Não limitem as participações dos bancos em criptomoedas, diz grupo que representa indústria de futuros

No ano passado, o Comitê da Basileia disse que a fatia alocada em criptos sem lastro deveria ser limitada a 1% do capital

CoinDesk

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Limitar as participações dos bancos em Bitcoin (BTC), como sugeriu o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia, pode minar o objetivo das reformas financeiras destinadas a impedir a repetição da crise financeira de 2008.

É isso o que disse a Associação da Indústria de Futuros (FIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, cujos membros incluem gigantes financeiros como Goldman Sachs, Deutsche Bank e o Banco Industrial e Comercial da China, em um comunicado publicado em seu site nesta sexta-feira (30).

O influente grupo, que representa a indústria de futuros, pretende levar esse alerta para os normatizadores internacionais no Comitê de Bancos da Basileia Supervisão.

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A organização, que estabelece requisitos para garantir que os bancos não assumam mais riscos do que podem arcar, apresentou suas ideias sobre a limitação do aporte em BTC em um documento de consulta publicado em junho.

As propostas podem ser cruciais para a adoção de criptomoedas por instituições financeiras tradicionais.

“Sem esclarecimento, a estrutura proposta prejudicaria o consenso nas reformas pós-crise e desencorajaria os bancos a facilitar a compensação central de derivativos vinculados a criptoativos”, disse o grupo.

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O resultado iria “limitar o efeito de redução de risco” proporcionado pelo uso de câmaras de compensação centrais para negociações de derivativos. Também afetaria a capacidade dos bancos de mitigar riscos usando instrumentos financeiros em uma prática conhecida como hedge, acrescentou o comunicado.

Contatado pelo CoinDesk, um representante da FIA disse que a declaração sobre a posição do comitê havia sido postada por engano e que nenhuma submissão ainda foi enviada para a entidade. No momento da redação deste texto, a declaração ainda aparecia no site da FIA.

Um plano original de junho de 2021 do Comitê da Basileia, que dizia aos bancos que emitissem US$ 1 em capital para cada US$ 1 de criptomoeda que possuíam, atraiu uma série de críticas por ser muito conservador, efetivamente afastando qualquer incentivo para entrar nos mercados cripto.

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Uma iteração posterior, publicada um ano depois, deu algum terreno aos fãs de criptomoedas ao reconhecer o impacto do hedge, mas também impôs um limite à exposição total a criptoativos não garantidos, como Bitcoin.

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Em um documento separado também publicado no site da FIA hoje, a Associação Europeia de Participantes de Trades (EPTA, na sigla em inglês) disse que o limite, estabelecido em 1% do capital principal de um banco, “impedirá que muitas instituições entrem no mercado de criptoativos”. A EPTA é uma afiliada da FIA que representa os participantes do mercado que compram e vendem títulos por conta própria.

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A FIA também está trabalhando com outras associações do setor que argumentam que levar criptos e a blockchain para as finanças tradicionais ajudará na estabilidade, permitindo que os clientes dos bancos se beneficiem de maior eficiência e transparência, disse.

Um estudo publicado pelo comitê nesta sexta sugere que as participações de criptomoedas dos bancos representam apenas 0,01% de sua exposição total ao risco, com foco em serviços para os clientes, como custódia e compensação.

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