Na contramão das bolsas externas, Ibovespa fecha o pregão em alta de 0,89%

Apesar de nova queda da Petro, ações da Vale sustentam ganhos do índice, que chega ao maior patamar desde 6 de agosto

Anderson Figo

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SÃO PAULO – Na contramão dos principais mercados internacionais, o Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira (22) em alta de 0,89%, a 68.325 pontos – maior patamar desde 6 de agosto, quando o índice fechara em 68.411 pontos. Puxado pelos papéis da Vale, o principal índice da bolsa brasileira registrou neste dia um volume financeiro de R$ 7,43 bilhões.

Mantendo a tendência dos últimos dias, os papéis da Petrobras voltaram a chamar atenção – desta vez na ponta vendedora. Nesta quarta terminou o prazo de reservas para pessoas não-vinculadas e que desejem participar da oferta primária de ações da companhia por meio da oferta de varejo. Encerrou-se também o prazo para adesão aos fundos de investimentos em ações dentro da oferta.

As ações da Vale despontaram entre as principais altas do Ibovespa nesta quarta, em meio a um noticiário agitado envolvendo a mineradora. Em relatório, o banco de investimentos JP Morgan reiterou sua recomendação positiva para os papéis da mineradora e estabeleceu preço-alvo para 2011.

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Entre as outras referências que influenciam o movimento das ações da mineradora está também a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de que dezenas de ações que corriam na Justiça pedindo a anulação do processo de privatização da companhia, de 1997, fossem suspensas na semana passada. Além disso, a mineradora anunciou uma nova aquisição para aperfeiçoar sua estrutura logística na África: foi exercida a opção de compra de 51% da participação acionária na SDCN (Sociedade de Desenvolvimento do Corredor do Norte), pertencente à empresa moçambicana SGPS (Insitec).

Liderando os ganhos do Ibovespa neste dia, as ações da MRV subiram mais de 5% na sessão. As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MRVE3 MRV ON 17,42 +5,77 +25,66 47,93M
 SBSP3 Sabesp ON 36,23 +4,65 +5,90 8,94M
 PDGR3 PDG Realty ON 20,62 +4,41 +20,47 100,54M
 ECOD3 Brasil EcoDiesel ON 1,01 +4,12 -7,34 27,41M
 GOLL4 Gol PN N2 26,30 +3,62 +4,11 38,49M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 FIBR3 Fibria ON 28,75 -1,71 -26,45 105,92M
 PETR4 Petrobras PN 25,98 -1,40 -27,62 1,14B
 ELET6 Eletrobras PNB 25,47 -1,24 -14,54 51,36M
 GOAU4 Gerdau Met PN 28,80 -1,03 -16,49 47,23M
 CPLE6 Copel PNB 38,50 -1,03 +5,72 34,64M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 Petrobras PN 25,98 -1,40 1,14B 647,44M 37.027 
 VALE5 Vale PNA 43,35 +1,57 865,73M 626,37M 25.659 
 OGXP3 OGX Petróleo ON 20,11 +1,16 398,69M 294,89M 17.407 
 BVMF3 BMFBovespa ON 14,69 +2,37 252,78M 159,18M 15.926 
 BBAS3 Brasil ON 30,40 +1,33 240,76M 107,51M 13.947 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Agenda
No front doméstico, destaque aos dados do Banco Central. De acordo com a autoridade monetária do País, o estoque das operações de crédito registrou expansão de 2,2% em agosto, na passagem mensal, acumulando a cifra de R$ 1,582 trilhões. Do mesmo modo, tomado o acumulado do ano, o indicador também lista forte avanço, de 11,9%.

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Ainda na agenda local, atenção à elevação na confiança do consumidor entre agosto e setembro. Segundo dados do ICC (Índice de Confiança do Consumidor) divulgados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), a confiança do consumidor apresentou alta de 0,7% no período, passando de 120,9 pontos para 121,7 pontos.

Nos EUA, os preços dos imóveis nos EUA caíram 3,3% em julho frente ao mesmo mês do ano passado, recuo maior que o esperado pelo mercado, de 0,2%, completando um ciclo de oito quedas consecutivas.

Os novos pedidos à indústria da Zona do Euro registraram queda de 2,4% durante o mês de julho, tomada a passagem mensal, enquanto o BoE (Bank of England) publicou a minuta de sua última reunião, mostrando que não foi descartada a possibilidade de adoção de ainda mais estímulos à economia.

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Dólar
Após ter recuado mais de 0,8% no começo da manhã, o dólar comercial foi ganhando forças ao longo do dia, apoiado em novas intervenções do Banco Central no mercado cambial e na rodada de indicadores econômicos negativos. Com isso, a moeda fechou esta quarta-feira com leve alta de 0,17%, sendo cotada na venda a R$ 1,721.

Como tem sido comum, o Banco Central do Brasil atuou duas vezes comprando dólares no mercado, com a primeira intervenção ocorrendo por volta das 12h30 (horário de Brasília) e a segunda sendo realizada entre 16h07 e 16h12.

Ainda sobre essas intervenções, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que quem vai gerenciar as compras de dólares a serem realizadas pelo Fundo Soberano Brasileiro será o Banco Central. O ministro afirmou ainda que o governo deve tomar cuidado para evitar exageros na hora de intervir no mercado cambial. “Não é que a gente impede a valorização. A gente impede excessos de valorização”, explicou.

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Dados divulgados pelo BC pela manhã mostraram que foram adquiridos em setembro US$ 5,874 bilhões no mercado de cambial à vista até o dia 17 – o que já é a maior compra mensal desde outubro de 2009 (US$ 6,738 bilhões).

O fluxo cambial acumulado até o dia 17 de setembro mostrou que a entrada de dólares no País superou a saída em US$ 11,135 bilhões, atingindo o maior saldo (no comparativo com os meses cheios) desde outubro de 2009, quando ficara positivo em US$ 13,106 bilhões.

Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou em alta. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2011, fechou com taxa de 10,67%, alta de 0,01 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou estável a 137,65% do valor de face.

O Risco-País registrou variação negativa de 2 pontos-base em relação ao fechamento anterior, fechando em 209 pontos-base.

Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, fechou  em baixa de 0,63% e atingiu 2.335 pontos. Seguindo esta tendência, o índice S&P 500 desvalorizou-se 0,48% a 1.134 pontos, da mesma forma, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, caiu 0,20% a 10.739 pontos.

Na Europa, o índice CAC 40  da bolsa de Paris  registrou baixa de 1,30% e atingiu 3.735 pontos; no mesmo sentido, o índice DAX 30  da bolsa de Frankfurt desvalorizou-se 1,08% chegando a 6.208 pontos e o FTSE 100, da bolsa de Londres, caiu 0,27% a 5.561 pontos.

Confira os eventos previstos para quinta-feira
No front doméstico, destaque ficará para a Nota de Mercado Aberto de agosto, que será revelada pelo Banco Central, bem como para a PME (Pesquisa Mensal do Emprego), que vai demonstrar o quadro do mercado de trabalho nacional ao longo do último mês. A PME é divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Lá fora, atenção para o Initial Claims nos Estados Unidos, que vai mostrar a quantidade de pedidos de auxílio-desemprego registrada no país durante a última semana. Além disso, o mercado deve repercutir a divulgação do Leading Indicators de agosto e o Existing Home Sales.

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