“O mundo não está mais aberto a negócios”, diz pesquisador

Com referências ao "Brexit", à corrida presidencial americana e aos futuros pleitos em Alemanha e França, Marcos Troyjo diz que o mundo pode estar passando por uma "reglobalização"

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Há algumas sinalizações de que o mundo pode estar passando por um novo momento de reversão do que foi construído nos anos de globalização. Essa é a percepção que tem Marcos Troyjo, diretor do BRICLab, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. O especialista participou da primeira edição da rodada de debates “Brasil Futuro”, realizado pela Consulting House em São Paulo, na manhã desta segunda-feira (12). A uma plateia de empresários, ele expôs preocupações com o quadro que se desenha no horizonte global de médio prazo.

“O mundo não está mais aberto a negócios”, afirmou Troyjo. Como argumentos a sustentar essa tese, ele lembra eventos recentes como o “Brexit”, que culminou na votação pela saída do Reino Unido da União Europeia, assim como a própria corrida presidencial norte-americana, que traz o candidato republicano — Donald Trump, contestado pelo próprio partido — disposto a dificultar relações comerciais com outros gigantes, como a China. O especialista também coloca as eleições em França e Alemanha no radar.

Na avaliação de Troyjo, o cenário mundial pode levar a economia em direção a uma “reglobalização”, em que o conceito de soberania volta a ganhar valor em detrimento da integração das economias a nível global. Outro sinal que mostra uma trajetória nesse sentido é a Parceria Transpacífico e o avanço do bilateralismo nas relações comerciais mundiais.

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Do lado brasileiro, o pesquisador disse ser necessária uma correção e “terraplenagem” pelos “erros em políticas públicas e política externa”, para que o país seja conduzido “do passado para o presente”.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.