Palestinos correm grave risco de genocídio e cessar-fogo é necessário, diz especialista da ONU

Quase quatro semanas de bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza mataram mais de 9 mil pessoas

Reuters

Interceptações de foguetes Iron Dome  do Hamas - Sul de Israel - Ataque noturno na cidade de Ashdod (Foto: Getty Images)
Interceptações de foguetes Iron Dome do Hamas - Sul de Israel - Ataque noturno na cidade de Ashdod (Foto: Getty Images)

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GENEBRA – Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram nesta quinta-feira um cessar-fogo em Gaza, dizendo que o tempo está se esgotando para o povo palestino que se encontra em “grave risco de genocídio”.

Quase quatro semanas de bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza mataram mais de 9 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades de saúde do enclave administrado pelo Hamas. Israel afirma que está mirando seus ataques contra o grupo militante, não em civis, e acusa a organização de usá-los como escudos.

“Continuamos convencidos de que o povo palestino corre um sério risco de genocídio”, disse o grupo de especialistas, formado por sete relatores especiais da ONU, em um comunicado.

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“Exigimos um cessar-fogo humanitário para garantir que a ajuda chegue para quem mais precisa dela.”

A missão israelense na ONU em Genebra disse que estava preparando uma resposta às falas dos especialistas.

O Tribunal Penal Internacional define o crime de genocídio como a intenção específica de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, matando seus membros ou por outros meios, incluindo a imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos ou a transferência forçada de crianças de um grupo para outro.

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Em 28 de outubro, Craig Mokhiber, funcionário sênior de direitos humanos da ONU que está deixando o cargo, escreveu ao alto comissário para Direitos Humanos, Volker Turk, dizendo que “estamos vendo um genocídio se desenrolar diante de nossos olhos, e a Organização à qual servimos parece impotente para impedi-lo”.

A agência de Direitos Humanos da ONU disse que a aposentadoria planejada de Mokhiber entrou em vigor esta semana e que suas opiniões eram “pessoais” e não refletiam as da entidade.

O fornecimento de ajuda a Gaza tem sido sufocado desde que Israel começou a bombardear o enclave densamente povoado, com as organizações de ajuda dizendo que não estão nem perto de atender às necessidades da população local.

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“A situação em Gaza atingiu um ponto de inflexão catastrófico”, disseram os especialistas da ONU, acrescentando que os habitantes de Gaza ficaram com escassez de água, medicamentos, combustível e suprimentos essenciais, além de enfrentarem riscos à saúde.

Os especialistas também apontaram para os aliados de Israel, que, segundo eles, “têm responsabilidade e devem agir agora para evitar seu curso de ação desastroso”.

“Pedimos a Israel e seus aliados que concordem com um cessar-fogo imediato”, disseram os especialistas da ONU. “Estamos ficando sem tempo.”

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