos. Por outro lado, o Daycoval (DAYC4) é mais sensível a esse tipo de elevação, com exposição de 33%, com predominância de empréstimos para automóveis e consignados.

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Impactos para bancos
Analisando as medidas do Governo, Mariana Taddeo, analista da Link Investimentos, acredita que as carteiras de créditos dos bancos terão uma queda em seu crescimento. Porém, a analista destaca que os bancos poderão compensar essa perda, em partes, aumentando as taxas cobradas.

Já para o Barclays, considerando as estimativas para 2011 e 2012, o impacto nos lucros dos bancos será “administrável”. Além disso, os analistas acreditam que estes efeitos estão precificados. Mudanças só devem ser sentidas nos balanços dos bancos a partir de 2012, com a possibilidade de queda nos lucros em 6 a 13%, explica a dupla. 

Preferências
Para a Link, as preferências no setor são Bradesco, Itaú Unibanco e Itaúsa (ITSA4). Todas estas ações têm recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado). Já para Banco do Brasil, a recomedação é de market perform (desempenho em linha com a média do mercado). 

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