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SÃO PAULO – Em comunicado de esclarecimento enviado ao mercado na manhã desta terça-feira (18), a Pague Menos (PGMN3) afirmou que está atualmente em negociação para uma potencial transação envolvendo a aquisição da Extrafarma, do conglomerado Ultrapar (UGPA3). Porém, não há, até o presente momento, qualquer contrato vinculante celebrado acerca de uma eventual transação, assim como não há qualquer garantia sobre a efetivação de qualquer negócio entre a companhia e a Extrafama.
“A companhia comunicou que manterá seus acionistas e o mercado em geral informados sobre o assunto, colocando-se à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários”, destacou. A Ultrapar também enviou comunicado na mesma linha, apontando que não há garantia sobre potencial efetivação da venda e que manterá seus acionistas e o mercado em geral informados sobre quaisquer desdobramentos.
Ultrapar e Pague Menos não deram mais detalhes sobre o negócio nos comunicados que confirmaram as tratativas.
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O esclarecimento vem após a notícia da Reuters, citando duas fontes, que aponta que a rede de varejo farmacêutico Pague Menos teria fechado na noite de segunda-feira (17) a compra da rival Extrafarma por R$ 600 milhões.
Em meio à notícia de confirmação das negociações, as ações PGMN3 saltaram na Bolsa. Os papéis PGMN3 fecharam em alta de 9,59%, a R$ 11,77, após atingir uma máxima de 14,53%, a R$ 12,30. A Ultrapar, por sua vez, teve volatilidade, chegando a subir 2% e a cair 2% e fechando em queda de 1,18%, a R$ 20,16.
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Se confirmada a transação, a Pague Menos se torna a segunda maior varejista de drogarias no país, ficando atrás apenas da RD (RADL3). A Pague Menos é atualmente a terceira maior cadeia de farmácias.
A compra da Extrafarma pode elevar em mais de um terço o número de lojas da Pague Menos, a 1.503 unidades, reforçando a sua presença principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, de acordo com uma das fontes. A Extrafarma possui 402 lojas.
A Pague Menos, que tem como investidor a gestora de private equity General Atlantic, pagará R$ 300 milhões para a Ultrapar quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) der o sinal verde ao negócio. De acordo com informações da Reuters, o restante seria pago nos próximos dois anos, em duas parcelas iguais. Considerando dívida e caixa, o valor total da Extrafarma foi fixado em R$ 700 milhões.
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A expectativa é de que o negócio crie sinergias entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões nos próximos três anos para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Pague Menos, principalmente pelo potencial aumento de vendas da Extrafarma, segundo uma das fontes ouvidas pela agência.
A Ultrapar decidiu vender a Extrafarma em meio a uma grande reorganização de seu portfólio, com o objetivo de se concentrar no setor de óleo e gás.
De acordo com o Credit Suisse, para a Ultrapar, a transação é marginalmente positiva. O valor da operação por si só não é muito significativo (cerca de 2,5% do valor de mercado), mas a venda está estrategicamente alinhada com a reestruturação do portfólio da Ultrapar.
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O Bradesco BBI aponta que o valor total de R$ 700 milhões, considerando dívida e caixa (EV), ficaria abaixo da avaliação dos analistas de R$ 1 bilhão. O valuation da transação ficou em 5 vezes o EV sobre Ebitda, o que os analistas consideram barato, especialmente dadas as sinergias esperadas com as fusões e aquisições para a Pague Menos.
O Itaú BBA aponta que, se a venda se materializar, essa será uma notícia positiva por se tratar de uma primeira etapa na redefinição do portfólio da Ultrapar, mas não traz ganhos materiais para o conglomerado em termos de valuation.
A Extrafarma, no contexto da Ultrapar, sempre foi considerada uma distração porque a divisão nunca realmente atendeu às expectativas e foi um grande desvio da atividade principal da empresa de distribuição de combustível e gás e fabricante petroquímica. Assim, a venda eliminaria essa distração e marcaria o primeiro movimento efetivo de redefinição do novo portfólio da Ultrapar
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Olhando para o valor do negócio, por outro lado, não traz ganhos, uma vez que os analistas do BBA calculam o valor de mercado de R$ 711 milhões no modelo. Além disso, de uma perspectiva de redução de alavancagem, o impacto também seria imaterial, dado o tamanho da transação e o fato de que os pagamentos serão feitos em parcelas.
Já para a Pague Menos, a aquisição parece interessante na avaliação do BBI. “Porém, levando em consideração que as duas têm alta exposição ao Nordeste, esperamos um reequilíbrio do posicionamento das duas marcas, o que pode significar o fechamento de lojas para não haver canibalização entre as marcas. Por fim, em termos financeiros, levando-se em conta que a Pague Menos teria desembolsado cerca de R $ 1,5 milhão por loja, pareceu um preço interessante sabendo que a abertura de uma nova loja varia de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões”, destacaram os analistas.
(com Reuters)
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