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(Reuters) – Executivos do Silicon Valley Bank, supervisores do Federal Reserve e o sistema regulatório falharam no processo que levou à falência do banco norte-americano, disse a principal autoridade de supervisão bancária do Fed em uma audiência no Congresso nesta quarta-feira.
“Acho que toda vez que você tem uma falência bancária como esta, a administração do banco claramente falhou, os supervisores falharam e nosso sistema regulatório falhou”, disse o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr, ao Congresso no segundo dia de audiências sobre a falência do SVB. “Então, estamos olhando para tudo isso.”
As falências do SVB e, dias depois, do Signature Bank desencadearam uma perda mais ampla de confiança dos investidores no setor bancário, o que derrubou as ações e alimentou temores de uma crise financeira total. Parlamentares pressionaram os reguladores sobre se o Fed deveria ter sido mais agressivo em sua supervisão, na segunda audiência do Congresso sobre o colapso dos dois credores.
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“Toda a nossa economia foi prejudicada. Foi abalada pelo que aconteceu neste mês. Nosso sistema regulatório bancário tem algumas falhas reais”, disse o democrata Brad Sherman, da Califórnia.
Barr disse ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara que ficou sabendo do problema no Silicon Valley Bank na tarde de 9 de março, mas que o banco informou aos supervisores naquela manhã que os depósitos estavam estáveis. Martin Gruenberg, chefe da FDIC, a agência norte-americana que atua nas garantias de depósitos bancários, disse aos parlamentares que também tomou conhecimento da situação do SVB naquela noite de quinta-feira.
O Fed estava em negociações com o Silicon Valley Bank um dia antes de seu colapso para mover as garantias penhoráveis para a janela de desconto, uma facilidade importante há muito associada ao fornecimento de empréstimos de emergência aos bancos, disse Barr nesta quarta-feira.
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“A equipe (do Fed) trabalhou com o Silicon Valley Bank basicamente durante toda a tarde e noite e durante a manhã do dia seguinte para oferecer o máximo de garantia humanamente possível para o desconto na sexta-feira”, disse Barr.
O acordo para resgatar o gigante suíço Credit Suisse na semana passada e a venda dos ativos do SVB para o First Citizens Bancshares esta semana ajudaram a restaurar alguma calma nos mercados, mas os investidores continuam cautelosos com mais problemas à espreita no sistema financeiro.
Barr criticou na terça-feira o SVB por passar meses sem um diretor de risco e como o banco modelou o risco da taxa de juros, que ele disse “não estar alinhado com a realidade”.
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Barr disse ao Comitê Bancário do Senado que tomou conhecimento das questões de risco de taxa de juros no SVB em meados de fevereiro, enquanto os supervisores do Fed vinham levantando questões diretamente com o banco nos meses anteriores.
Alguns democratas também argumentaram que a culpa é de uma lei de desregulamentação bancária de 2018. Essa lei, apoiada principalmente pelos republicanos, mas também por alguns democratas moderados, relaxou a supervisão mais rígida para empresas com ativos entre 100 bilhões de dólares e 250 bilhões de dólares, que incluíam SVB e Signature.
A Casa Branca está preparando planos para uma legislação que restabeleceria essas regulamentações sobre bancos de médio porte, informou o Washington Post nesta quarta-feira, citando duas fontes familiarizadas com o assunto.
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