Noticiário agitado da Petrobras, proventos de Bradesco e Renner e mais 6 são destaques

Além destas companhias, Aneel admite um novo empréstimo a distribuidoras, HSBC adquire participação na Linx e governo de SP recebe propostas para PPP da Tamoios

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ontem, mesmo com a Bovespa fechando mais cedo, o noticiário foi bastante movimentado, com destaque para a queda da Petrobras (PETR3; PETR4), companhia que está mais uma vez em destaque no noticiário nesta quarta-feira (18). Depois da refinaria de Pasadena pesar no noticiário da estatal, é a vez da refinaria de Abreu e Lima chamar atenção do mercado. Dessa vez foi a AIE (Agência Internacional de Energia) afirmar que a obra em Pernambuco deve custa até três vezes mais do que qualquer projeto com a mesma capacidade no mundo.

Essa é a segunda refinaria em projeto para a estatal, que também conta com a Comperj, no Rio de Janeiro. Apesar das duas construções, a Petrobras deve ter grandes cortes de orçamento, o que irá prejudicar a expansão da capacidade de refino na América Latina. A AIE destacou a redução de US$ 26 bilhões nos investimentos de downstream (transporte e distribuição de produtos da industria de petróleo) para o período entre 2014 e 2018.

Para a AIE, a América Latina deve continuar a ser um grande importador de petróleo no médio prazo, principalmente vindo dos EUA. A agência ainda destaca que a indústria de refino entra na idade da globalização e continuará uma forte expansão e reestruturação até 2020.

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Apesar do cancelamento de projetos na América Latina e na China, a capacidade global de refino deve crescer significativamente, avalia a AIE. Na Ásia e no Oriente Médio, o aumento da produção regional estimula a expansão das refinarias e alguns países deverão aumentar suas exportações.

Além disso, o jornal Folha de S. Paulo noticiou que a petrolífera cancelou um contrato de R$ 444 milhões com a Ecoglobal, alegando que a empresa agiu de má-fé e feriu o código de ética da estatal. A suspeita é que o contrato com a Ecoglobal foi obtido graças à interferência de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras.

Bradesco e Lojas Renner pagam JCP
O Bradesco (BBDC3BBDC4) informou que pagará juros sobre capital próprio referentes a julho em 1º de agosto.

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O valor é de R$ 0,018817992 por ação ordinária e R$ 0,020699791 por ação preferencial. Terão direito os acionistas com base na empresa em 1º de julho, com os papéis ficando ex-juros sobre capital próprio em 2 de julho.

Outra empresa que irá pagar juros sobre capital próprio é a Lojas Renner (LREN3), cujo conselho aprovou nesta terça-feira o pagamento de R$ 17,8 milhões em proventos, segundo ata da reunião. O montante corresponde a R$ 0,1412 por ação. Terão direito os acionistas com posição na companhia em 17 de junho.

Aneel admite um novo empréstimo a distribuidoras
Embora o governo continue negando um novo pacote de ajuda às distribuidoras de energia, o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Romeu Rufino, expôs certa divergência com as demais autoridades do governo ao defender na terça-feira, 17, que o preço da energia de curto prazo (PLD) ainda está acima do suportável pelas companhias.

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Na contramão dos dirigentes dos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, Rufino coloca um novo empréstimo bancário como uma das alternativas com as quais o governo trabalha. “A diferença entre o preço da energia e o montante que tem cobertura tarifária ainda é significativa e nós vamos olhando isso mês a mês. Havendo necessidade, uma das possibilidades é voltar aos bancos”, disse. E emendou: “Mas isso é o Ministério da Fazenda que negocia. Pode ser que um mês não precise de suporte, e outro precise”.

A Aneel, segundo Rufino, não tem estimativas sobre o valor de eventuais novos aportes. O diretor afirmou, no entanto, que cálculos do setor que apontam um rombo de R$ 8 bilhões até o fim do ano são uma boa base para análise. O jornal “O Estado de S. Paulo” mostrou, em maio, que a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) calcula uma necessidade de R$ 8 bilhões até dezembro para cobrir a exposição remanescente ao mercado de curto prazo e outros gastos, como o uso de energia térmica.

O governo já viabilizou um empréstimo de R$ 11,2 bilhões às distribuidoras por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com juros e prazos favoráveis para evitar um reajuste extraordinário nas tarifas às vésperas da eleição. O valor, entretanto, se esgotou antes mesmo de cobrir o rombo das empresas até abril – parte delas não conseguiu contratos suficientes de energia para este ano no leilão realizado no fim de 2013. Apesar disso, e dos preços elevados do PLD, o governo decidiu não realizar novo aporte na liquidação daquele mês.

