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A Oncoclínicas (ONCO3) tem menos de dois anos na Bolsa e seu valor de mercado está próximo de R$ 5,4 bilhões, menos de um décimo da capitalização da Rede D’Or (RDOR3). A rede de hospitais, maior empresa do setor de saúde listada na B3, é avaliada em mais de R$ 66 bilhões, pela cotação de hoje. Mas, em termos de desempenho de ação em 2023, a “nanica” (em termos relativos) tem superado com folga a gigante.
Os papéis ONCO3 acumulam valorização de quase 90% no ano, até agora, enquanto RDOR3 avançou cerca de 8% no período. Mesmo tendo subido tanto nesse intervalo, analistas que acompanham o ativo acreditam que ainda há potencial de ganhos. Em algumas casas, Oncoclínicas se tornou nome predileto do setor de saúde, desbancando a preferência de ações com maior liquidez e que fazem parte do Ibovespa.
Nos três primeiros meses de 2023, a companhia emplacou seu terceiro lucro trimestral seguido, de R$ 41,2 milhões. No período, a Oncoclínicas conseguiu avançar na integração de suas aquisições e reduziu custos operacionais.
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Goldman Sachs revisou projeções após balanço
O Goldman Sachs elevou o preço-alvo da ações, de R$ 14 para R$ 15, após os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2023. Assim, o banco vê potencial de valorização de 37% para ONCO3, tendo em vista o preço de fechamento de ontem (31) e reiterou sua recomendação de compra para o papel. Em relatório assinado pelos analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira, o Goldman explica que Oncoclínicas vem batendo as estimativas do mercado por diversos trimestres, levando a contínuas revisões positivas.
O próprio banco agora crescimento de 11% no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia em 2023 e de 13% em 2024.
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“Além de uma tendência animadora de rentabilidade, o crescimento orgânico das receitas, tanto em volumes quanto em preço, parece bastante firme e vem superando nossas estimativas”, diz o texto de Miele e Vieira.
Para os analistas, o valuation da companhia segue atrativo. A perspectiva do Goldman Sachs para o EV/Ebitda (valor da firma sobre o Ebitda) de Oncoclínicas, relação entre valor da empresa e sua geração de caixa, é de 9,3 vezes este ano e de 8,3 vezes em 2024, o que abre espaço para novas revisões positivas.
O banco vê gatilhos de curto prazo para o engajamento de novos investidores, como a normalização de despesas, amortização de aquisições e a aceleração de joint ventures e parcerias comerciais que ainda não foram precificadas.
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De acordo com o Goldman Sachs, a dinâmica de ganhos da Oncoclínicas tem dado suporte à valorização das ações. Mas as recentes aquisições e parcerias da empresa também são um bom presságio para a tese de investimentos da companhia, tanto pelo lado de perspectiva de crescimento no longo prazo, quanto pela estratégia de redução de risco.
Os analistas acreditam que as margens podem se expandir ainda mais, com a aceleração de atividade dos “cancer centers”, e dizem enxergar poder de barganha da Oncoclínicas para negociar com farmacêuticas. Também destacam a normalização de lucros para acionistas não controladores, ao comprar fatia remanescentes de ativos onde já está posicionada.
Por outro lado, o Goldman não incorporou por completo o modelo de expansão da companhia em sua avaliação, já que a competição do setor poderá se acirrar e alguns negócios feitos pela Oncoclínicas ainda dependem de aprovações regulatórias. “Dito isso, poderá representar uma revisão para cima em nossas estimativas, se os movimentos forem bem sucedidos”, afirmam os analistas. Também há espaço para mais consolidação, o que pode levar a uma reclassificação mais adiante.
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Empresa é favorita da XP no setor de saúde
A XP também elevou o preço-alvo de ONCO3, para R$ 16,60, com potencial de valorização de 50,6% em relação ao fechamento da véspera. A casa manteve recomendação de compra para o papel e avalia que Oncoclínicas está em um caminho positivo, demonstrando ganhos de eficiência e potencial de expansão. No momento, a companhia é a favorita da XP no setor de saúde.
“A empresa continuou a fazer acordos de exclusividade para impulsionar o crescimento e garantir a sua participação em mercados relevantes”, escreveram os analistas Rafael Barros e Raphael Elage. Eles destacam o recente acordo para aquisição de fatia remanescente na Unimed-Rio, o que deve melhorar o perfil de risco do negócio e a qualidade dos resultados.
“A empresa fechou acordos com importantes prestadores e operadoras de plano de saúde em alguns dos maiores mercados do Brasil”, afirmam, citando parcerias exclusivas com CNU e Porto Seguro, na região metropolitana de São Paulo, e com o Grupo Santa Lúcia, no Distrito Federal.
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A equipe de análise da XP diz ainda que a Oncoclínicas tem superado estimativas trimestre após trimestre, apresentando crescimento consistente e expandindo margens, por meio de integração de aquisições e otimização da estrutura administrativa.
“A medida que a gente conclui as integrações, reduzindo despesas duplicadas no nível das clínicas e unidades, e substituir essas funções por funções administrativas que o nosso centro de serviços compartilhados absorve, a gente tem esse ganho de eficiência operacional”, afirmou Cristiano Camargo, CFO da Oncoclínicas, em recente entrevista ao InfoMoney.
Para a XP, ainda que a companhia tenha apresentado certa deterioração no capital de giro, em seu último resultado trimestral, a expectativa é de reversão desse cenário ainda neste segundo trimestre de 2023.
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