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SÃO PAULO – O Ibovespa teve sessão negativa nesta quarta-feira (13), pressionado pelos papéis da Vale, bancos e elétricas, enquanto a Petrobras tentou contrabalancear o movimento. Entre as maiores quedas, três ações foram penalizadas por possível exclusão na próxima carteira do MSCI, que será rebalanceado no final do mês, enquanto entre as altas apareceram papéis que podem ter sua participação elevada. Confira abaixo o que foi destaque nesta sessão:
Eletrobras ON, Bradespar e Met. Gerdau
As ações ordinárias da Eletrobras (ELET3, R$ 7,37, -8,90%), Bradespar (BRAP4, R$ 11,75, -4,08%), holding que detém participação na Vale, e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 9,26, -6,09%) desabaram nesta sessão, figurando entre as maiores perdas do Ibovespa. Os papéis foram penalizados após divulgação ontem à noite de relatório do MSCI (Morgan Stanley Capital Internacional) com sua expectativa para o próximo rebalanceamento semianual do índice previsto para o próximo dia 29 de maio. Conforme documento esses papéis serão excluídos do lado do Brasil.
Do lado de entradas, os papéis da Klabin (KLBN11, R$ 19,71, +1,76%), Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 91,72, -0,42%), Suzano (SUZB5, R$ 15,35, -1,41%), Cetip (CTIP3, R$ 34,70, +0,06%), Oi (OIBR4, R$ 6,15, +6,59%) e Qualicorp (QUAL3, R$ 25,00, +1,21%) devem ganhar uma participação maior, mas não tão relevante, segundo Credit Suisse.
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Essas revisões costumam ter impacto direto no desempenho das ações, tendo em vista que os papéis que fazem parte desses índices ganham maior atratividade de fundos de investimentos internacionais – que movimentam grande quantia de capital.
Petrobras (PETR3, R$ 14,92, +1,50%; PETR4, R$ 13,97, +1,31%)
As ações da Petrobras voltaram a subir pelo terceiro dia entre notícias de que a estatal estaria preparando uma captação que poderia atingir R$ 4 bilhões em títulos da dívida no Brasil, produção recorde diária no pré-sal e expectativas para divulgação do balanço do primeiro trimestre na próxima sexta-feira. Ontem, uma reportagem da Reuters apontou que a petrolífera estaria preparando emissão de R$ 3 bilhões em títulos no mercado doméstico. E, se houver lote suplementar, a oferta poderá alcançar R$ 4 bilhões. A precificação da emissão deve ocorrer na semana que vem.
Ainda no radar, o BTG Pactual cortou hoje o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da estatal de US$ 11 para US$ 10, mas manteve a recomendação em neutra. Para o banco, a probabilidade da Petrobras necessitar de aumento de capital caiu de 80% para 50%, dado as recentes indicações do management da empresa de que estão afiados em melhorar a situação financeira da empresa sem recorrer a isso.
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Vale (VALE3, R$ 21,60, -3,27%; VALE5, R$ 18,03, -2,65%)
Depois do rali iniciado na penúltima semana de abril, que levou os papéis preferenciais para alta de 36% até dia 5 de maio, as ações da Vale já devolvem praticamente metade dos ganhos. Essa foi a quinta queda nos últimos seis pregões, período em que acumulou desvalorização de 11%.
Hoje teve sua recomendação cortada pela Macquarie de outperform (desempenho acima da média) para neutra. Além disso, a Moody’s cortou a perspectiva das notas de crédito da Vale para negativa, mas manteve os ratings em escala global em moeda local “Baa2” e em escala nacional em “Aaa.br”. Segundo a agência, a alteração da perspectiva reflete que o perfil de crédito da empresa e operações permanecem sólidos, mas incorporam a deterioração nos fundamentos de mercado de minério de ferro e metais básicos.
Cia Hering
A Cia Hering (HGTX3, R$ 13,09, -4,10%) continuou em queda. A companhia caiu 30% nos últimos quatro pregões depois de divulgar resultados do primeiro trimestre de 2015 que deixaram a desejar. A perspectiva para os próximos trimestres não foge do negativo. Além disso, o Deutsche Bank rebaixou sua recomendação para manutenção, baixando seu preço-alvo de R$ 24,50 para R$ 16,00.
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Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 46,74, +1,214%)
A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo no país, teve queda de 12,3% em seu lucro líquido no primeiro trimestre, devido ao avanço das despesas financeiras com o aumento da taxa de juros, informou nesta quarta-feira. O lucro líquido da operadora de telecomunicações somou R$ 579,7 milhões de janeiro a março. A receita operacional líquida subiu 4,3%, para R$ 8,98 bilhões, a melhor variação em cerca de três anos, disse a empresa, impulsionada pela aceleração de 8,4% do serviço móvel.
