Os 3 fatores que explicam a queda do dólar hoje: moeda cai 0,8% e bate a mínima do dia

Definição da Ptax, fim do prazo da repatriação dos ativos no exterior e expectativa de que o BC retire quase US$ 3 bilhões em swaps cambiais do mercado pressionam o dólar hoje, que tem sua primeira queda em 4 pregões

Paula Barra

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SÃO PAULO – O dólar acentua as perdas nesta segunda-feira (31) e caminha para fechar o mês mais fraco desde junho. O mercado é pressionado hoje, principalmente, por 3 fatores: disputa pela Ptax que vai balizar a liquidação financeira de contratos na virada do mês, fim do prazo da repatriação dos ativos no exterior e expectativa de que o Banco Central retire quase US$ 3 bilhões em swaps cambiais do mercado. Na contramão, ajuda a trazer volatilidade ao câmbio a notícia de que o FBI retomará investigações sobre e-mails da candidata democrata Hillary Clinton. Às 14h15 (horário de Brasília), o dólar comercial registrava queda de 0,79%, a R$ 3,1705 na compra e R$ 3,1710 na venda. Essa é a primeira queda do dólar em 4 pregões. 

A definição nesta segunda-feira da Ptax de fechamento de outubro, que será usada para liquidação dos contratos de derivativos cambiais que vencem no início de novembro, ajuda a trazer volatilidade ao mercado devido à “briga” entre compradores e vendedores na BM&F em busca de cotações mais convenientes a suas posições. 

O pregão também era influenciado pela expectativa de entrada de mais recursos com a regularização de ativos brasileiros no exterior, cujo prazo para adesão termina nesta noite. Segundo a Receita federal, mais de 45 bilhões de reais já haviam sido arrecadados em multas e impostos com o programa.

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A trajetória do dólar nesta sessão, ressaltavam especialistas, não deve ser uniforme, visto que pode haver pressão pela não anulação do equivalente a US$ 2,96 bilhões de dólares em swap tradicional –equivalente à venda futura de dólares– que vencem nesta terça-feira. Recentemente o BC anunciou que não faria essa compensação devido à expectativa de forte de entrada de recursos no país com a regularização.

O comportamento da moeda no exterior também pode influenciar, depois de o FBI conseguir mandado para examinar emails recém-descobertos relacionados a um servidor privado usado pela candidata à presidência Hillary Clinton. A notícia sobre os emails chegou ao conhecimento público na tarde de sexta-feira e acabou ampliando a alta do dólar sobre o real diante do potencial que tem para abalar a campanha de Hillary para a Casa Branca. Em pesquisas recentes, a candidata democrata tinha pequena vantagem nas intenções de voto sobre seu rival republicano, Donald Trump. Uma pesquisa do Citigroup reduziu a chance de vitória de Hillary de 81% para 75% e comentou que o evento, considerado um “Black Swan”, teria a capacidade de perturbar o mercado global. 

Apesar do movimento negativo hoje, o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, acredita que as chances de o dólar voltar para baixo de R$ 3,15 e, principalmente, para baixo de R$ 3,10, estão reduzidas, dado a agenda bem intensa até a próxima terça-feira, culminando com a eleição presidencial nos EUA, onde o quadro está aberto, sobretudo após a notícia sobre a investigação contra Hillary. Segundo ele, a faixa razoável no momento é de R$ 3,15 a R$ 3,22. 

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Vale destaque também que o mercado aguarda pelo desfecho da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano na quarta-feira, e dados sobre o mercado de trabalho do país durante a semana. Os investidores esperam que o Fed eleve os juros em dezembro.

(Com Reuters)

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