OPEP não deve mudar meta de produção mesmo que petróleo caia abaixo de US$ 40

Ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos acredita que o órgão esperará pelo menos três meses antes de considerar uma reunião de emergência.

Bloomberg

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SÃO PAULO – A OPEP manterá sua decisão de não reduzir a produção mesmo se os preços do petróleo caírem para menos de US$ 40 por barril e esperará pelo menos três meses antes de considerar uma reunião de emergência, disse o ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos (EAU).

A OPEP não modificará imediatamente a decisão tomada no dia 27 de novembro de não alterar a meta coletiva de produção do grupo em 30 milhões de barris por dia, disse Suhail Al-Mazrouei. A Venezuela está a favor de que a OPEP se reúna devido ao declínio dos preços, embora não tenha pedido oficialmente uma reunião, disse um funcionário do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela em 12 de dezembro. A próxima reunião do grupo está agendada para 5 de junho.

“Não vamos mudar de opinião mesmo que os preços caiam para US$ 60 ou US$ 40”, disse Mazrouei à Bloomberg ontem, em uma conferência, em Dubai. “Nós não almejaremos um preço; o mercado se estabilizará sozinho”. Ele disse que as condições atuais não justificam uma reunião extraordinária da OPEP. “Precisamos esperar pelo menos um trimestre” para considerar uma sessão urgente, disse ele.

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Os doze países-membros da OPEP extraíram 30,56 milhões de barris por dia em novembro, superando sua meta pelo sexto mês consecutivo, mostram dados compilados pela Bloomberg. A Arábia Saudita, o Iraque e o Kuwait aumentaram neste mês os descontos sobre as remessas para a Ásia, atiçando a especulação de que eles estejam lutando por participação no mercado em meio à superabundância alimentada pelo crescimento vertiginoso da produção de xisto nos EUA. A Organização de Países Exportadores de Petróleo fornece cerca de 40% do petróleo do mundo.

O petróleo bruto Brent, referência para os preços de mais de metade do petróleo do mundo, ganhou 2% e chegou a US$ 63,10 por barril na bolsa ICE Futures Europe às 10h02, hoje. Em 12 de dezembro, o contrato fechou em seu mínimo desde julho de 2009. O petróleo bruto West Texas Intermediate subiu US$ 0,40, para US$ 58,21.

Os EAU não foram informados de nenhum plano para realizar uma reunião de emergência, disse Al-Mazrouei. O secretário-geral da OPEP, Abdalla El-Badri, disse “nós não sabemos” quando foi consultado na mesma conferência sobre a possibilidade de tal reunião.

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Um aumento de cerca de 6 milhões de barris diários na oferta de fora da OPEP, junto à especulação nos mercados do petróleo, desencadeou a recente queda dos preços, disse El-Badri, sem especificar datas do crescimento da produção de países fora do grupo, como os EUA e a Rússia. Os preços se recuperarão em breve devido a mudanças no ciclo econômico mundial, disse ele, sem dar detalhes.

“Não teremos uma imagem real dos preços do petróleo até o final do primeiro semestre de 2015”, disse El-Badri. Os preços terão se estabilizado até o segundo semestre do ano que vem, e até lá a OPEP vai ter uma ideia clara das “medidas necessárias”, disse ele.

A OPEP manteve sua meta inalterada no mês passado porque o grupo não sabia se uma redução dentre 1 milhão e 1,5 milhão de barris por dia teria reforçado os preços, disse El-Badri. O grupo não estava tentando pressionar os EUA ou a Rússia com a manutenção da produção, disse ele.

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“Na OPEP, achamos que depois de 2020 o setor petroleiro dos EUA vai declinar” devido às baixas reservas do país, disse ele. Os EUA não vão se tornar autossuficientes em petróleo e vão continuar dependendo da oferta do Oriente Médio, disse El-Badri.Na semana passada, os perfuradores americanos de petróleo interromperam o funcionamento do maior número de torres de perfuração em quase dois anos porque o petróleo bruto despencou para menos de US$ 60 por barril. Produtores como a ConocoPhillips diminuíram seus gastos, e o número de torres está descendo depois de quebrar um recorde com 1.609, o que ameaça desacelerar o boom de perfuração de xisto que propulsionou a produção dos EUA para seu máximo em três décadas.

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