O que a última vitória da Ripple contra a SEC significa para a XRP e as criptos como um todo

A empresa de pagamentos cripto obteve uma vitória na semana passada em meio à sua defesa legal contra a SEC

CoinDesk

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Por Daniel Kuhn

Na semana passada, a empresa blockchain Ripple obteve outra vitória como parte de sua defesa contra a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), que processou a empresa de criptomoedas e vários de seus executivos em 2020 pela venda não registrada de US$ 1,3 bilhão em tokens XRP.

Em 29 de setembro, um juiz dos EUA decidiu liberar e-mails e outras correspondências escritas pelo ex-diretor da Divisão Financeira da SEC Corporation, William Hinman, relacionadas a um discurso em que ele disse que o Ethereum (ETH) não era valor mobiliário porque, assim como o Bitcoin (BTC), era “ suficientemente descentralizado”.

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Essas falas são elementos cruciais na estratégia da Ripple em um processo judicial que está se aproximando da marca de dois anos. Em vez de fazer um acordo com a agência, a Ripple quer provar que a SEC adotou uma abordagem pouco clara, contraditória e arbitrária para regular as criptomoedas. Se a empresa for bem-sucedida, o caso pode abrir um importante precedente para a indústria de cripto.

“A versão final do discurso de Hinman discutiu um conceito que é central para a teoria de defesa dos fundadores da Ripple – se ativos que funcionam apenas como meio de troca em uma rede descentralizada não são considerados valores mobiliários, mesmo que possam ser empacotados e vendidos como eles”, escreveu Liz Boison, do escritório de advocacia Hogan Lovells, na semana passada.

Embora o discurso real de Hinman, proferido no “Yahoo Finance All Markets Summit” em junho de 2018, seja público, a SEC tentou repetidamente ocultar rascunhos iniciais e outros documentos relacionados à ele da Ripple. No mínimo, a aversão da SEC à transparência aqui é antidesportiva – e é sempre melhor que o público investidor em geral tenha acesso a esses documentos.

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Contudo, embora a SEC agora seja obrigada a divulgar os documentos de Hinman, não está claro se isso terá uma influência significativa no caso. Na verdade, o juiz divulgou os documentos precisamente porque refletem as opiniões pessoais de um funcionário, não da agência como um todo.

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A SEC entrou com uma ação contra a Ripple e seus atuais e ex-CEOs, Brad Garlinghouse e Chris Larsen, respectivamente, em dezembro de 2020, alegando que as vendas de XRP da Ripple representavam um contrato de investimento e oferta de títulos. A Ripple usou essas vendas para financiar operações e, provavelmente, também pagar o escritório de advocacia que a defende no caso.

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O processo foi aberto pouco antes de o presidente Gary Gensler assumir o comando da SEC com uma abordagem mais agressiva para controlar a indústria de criptomoedas. A Ripple argumenta que a SEC “escolheu dois vencedores” – BTC e ETH – no setor de ativos digitais e está mirando injustamente na empresa focada em pagamentos.

O XRP, que foi retirado de várias exchanges de criptomoedas depois que a agência entrou com uma ação em 2020, subiu 9% após as notícias recentes.

A SEC argumentou que a correspondência de Hinman foi protegida pelo privilégio advogado-cliente e não foi deliberativa no caso. A Kik, a empresa de mensagens que foi processada e que fez acordo com a SEC após sua oferta inicial de moedas (ICO), também buscou acesso a esses documentos.

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Os críticos argumentaram que a SEC “regula por imposição” em vez de comunicar claramente como as criptomoedas e os tokens devem se encaixar nas regras de valores mobiliários existentes. A situação se torna mais complexa ao considerar os motivos que levaram a SEC a abrir processos e, acima de tudo, quais tokens estão na sua mira.

É improvável que haja uma bala de prata nas correspondências de Hinman capaz de esclarecer tudo isso – para a indústria ou para a Ripple. Mas vale a pena notar que Hinman deixou a SEC após o discurso para trabalhar para Andreessen Horowitz, uma empresa ligada à Fundação Ethereum.

Além disso, tanto a SEC quanto a Ripple pediram ao juiz que tomasse uma decisão com base nas evidências disponíveis – sem levar o caso a julgamento.

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O que está em jogo no caso Ripple é um padrão que pode ser aplicado a outros projetos de tokens. Se a empresa vencer, pode haver apoio para que criptos continuem a ser vendidas para financiar o desenvolvimento de projetos descentralizados – embora, em última análise, recaia sobre o Judiciário determinar o que os compradores de XRP pensaram que estavam comprando.

*Daniel Kuhn é repórter e editor-assistente de opinião da coluna “Layer 2” do CoinDesk.

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