Por Su Choung Wei*
Grande parte dos investidores olham a bolsa como um longo prazo muito longínquo, baseado na percepção que no longo prazo a bolsa é vencedora. De fato, em períodos longos, a Bolsa de Valores tende a ter melhores resultados que a renda fixa.
Também ouvimos muito que o brasileiro médio não tem educação financeira, que não sabe investir e que lhe falta formação.
Eu discordo dessas opiniões. Quando em março/2020 a B3 teve um acréscimo significativo de investidores, sendo que muitos deles estavam de olho nas quedas brutais que determinadas ações tiveram no auge da crise do COVID19, ficou demonstrado que o investidor brasileiro está, sim, se educando e mudando sua perspectiva sobre a renda variável. Muitos brasileiros já estão de olho nas cotações, procurando oportunidades para entrada e posterior saída, depois de alguns meses. E apesar dessas evoluções e mudanças, o Buy and Hold não acabou. O investidor de longo prazo, que investe sistematicamente com aportes e reinveste os dividendos, sempre terá um lugar no nosso mercado.
Porém, essas mudanças apontam para o surgimento de um novo perfil, um novo investidor, o Swinger. O Swinger entra na operação somente em momentos em que acredita ser favorável. Entre março/2020 e abril/2021 muitos novos investidores entraram na B3 comprando Petr4 a R$12,00, Vvar a R$6,00, Csna3 a R$12,00 e mais um dúzia de ativos muito descontados, e saíram na primeira onda de recuperação logo em julho/2020. Esses mesmos investidores estão agora de olho nas recentes quedas de alguns ativos.
Esse novo investidor é jovem, tem entre 21 e 35 anos, e está em fase de construção do patrimônio. É observador e tem paciência para esperar a hora de entrar. Algo bem diferente dos Day Traders, que operam sob grande pressão de resultados e de tempo.
Para ter sucesso nessa modalidade mais lenta de trade, o investidor Swinger precisa controlar a ansiedade para conseguir observar entre 5 e 10 ativos ao mesmo tempo. Mas não mais do que isso, porque pode perder o controle das informações, uma vez que no momento da operação o investidor só pode fazer uma de cada vez.
Pesquisar e estudar são parte fundamental para poder atuar na bolsa. Um investidor pode até ficar indo atrás de dicas, mas isso acaba deixando a operação muito frágil em termos de consistência, porque não gera suficiente convicção para fazer a execução.
Alguns investidores estão partindo para modelos matemáticos com ETFs, que são modelos simples, como o Gradiente Linear. O investidor, por exemplo, pode ir comprando um determinado lote de ETF e a medida que o lote cai, ele vai comprando mais do lote padrão. Quando o mercado oscila a seu favor, ele vai saindo parcialmente dos lotes que estão com lucro.
Mas deixaremos este assunto para a próxima matéria, quando começaremos a falar sobre o Gradiente Linear.
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