Ozires Silva defende acordo Boeing-Embraer, Triunfo suspende dividendos; CSN com passivos bilionários e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (26)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado na última semana de 2017, com destaque para mais informações sobre o possível acordo entre Boeing e Embraer, além do reajuste da Petrobras, vendas de fatias em shoppings pela BR Malls, entre outros destaques. Confira no que se atentar. 

Embraer (EMBR3)

Após ser revelada a negociação para um acordo entre a Boeing e a Embraer na semana passada, as notícias sobre as companhias seguem no radar dos mercados. Em entrevista ao Valor, o ex-presidente e um dos fundadores da Embraer, Ozires Silva, defendeu o acordo entre as empresas. 

Convidado pela direção da fabricante brasileira para avaliar a proposta de uma potencial combinação de negócios, Silva não deu detalhes das conversas ao jornal, mas afirmou que a Boeing está disposta a encontrar uma solução que atenda aos interesses das duas empresas e, ao mesmo tempo, tenha o aval do governo brasileiro e dos acionistas. O objetivo, segundo ele, é aumentar o poder de competição das duas empresas no mercado mundial de aviação. Ele lembrou que o processo de privatização da Embraer também enfrentou desafios e oposição, mas que se não tivesse sido feito, a Embraer não teria sobrevivido. Segundo Silva, o controle não está em discussão. 

Contudo, o mesmo jornal noticia que o governo brasileiro quer saber se a Embraer chegou a negociar o controle da companhia. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras anunciou um corte no preço da gasolina de 0,4% e uma elevação do diesel em 1,1%. Os preços serão repassados para refinarias a partir de 27 de dezembro, segundo website da estatal.

Captações externas

Segundo a Coluna do Broad, do Estadão, Braskem (BRKM5), BRF (BRFS3) e Grupo Ultra, da Ultrapar (UGPA3), olham oportunidade de captar recursos, com emissão de bônus no mercado de dívida externa, ao prazo de 30 anos, onde o custo está “atraentemente” baixo.

Como as taxas de juros nos países desenvolvidos estão próximas a zero ou em patamares negativos, investidores têm disputado papéis que são mais longos, mas que, por isso, oferecem melhor remuneração. Procuradas pelo jornal, Braskem, BRF e Ultra não comentaram.

CSN (CSNA3)

A CSN arquivou os resultados de 2016 na SEC, a CVM americana, com ações judiciais que somam R$ 25,8 bilhões. As avaliações feitas por conselheiros legais dizem que as contingências fiscais, trabalhistas, civis e ambientais envolvem risco possível de perda, de forma que a companhia não fez provisões, diz a siderúrgica em formulário. 

A principal contingência fiscal refere-se a notificações fiscais relacionadas com a venda de 40% da Namisa.  O demonstrativo financeiro de 2015 foi atualizado, mostrando prejuízo líquido de R$ 1,22 bilhão versus lucro de R$ 1,55 bilhão reportados anteriormente. A CSN também apresentou demonstrações financeiras auditadas à CVM referentes aos três primeiros trimestres de 2017. 

Sobre o resultado do terceiro trimestre de 2017, a XP Investimentos destacou que houve recuperação operacional, mas a alavancagem ainda preocupa. Os principais destaques dos resultados foram geração de Ebitda Ajustado de R$ 1,213 bilhão, 35% superior em relação ao segundo trimestre, com margem Ebitda ajustada de 24%, 4,4 ponto percentual, superior ao mesmo trimestre do ano anterior.

A receita líquida de R$ 4,810 bilhões no terceiro trimestre de 2017, melhor resultado trimestral desde 2014. As vendas de minério de ferro atingiram 7,9 milhões de toneladas no terceiro trimestre e foram 2% maiores em relação ao segundo trimestre deste ano. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda foi de 5,5 vezes.
 

“Acreditamos que o setor de siderurgia seja uma das melhores alternativas para aproveitar a recuperação da atividade local, em um setor com a característica de possuir elevada alavancagem operacional. Continuamos recomendando exposição ao setor no curto prazo, com preferência pelos ativos da Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5), respectivamente”, aponta a equipe de análise da XP Investimentos.

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BR Malls (BRML3)

A BR Malls informou na noite de sexta-feira que vendeu sua participação integral no Shopping Granja Vianna, em Cotia (SP) e no Shopping Paralela, em Salvador (BA), para o Hemisfério Sul Investimentos (HSI), a um valor total de R$ 369,8 milhões. De acordo com a companhia, a transação reforça o compromisso com a estratégia de reciclagem de portfólio e possibilita a empresa utilizar os recursos para investimentos.

