“Não existe menor possibilidade de apagão”. Custo ficará com consumidor

Em havendo desfalque na geração das hidrelétricas, termelétricas são ativadas. Mas a energia destas usinas é mais cara

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Mais uma vez, representantes do governo afirmaram que não há risco de racionamento de energia. Na última terça-feira (22), foi a vez de a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, dar a garantia. O embasamento para a afirmação foi, novamente, o fato de que a capacidade de geração elétrica atual está bem diferente da apresentada em 2001, época em que houve o “apagão”.

“Não existe a menor possibilidade”, afirmou Dilma. Durante apresentação do balanço de um ano do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a ministra detalhou que, à época do apagão, 11,8% da matriz energética brasileira era térmica – proporção que hoje atinge 20%. Isso diminui os riscos de desabastecimento em períodos de queda nos níveis dos reservatórios de hidrelétricas.

Custo das térmicas

Dilma afirmou que a prioridade no uso do gás natural são as usinas térmicas e não o abastecimento de veículos, por exemplo. “Hoje, as fontes térmicas fazem parte estruturante da matriz energética. Não é apenas conjuntural”, ressaltou à Agência Brasil. Ela destacou que as termelétricas foram a solução encontrada para substituir usinas hidrelétricas com grandes reservatórios, por questões ambientais.

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Ocorre que a energia gerada pelas termelétricas é mais cara, por conta da necessidade de utilização de óleo combustível e gás natural. Esse custo, portanto, pode gerar um repasse ao consumidor final e resultar em um aumento na conta de luz.

E o governo já tomou medidas para minimizar o impacto da menor geração pelas hidrelétricas. Foi publicado na edição de 17 de janeiro do Diário Oficial da União o Decreto 6.353, que liberou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para fazer leilões de “energia reserva” – e os custos, inclusive tributários, deverão ser rateados entre todos os consumidores finais.

A idéia é garantir a normalidade do fornecimento de energia elétrica ao SIN (Sistema Integrado Nacional). As usinas estão trabalhando com reservas que chegam a menos da metade de sua capacidade, 46%. À época do “apagão, essa proporção foi de 21%.

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Produtos mais caros

A Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), por sua vez, avaliou que as usinas térmicas acionadas para garantir o fornecimento poderão demandar o gás natural que hoje está à disposição das indústrias, o que traria reflexos negativos ao mercado.

“Se as indústrias tiverem que voltar a usar o gás liquefeito de petróleo [GLP], teremos um aumento considerável de custo, que inevitavelmente será repassado aos produtos”, afirmou à Agência Brasil o presidente da entidade, Humberto Barbato.

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