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Depois das ações da Ultrapar (UGPA3) subirem cerca de 18,3% no acumulado do ano e atingirem o preço-alvo traçados por analistas do Morgan Stanley, o banco americano optou cortar a recomendação da companhia de equal-weight (exposição igual da média do mercado, equivalente à neutro) para underweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à venda).
Segundo relatório, o bom desempenho em Bolsa foi impulsionado por ventos favoráveis do segmento de gás liquefeito de petróleo (GLP) da empresa, bem como uma boa margem relativa na distribuição de combustível em comparação com seus pares no 4T22. No entanto, nos níveis atuais, a equipe de research do banco acredita que a maioria dos desenvolvimentos positivos está precificada, já que o risco-recompensa está inclinado para baixo.
Em termos reais, a Ultragaz quase dobrou seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortitização)/tonelada em relação aos três anos anteriores.
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O Morgan Stanley celebra a empresa por se reinventar em um negócio de baixo crescimento (distribuição de GLP), com foco em clientes de maior margem (mais granel). “Além disso, melhorias na logística e o benefício de novas bases de distribuição também contribuíram para o desempenho operacional”, completa o banco.
Por outro lado, o Morgan acredita que o mercado pode estar excessivamente entusiasmado. Isso porque embora a administração tenha afirmado que o atual nível de margem é estrutural, o banco tem dúvidas se a Ultragaz foi capaz de se beneficiar de um custo de compra de GLP vantajoso e incompatibilidades temporárias de preços.
O banco presume que as margens devam contrair moderadamente, em 10%, para R$ 700/tonelada em termos reais (versus R$ 788/t no 4T22), com retorno sobre capital investido (ROIC) entre 25 e 30% até 2030.
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Com relação ao valuation, analistas destacam que a ação da Ultrapar está sendo negociada a 5,8 vezes EV/Ebitda (EV = enterprise value, ou valor de mercado + dívida líquida”; Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 2023, o que não está particularmente caro.
Mas eles veem gatilhos de curto prazo para causar uma reclassificação neste momento: “a administração entregou um importante processo de desalavancagem com a venda da Oxiteno e da Extrafarma, as margens da Ultragaz provavelmente atingiram o pico e a normalização da Ipiranga não é muito clara ou iminente. E com a visibilidade limitada da potencial estratégia de alocação de capital, não acreditamos que os investidores desejarão construir novas posições de longo prazo nas ações”.
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