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(Bloomberg) — Bloqueios em países do mundo todo provocam um colapso sem precedentes na demanda por petróleo que nem mesmo um congelamento ou corte na oferta da Opep podem corrigir, segundo o Goldman Sachs.
Paradas generalizadas da produção serão necessárias, já que a queda do consumo cria um excedente de 14 milhões de barris por dia no segundo trimestre, disse o banco em relatório. O impacto será um “duro choque” para o sistema global de refino, com cerca de 20 milhões de barris sendo estocados todos os dias no próximo mês, segundo a estimativa do Goldman.
Em vez de contemplar cortes na oferta para amenizar o impacto do coronavírus, Arábia Saudita e Rússia parecem ter embarcado em uma longa e amarga guerra de preços após o colapso da aliança da Opep+. No entanto, a Casa Branca pressiona o reino a desistir do plano de inundar o mercado com petróleo e, assim, ajudar a levar os preços para o nível que estavam no início de março.
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“Qualquer potencial acordo entre EUA-Arábia Saudita e Rússia para congelar ou reduzir a produção virá tarde demais”, disseram analistas do Goldman, como Damien Courvalin, em relatório de 25 de março. “Levaria meses para causar impacto sobre os estoques globais e a medida seria minimizada pela atual perda de demanda.”
Embora alguns produtores tenham começado a reduzir a produção, não deve haver capacidade global suficiente para acomodar o aumento da oferta da Arábia Saudita, Rússia e Emirados Árabes Unidos em abril, de acordo com o Goldman. O banco prevê que a demanda cairá 10,5 milhões de barris por dia neste mês e 18,7 milhões por dia em abril.
O estoque de produtos nos EUA está prestes a romper a capacidade conceitual de 100 milhões de barris antes de meados de abril, caso não haja cortes nas taxas de processamento de refinarias, segundo o Goldman. Supondo uma redução de 10% no processamento, o que não ocorre desde 1990, ainda assim a capacidade de estoque estaria saturada no início de maio.
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O petróleo tipo Brent deve permanecer perto de US$ 20 o barril no próximo trimestre, enquanto o WTI deve ficar bem abaixo desse nível devido ao aumento dos estoques, disse o Goldman. O colapso da demanda exigirá reduzir a produção em vários milhões de barris por dia. Isso não pode ser revertido rapidamente com a retomada da demanda, o que significa que os preços devem mostrar forte recuperação quarto trimestre.
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