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HSBC adquire participação na Linx
A Linx (LINX3)informou ter recebido comunicado anexo do HSBC PLC Bank, informando que atingiu participação correspondente a 5,22% do total de ações ordinárias de emissão da Companhia.

O HSBC informou, ainda, que o investimento não objetiva alterar a composição do controle ou estrutura administrativa da Companhia e informa que não participa de qualquer acordo ou contrato que regule o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários da Companhia.

Governo de SP recebe nesta 4ª feira propostas para PPP da Tamoios
O governo do Estado de São Paulo irá receber nesta quarta-feira as propostas para a PPP (Parceria Público Privada) da rodovia Tamoios, que liga o Vale do Paraíba ao litoral norte do Estado.

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A sessão pública será promovida pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), às 10h30 na capital paulista. A operação será feita na modalidade de concessão patrocinada, na qual as tarifas que serão cobradas dos usuários não serão suficientes para cobrir os investimentos feitos pelo operador, e por isso o Estado fará repasses anuais para que a empresa vencedora não tenha prejuízos e para que não se cobre dos usuários uma tarifa de pedágio impagável.

O critério de julgamento da licitação para contratação desta PPP será o de menor valor de contraprestação anual ofertada, a parcela que será paga pelo poder concedente ao parceiro privado. O vencedor da disputa em São Paulo terá de duplicar o trecho de serra da Tamoios e ficará responsável pelos serviços de operação, manutenção e conservação da rodovia dos trechos de planalto e serra, além dos contornos de Caraguatatuba e São Sebastião.

Segundo o edital da disputa, o valor da tarifa por quilômetro em pista dupla será de 0,108 real, sendo que a concessão terá prazo de 30 anos. Estima-se investimentos de 3,9 bilhões de reais, segundo edital do certame.

Analistas de mercado veem as empresas Ecorodovias (ECOR3) e CCR (CCRO3) como fortes candidatas na disputa, dado as sinergias da rodovia Tamoios com outras rodovias já administradas pelas empresas em São Paulo.

MPT entra com ação contra Fibria 
O MPT (Ministério Público do Trabalho) abriu uma ação contra a fabricante de celulose Fibria (FIBR3) por terceirização ilegal e condições precárias de trabalho em Três Lagoas (MS), segundo comunicado divulgado nesta terça-feira.

A empresa pode ser condenada a pagar 20 milhões de reais por dano moral e coletivo, informou o MPT.

“Fiscalizações, sentenças judiciais, análise documental e investigações comprovaram a existência de empresas de pequeno e médio porte contratadas para as atividades inerentes da Fibria”, afirma o MPT.

“Foi constatado, ainda, que não são assegurados para os empregados terceirizados os mesmos direitos e benefícios concedidos aos contratados diretamente”, acrescentou o Ministério Público.

Representantes da Fibria não puderam ser contatados de imediato para comentar o assunto.

Na ação, o MPT pede ainda liminar para que sejam contratados em até 180 dias empregados para a execução das atividades de florestamento e de reflorestamento de eucalipto para a produção de celulose, sob pena de multa diária de 100 mil reais. O prazo é válido a partir do julgamento da ação.

Vigor assume operação de empresa de laticínios que BRF construía
A Vigor Alimentos (VIGR3), empresa controlada pela J&F, assumiu a indústria construída pela BRF (BRFS3) em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, de acordo com informações do jornal Valor Econômico, de forma a dar continuidade à sua expansão no País. 

A Vigor pretende realizar um investimento de cerca de R$ 150 milhões na unidade e na construção de um novo centro de distribuição nos próximos cinco anos, segundo o presidente da Vigor, Gilberto Xandó. Procurada pelo jornal, a BRF não comentou o assunto.

BR Pharma negocia financiamento
Para que possa arcar com o pagamento antecipado de debêntures, comunicado ao mercado ontem, a Brasil Pharma (BPHA3) busca novos empréstimos com bancos, de acordo com o Valor, após rompimento de compromissos financeiros assumido em contrato com os investidores.

A empresa destacou ontem em conferência com os analistas, que não deve usar os recursos do aumento de capital aprovado para bancar parte do vencimento antecipado das debêntures. O pagamento terá que ocorrer em até cinco dias úteis, ou seja, já na próxima semana.

(Com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.