Segundo a Elite Corretora, o resultado veio um pouco abaixo do esperado, com fraco crescimento. Enquanto a parte de telefonia móvel continua crescendo (+8,4% na comparação anual), a parte fixa continua em queda (-4,0%). Além disso, os analistas destacaram como negativo o forte aumento das provisões para devedores duvidosos (+56%), que afetou bastante o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Gol (GOLL4, R$ 7,91, +2,46%)
A Gol anunciou que encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 672,7 milhões, aumento de 599,7% em relação aos R$ 96,1 milhões negativos em 2014. Segundo a XP Investimentos, o resultado veio pior do que o esperado, enquanto o BTG Pactual comentou que não trouxe grandes surpresas.
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Os analistas do BTG destacaram que esperam resultados fracos nos próximos trimestres e aumento da alavancagem dado que o dólar é um dos principais drivers do case de investimento da Gol (75% da dívida e 60% do opex – custos de operação, na sigla em inglês – são atrelados à moeda americana), os preços dos combustíveis têm se movido na direção contrária (o preço à vista no Brasil aumentou cerca de 20% contra média do primeiro trimestre) e os yields baixos devem continuar pressionando a rentabilidade da companhia e, portanto, aumentando a alavancagem.
Time For Fun
A companhia de entretenimento T4F (SHOW3, R$ 3,15, +7,51%) vem subindo 27% nos últimos quatro pregões depois de divulgar resultados na segunda-feira (11). A líder do mercado na América do Sul teve prejuízo 90% menor que nos primeiros três meses do ano passado. Segundo o Credit Suisse, os números foram fracos em função da elevada queima de caixa. Mesmo com aceleração considerável da receita líquida, tanto o Ebitda quanto a última linha do balanço estão em patamar bem abaixo do esperado.
Fras-Le (FRAS3, R$ 3,51, +9,01%)
As ações da companhia fecharam em alta, mas chegaram a disparar 18% na máxima do dia a R$ 3,80 após divulgação do balanço. Chamou também atenção o volume financeiro movimentado pelo papel que bateu R$ 288 mil, contra média diário dos últimos vinte e um pregões de R$ 72 mil. A fabricante de autopeças Fras-Le, subsidiária do grupo Randon, registrou um lucro líquido de R$ 13,9 milhões no primeiro trimestre, alta de 17,8% em relação a igual período de 2014, um resultado impulsionado pelo efeito da desvalorização do real sobre as receitas da companhia no exterior e por esforço de redução das despesas operacionais e ganhos de produtividade. A receita líquida teve aumento de 5,9% e fechou em R$ 203,4 milhões. A valorização do dólar contribuiu para a alta de receitas em reais, apesar da queda de volume vendido.
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Kroton (KROT3, R$ 11,32, -2,54%)
As ações da Kroton viraram para queda depois de dispararem 8,6% ontem após divulgação do balanço do primeiro trimestre. A Kroton viu seu lucro líquido ajustado subir 56,9% entre os meses de janeiro e março deste ano, com o controle mais rígido de custos e despesas compensando as mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A companhia teve lucro líquido ajustado de R$ 455,3 milhões entre janeiro e março, frente a R$ 290,2 milhões no mesmo período do ano passado. Para a XP Corretora, o resultado foi levemente acima do esperado. Apesar da forte desaceleração na captação e crescimento da base, os números foram acima do projetado pela Kroton. Mesmo com a forte queda na margem, por conta da aquisição da Anhanguera, já observamos uma boa evolução na comparação pro-forma, comentaram os analistas.
MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,60, -2,56%)
A companhia teve alta de 31% no lucro líquido e a geração de caixa mais que dobrou no primeiro trimestre sobre o mesmo período do passado, mas o desempenho veio junto com um avanço de cancelamento de contratos de venda de imóveis no período e maiores gastos comerciais. A construtora e incorporadora informou lucro líquido entre janeiro e março foi de R$ 106 milhões, ante R$ 81 milhões no primeiro trimestre de 2014, e diante de uma estimativa média de analistas de R$ 98 milhões.
Para o Credit Suisse, os números vieram mistos, com mais dados positivos do que negativo. Segundo analistas, a empresa continua indo bem do lado operacional, entregando boa geração de caixa e melhorando significativamente a administração das contas a receber. Eles esperam que a tendência continue para frente, ainda mais com a prática de repasse quase instantânea sendo totalmente implementada.
Equatorial (EQTL3, R$ 33,50, -2,47%)
Ontem, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) começou o processo de revisão tarifária para a Celpa (parte do grupo da Equatorial). A consulta pública estaria aberta até 12 de junho e, assim como ocorreu com a Eletropaulo (ELPL4, R$ 14,17, -3,61%), foram divulgados parâmetros importantes como opex (despesas operacionais) regulatório e perdas comerciais. Para o Credit Suisse, os dados divulgados até o momento são positivos, mas o impacto deve ser bem menos pronunciado do que o que ocorreu com a Eletropaulo na semana passada. No mês, os papeis da companhia sobem 33%.
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