O Itaú BBA apontou em relatório que espera uma reação neutra do mercado dado que o anúncio era amplamente esperado e que os valores de venda estão bastante em linha com as vendas de ativos anteriores. A recomendação para a ação é outperform (desempenho acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 17, baseada no potencial positivo que a companhia possui ao focar em seus ativos principais e na perspectiva de alienar mais ativos “non-core” e também em um possível anúncio de fusão e aquisição no futuro. 

Triunfo (TPIS3)

Devido à decisão judicial do Juízo Cível de Plantão da 1ª Instância da Comarca de São Paulo, a Triunfo “terá que se abster de distribuir os dividendos obrigatórios referentes ao exercício social de 2015”. A distribuição de dividendos estava prevista para ocorrer no dia 27 de dezembro. 

A decisão, requerida por banco credor, foi proferida em tutela cautelar de urgência, segundo o comunicado. A Triunfo diz que recorreu e pediu revisão da decisão, “mas seu pedido foi indeferido, tanto pelo Foro Judicial de 1° Instância da Comarca de São Paulo quanto pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo”. A companhia diz no comunicado que “cumprirá a decisão judicial e os dividendos indicados no aviso aos acionistas de 19 de dezembro de 2017 não serão distribuídos aos acionistas até que a companhia não esteja mais impedida de fazê-lo em virtude da decisão judicial em questão”. 

Cosan (CSAN3)

A Cosan assinou contrato definitivo com os fundos Jus Capital e Farallon Latin America Investimentos para vender direitos creditórios referentes a ações judiciais, no valor de R$ 1,340 bilhão, informou a companhia em comunicado na última sexta-feira.

Os direitos são decorrentes de determinadas ações indenizatórias visando à condenação da União por fixação de preços do açúcar e do álcool abaixo do seu custo de produção. A Cosan ainda fará jus a um valor adicional a ser recebido baseado em um percentual fixo, atrelado ao prazo do efetivo recebimento dos direitos creditórios cedidos quando do efetivo pagamento pela União.

Santander (SANB11)

O Santander Brasil, por meio de sua controlada Santander Investimentos, e Brazil Wind celebraram contrato para venda de 100% de suas ações na BW Guirapá I para a Ferbasa (FESA4). 

O acordo inclui 7 centrais eólicas organizadas na forma de sociedades de propósito específico integralmente detidas pela BW I. O preço base de aquisição para a totalidade das ações detidas pela Santander Investimentos será de até R$ 392 milhões, sendo que poderá haver o pagamento de um valor adicional de até R$ 34,9 milhões dependendo do atingimento de metas.

Hypermarcas (HYPE3)

O Conselho de Administração aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio de R$ 581,3 milhões. A decisão depende ainda de aval de assembleia geral de acionistas, disse companhia em comunicado.

O montante líquido a ser distribuído na forma de juros sobre capital próprio será imputado ao montante total de dividendos que vier a ser declarado pelos acionistas para exercício social de 2017. O pagamento dos juros sobre capital próprio será realizado em 9 de janeiro de 2018.

Santos Brasil (STBP3)

O Conselho da Santos Brasil autorizou diretoria a iniciar processo para avaliar alternativas estratégicas para o investimento da companhia no Tecon Vila do Conde (Convicon), segundo fato relevante ao mercado.

As opções podem incluir atração de parceiros ou sócios estratégicos ou a alienação de sua participação, disse a Santos Brasil. Até o momento, não há negociação em andamento com qualquer terceiro para a venda do ativo. 

JBS (JBSS3)

A JBS apresentou balanços do segundo e do terceiro com relatório de auditoria. A — BDO RCS Auditores Independentes apresentou relatório com abstenção de conclusão sobre as informações contábeis intermediárias individuais e consolidadas, disse a JBS em comunicado ao mercado. 

Oi (OIBR4)

A Oi protocolou plano de recuperação judicial junto à 7ª Comarca do Rio de Janeiro. Ainda no radar da companhia, em entrevista ao jornal O Globo, Eurico Teles, presidente da tele, afirmou que a companhia agora trabalha para aumentar seu caixa, hoje de R$ 7,1 bilhões. A Oi já recebeu sinalização positiva do China Development Bank (CDB) para assinar uma linha de financiamento de R$ 2 bilhões para a compra de equipamentos de fornecedores asiáticos. Teles lembrou ainda que a venda de ativos será fundamental, com destaque para espaços ociosos da sua rede de fibra ótica e sua empresa de call center em Brasília, além de terrenos, prédios e as operações na África e na Ásia.

 PetroRio (PRIO3)

A PetroRio aprovou a recompra de até 1 milhão de ações em 18 meses.

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.